Pelo décimo quarto ano consecutivo a Associação Comunitária Alzira do Conforto...

... realiza, no mês de agosto, a Caminhada Azoany, evento realizado no dia de comemoração a São Lázaro, que consiste em um cortejo com saída do Pelourinho até a Igreja de São Lázaro, no Bairro da Federação, momento onde os adeptos da religião de Matriz Africana, (candomblé) agradecem ao Orixá, Inkisse.

Azoany, com é conhecido no Jejé, é o Deus de saúde e morte, o Orixá, Inkise que esta em plena consonância e contato com a humanidade, buscando através do dia a dia a solução de problemas que atingem a matéria humana.

No dia 16 de agosto de 2012 completou 14 anos que um grupo de pessoas ligadas ao Candomblé e a Igreja Católica, resolveram partir do Pelourinho em direção a Igreja de São Lázaro, para comemorar o dia de São Lázaro e Azoany (Omolú, Obaluaê), para reverenciar e cumprir promessas em agradecimento. Atotô, Obaluaê!

terça-feira, 31 de agosto de 2010

XVI Festa de Marujo "Olho Vivo"


A Festa de Marujo “Olho Vivo” realizará pelo décimo sexto ano consecutivo a Marujada, que vem crescendo e tendo aceitação positiva entre os envolvidos neste evento de caráter religioso.
E um dos nossos inúmeros propósitos, continuar a fortalecer os laços afros descendentes, inclusive tratando-se de atos religiosos que envolvem os orixás que tanto tem contribuindo para o crescimento desta cidade chamada Salvador.
Homenagear a entidade Marujo, promovendo uma grande movimentação cultural Afro Religiosa junto ao povo de axé da Bahia e membros de entidades culturais, além dos demais segmentos da sociedade civil. Atrair menbro da Religião de Matriz Africana e em especial da entidade Marujo.
A XVI Festa de Marujo "Olho Vivo" com oferendas em meio ao Sagrado Mar da enseada da Bahia de Todos os Santos. Bem localizada na Costa Marítima da Cidade de Salvador e próxima a Feira de São Joaquim. E como é tradição, o evento sempre acontece no 1ª (primeiro) domingo de setembro, e neste ano será realizado no dia 05, e a partir das 11:00 da Manhã. O cortejo estará saindo em procissão do antigo prédio da Petrobrás "Jequitáia" em direção a Avenida Oscar Pontes e adentrando nas principais ruas da Feira do São Joaquim. A preparação da cerimónia é feita por filhos e filhas de santo.

domingo, 29 de agosto de 2010

Registro da celebração



quinta-feira, 19 de agosto de 2010

XII Caminhada Azoany

XII Caminhada Azoany através da lente de Alberto Lima

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Para conferir essa e outras fotos clique
aqui.




Alberto Lima (Salvador, Bahia, Brazil): É um fotógrafo que busca através das imagens desenvolver uma pesquisa foto-etnográfica, intitulada Resistência Negra na Bahia.

Contato: Alberto Lima ( fotografoalbertolima@gmail.com / 71-9959-3975 )



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quarta-feira, 18 de agosto de 2010

XII Caminhada Azoany festeja Omolu

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O candidato Valmir Assumção participou nesta segunda-feira, 16 de agosto, da XII Caminhada Azoany em homenagem a Omolu, que no sincretismo religioso representa São Lázaro. A caminhada saiu no início da tarde, percorrendo as ruas do Pelourinho. Valmir se encontrou com os militantes do movimento negro, que organizou o evento. No percurso foi saudado pelos que assistiam, nas calçadas, à caminhada, que reuniu centenas de participantes.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

O público escolheu Mãe Neide, Chica Xavier e Alaíde do Feijão


Por Suzana Varjão

Numa disputa emocionante, que envolveu 21 mil votantes, foram escolhidas as três personalidades femininas que receberão o Troféu Palmares 2010: Mãe Neide Oyá D' Oxum (campo religioso), Chica Xavier (campo cultural) e Alaíde do Feijão (campo social). As homenageadas foram escolhidas entre as 15 mulheres selecionadas a partir de uma ampla consulta, envolvendo todo o quadro funcional da Fundação Cultural Palmares - servidores, funcionários e terceirizados.

- Todas as indicadas merecem o prêmio. Se dependesse de nossa vontade, daríamos a todas. São mulheres fantásticas!

A frase do presidente da Palmares, Zulu Araújo, expressa o sentimento dos que indicaram os nomes das concorrentes e acompanharam a votação, dada a grande representatividade das lideranças envolvidas no processo. São mulheres notadamente dedicadas à causa afrodescendente - portanto, à causa da maioria da população brasileira -, em seus respectivos campos de reflexão e ação, o que se pode observar pelo breve perfil das candidatas e vencedoras.

AS HOMENAGEADAS - Chica Xavier, atriz de cinema, teatro e televisão, é figura emblemática da luta pela igualdade racial e do combate ao preconceito religioso, tendo recebido, em 2009, o título de Cidadã do Estado do Rio de Janeiro e o diploma Zumbi dos Palmares, da Assembléia Legislativa do Rio. Dentre os trabalhos que marcaram sua carreira, destacam-se o filme "Assalto ao trem pagador" (1962), dirigido por Roberto Farias, e a novela "Os Ossos do Barão" (1973), de Jorge Andrade (Rede Globo).

Alaíde da Conceição, a Alaíde do Feijão, é especialista na culinária afro-baiana, grande conhecedora da cultura ancestral africana, e mantém um pequeno restaurante no Centro Histórico do Salvador, de onde acompanha e participa, ativamente, do desenvolvimento da luta contra o racismo na cidade. Viu nascerem algumas das principais entidades negras da Bahia, como o Ilê Aiyê e o Olodum, alimentando, com seu suculento feijão, idéias e ações de boa parte das lideranças baianas.

Mãe Neide Oyá D´Oxum, a Mãe Neide, iniciou-se no Kardecismo aos 16 anos, passando, posteriormente, a participar de cultos afro-brasileiros, até fundar o Grupo União Espírita Santa Bárbara (GUESB), hoje uma ONG de auxílio material e espiritual de comunidades desassistidas. Dentre outras ações sociais que desenvolve, destaca-se a contribuição diária para a alimentação das comunidades quilombolas de União dos Palmares, que foram devastadas pelas últimas enchentes no estado de Alagoas.

O TROFÉU - Esta é a terceira edição do Troféu Palmares, instituído em 2008 para homenagear personalidades da sociedade brasileira que contribuem para o exercício do respeito à diversidade e à cidadania, com especial atenção à causa afro-brasileira. No primeiro ano de realização, receberam a estatueta a atriz Zezé Mota, a Yalorixá Mãe Stella de Oxóssi e o ministro da Cultura, Juca Ferreira. No ano passado, os agraciados foram Mãe Beata de Iemanjá, Esther Grossi e Haroldo Costa.

Outro diferencial deste ano, além do processo eletivo, é a ênfase na questão de gênero: somente mulheres concorreram ao prêmio, que será entregue na sexta-feira (20/08), no Teatro Nacional de Brasília. Aliás, as homenagens da Palmares ao sexo feminino não se resumem à entrega do Troféu. Fechando a noite do dia 20, acontecerá o show Mães D´Água, protagonizado por sete talentosas cantoras negras do Brasil: Alaíde Costa, Daúde, Luciana Mello, Margareth Menezes, Mart´nália, Paula Lima e Rosa Maria.

O PROCESSO - A escolha das homenageadas começou em julho último, com a indicação de mais de 30 candidatas, pelo corpo funcional da Fundação Cultural Palmares. Desta primeira lista, o corpo diretivo da Fundação selecionou os 15 nomes que participaram da votação aberta, sendo cinco para cada um dos campos previstos pelo regulamento - o cultural, o social e o religioso. A votação aberta durou dez dias, e foi realizada pela Internet.


AS DEMAIS CONCORRENTES

1. Campo religioso

IRMÃ ESTELITA, a Juíza Perpétua da Boa Morte. Aos 104 anos, é a mais antiga integrante da Irmandade da Boa Morte, confraria feminina afrocatólica composta por descendentes de escravos africanos. Instalada no Recôncavo Baiano, tem forte significado político, social e religioso. Patrimônio Imaterial da Bahia, a Festa da Boa Morte, que acontece este mês, mistura elementos do catolicismo e do candomblé e é considerada uma das mais importantes manifestações culturais do estado.

MÃE CARMEM, a Yalorixá do Terreiro do Gantois. Mãe Carmem é a filha mais nova de Mãe Menininha do Gantois e irmã caçula de Mãe Cleusa Millet, sua antecessora. Foi iniciada no Candomblé para Oxalá quando ainda era criança. Após a morte de Mãe Cleusa, em 1998, assumiu o Ilê Iyá Omi Axé Iyamassé, o terreiro mais famoso do Brasil, localizado em Salvador (Bahia). Ela traz o segredo do Axé, tendo ao seu lado as duas filhas: Angela de Oxum e Neli de Oxossi.

MÃE MENINAZINHA D'OXUM, a Yalorixá do Terreiro Ilê Omulu e Oxum. Mãe Meninazinha D' Oxum é neta e herdeira espiritual de Iyá Davina, tendo sido declarada Yalorixá antes mesmo de nascer. Fundadora da Sociedade Civil e Religiosa Ilê Omolu e Oxum, localizada em São João de Meriti (RJ), entende ser necessário ampliar a função religiosa da comunidade-terreiro para a de agente disseminador de informação para a população do terreiro e do seu entorno.

MÃE RAILDA, a primeira mãe de santo do Distrito Federal. Railda Rocha Pitta, do Terreiro Opô Afonjá Ilê Oxum, é uma das mais respeitadas lideranças religiosas do País, desenvolvendo um significativo trabalho de auto-afirmação da negritude na capital do Brasil. A religiosa reivindica, dentre outras ações afirmativas, o acesso do povo negro às instâncias de poder, sendo uma intransigente defensora do sistema de cotas.

2. Campo cultural

ELISA LUCINDA. Escritora e atriz, atua, com sucesso, em teatro, cinema e televisão. "A menina transparente", poema de estréia na literatura infantil, recebeu o Prêmio Altamente Recomendável, da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil. Por meio da escrita, como a poesia "Mulata exportação", e da postura cotidiana - não aceitou, por exemplo, alisar o cabelo para interpretar uma médica, em uma novela da Rede Globo de Televisão -, está sempre denunciando os preconceitos e discriminações da sociedade.

D. IVONE LARA. Cantora e compositora carioca, foi a primeira mulher a ingressar, em 1965, na Ala dos Compositores da Escola de Samba Império Serrano. A definição do diretor de shows Túlio Feliciano resume a identidade artística da vencedora do Prêmio Shell de MPB de 2002: "A síntese do samba, aquela que tem o ritmo dos tambores do jongo e a riqueza melódica e harmônica do choro. No seu canto intuitivo está um pouco da África e do negro americano".

LIA DE ITAMARACÁ. Cirandeira pernambucana, Maria Madalena Correa do Nascimento ficou conhecida como Lia de Itamaracá, nos anos 60, quando a cantora e compositora Teca Calazans gravou a quadra "Esta ciranda quem me deu foi Lia/ que mora na Ilha de Itamaracá". Apesar de cantar e compor desde a infância, somente em 1977 gravou o primeiro disco, "A Rainha da Ciranda". Desde 2005, carrega o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco.

SELMA DO COCO. Cantora e compositora pernambucana, Selma do Coco é legítima representante de um ritmo que remonta ao Quilombo dos Palmares. Entre os destaques de sua trajetória artística estão o Prêmio Sharp de 1999, que ganhou com o disco "Minha História"; o Concurso Público do Registro do Patrimônio Vivo de Pernambuco, promovido pelo governo do estado, e do qual foi uma das vencedoras; e o 32º New Orleans Jazz & Heritage Festival, do qual foi a principal atração brasileira.

3. Campo social

JUREMA WERNECK. Carioca, nascida no Morro dos Cabritos, em Copacabana, Jurema Werneck começou a participar do movimento de mulheres negras do Rio de Janeiro na segunda metade da década de 80. Graduada em medicina, integra, atualmente, o Conselho Nacional de Saúde e coordena a ONG Criola - uma das trincheiras que usa na luta para vencer o racismo, o sexismo e a lesbofobia, com o objetivo de transformar as relações sociais desiguais e injustas do Brasil.

LUISLINDA VALOIS. A baiana Luislinda Valois é um dos mais contundentes exemplos de resistência e superação. "Aconselhada", aos nove anos, a deixar de estudar para "aprender a fazer feijoada na casa de brancos", tornou-se a primeira juíza negra do Brasil, prolatando a primeira sentença contra o racismo no País. Dentre os diversos projetos que implantou, para levar a Justiça aos negros e pobres, destacam-se os Balcões de Justiça e Cidadania, a Justiça Itinerante e o Fome Zero no Judiciário.

SUELI CARNEIRO. É uma das mais expressivas ativistas do movimento negro brasileiro. Feminista, intelectual, fundou o Geledés - Instituto da Mulher Negra, primeira organização negra e feminista independente de São Paulo, e criou o único programa brasileiro de orientação na área de saúde específico para mulheres negras. Seus artigos - cerca de 150, publicados em jornais, revistas

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Caminhada de São Roque e São Lázaro provoca lentidão no centro da cidade



Redação CORREIO


A Caminhada Azoany, que homenageia São Roque, São Lázaro e Omolu provoca lentidão na tarde desta segunda-feira (16), no centro da cidade. Os devotos saem do Pelourinho em direção ao santuário, em São Lázaro, na Federação. Segundo a Superintendência de Trânsito e Transporte do Salvador (Transalvador), os motoristas devem evitar o tráfego pela Rua Carlos Gomes e Avenida Sete de Setembro. A caminhada começou às 13h, com a animação do afoxé Korin Efan.

Missa e caminhada homenageiam São Roque e São Lázaro


A realização da festa em homenagem a São Roque modificou o trânsito na Rua Aristides Novis, no bairro da Federação

Redação CORREIO

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Devotos de São Roque e São Lázaro e de Omolu, claro, já sabem que todo 16 de agosto acontece a Caminhada Azoany, que sai do Pelourinho em direção ao santuário, em São Lázaro, Federação. As atividades começam às 9h, com missa na Igreja do Carmo. Às 11h, começa a concentração na Praça do Reggae e, às 13h, é iniciada a caminhada, com a animação do afoxé Korin Efan. A programação ainda inclui missas às 7h e 11h e, às 17h. a Benção do Santíssimo.

A festa de São Roque é uma das tradições compartilhadas nas diversas regiões do Engenho Velho da Federação e Federação. A missa em homenagem ao santo católico, segundo padroeiro da Igreja de São Lázaro, é de origem católica, mas é forte a participação do candomblé, que homenageia Omolu com lavagem da escadaria da igreja de São Lázaro, velas acesas e banho de pipoca.

Conta-se que São Roque nasceu no século XIII na França, em Montpellier, e era filho do governador. Estudou nas melhores escolas da cidade e provavelmente cursou a Faculdade de Medicina. Após perder os pais, Roque decide seguir as palavras de Jesus ao invés de administrar os bens e patrimônios da família. Mais tarde, distribui seus bens e vai cuidar dos doentes da epidemia da peste negra.

Obaluaê também é considerado pelos devotos do candomblé como protetor das doenças infecto-contagiosas. Sua veste é de palha, esconde o segredo da vida e da morte. Reservado, simples, trabalhador e solitário, Obaluaê é o nome usado para o Omolu velho, mais introvertido.

Trânsito
A realização da festa em homenagem a São Roque modificou o trânsito na Rua Aristides Novis, no bairro da Federação, nesta segunda-feira (17). Segundo informações da Superintendência de Trânsito e Transporte de Salvador (Transalvador), a Polícia Militar interditou o acesso para veículos na via de acesso à igreja, também conhecida como Estrada de São Lázaro.

O trânsito está lento na Rua Caetano Moura em função do bloqueio na entrada da Estrada de São Lázaro. Há lentidão também na Avenida Garibaldi, nos acessos ao bairro da Federação. O motorista deve evitar a região.

Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos (Salvador)


A igreja teve sua construção iniciada em 1704 como uma obra da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos do Pelourinho. É uma construção imponente, à qual se tem acesso por um pequeno adro gradeado, e possui um corpo central em dois pavimentos, coroado por um frontão de empenas em volutas, e ladeado por campanários cujo arremate é um coruchéu em bulbos superpostos. Ao rés-do-chão existem cinco portas, sendo que a central é mais ampla e emoldurada por um discreto frontispício, e acima delas, cinco janelas de delicado desenho.

O interior tem uma rica decoração em entalhes e azulejos pintados com cenas diversas. Os altares são em estilo neoclássico, e ostentam finas estátuas do século XVIII, de Nossa Senhora do Rosário, Santo Antônio de Cartegerona e São Benedito. Nos fundos da igreja existe um antigo cemitério de escravos. Preservando sua história ligada aos negros, a liturgia dos cultos faz uso de música inspirada nos terreiros de Candomblé. Nas datas comemorativas de Santa Bárbara e Iansã a igreja é o ponto central dos festejos.

A Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos é uma igreja católica de Salvador, Bahia, construída em estilo rococó. Está localizada no Centro Histórico de Salvador, na ladeira do Pelourinho.
Fonte: Wikipedia

Atôtô!

domingo, 15 de agosto de 2010

São Roque (c. 1295 – 1327)


São Roque (c. 1295 – 1327) é um santo da Igreja Católica Romana, protector contra a peste e padroeiro dos inválidos e cirurgiões. É também considerado por algumas comunidades católicas como protector do gado contra doenças contagiosas. A sua popularidade, devido à intercessão contra a peste, é grande sendo orago de múltiplas comunidades em todo o mundo católico e padroeiro de diversas profissões ligadas à medicina, ao tratamento de animais e dos seus produtos e aos cães. A sua festa celebra-se a 16 de Agosto.


Biografia
Não existem grandes certezas sobre a vida de São Roque, permanecendo a maior partes dos seus dados biográficos envolvidos em mistério. Até o seu verdadeiro nome é desconhecido, já que Roch (aportuguesado para Roque) seria o seu nome de família e não o nome de baptismo (está documentada a existência no século XII de uma família com aquele apelido na cidade).


Canonização e culto
Não se conhece a data da canonização, a qual terá sido por devoção popular e não por decisão eclesiástica, como aliás era comum na época. A primeira decisão oficial da Igreja sobre o culto a São Roque aconteceu em 1414, quando no decurso do Concílio de Constança se declarou uma epidemia de peste. Levados pela fé popular em São Roque, os padres conciliares ordenaram preces e procissões em sua honra, tendo de imediato o contágio cessado.

O papa Urbano VIII aprovou os ofícios eclesiásticos para serem recitados a 16 de Agosto, dia da sua festa.

O papa Paulo III erigiu uma confraria, sob a invocação de São Roque, para administrar a igreja e o hospital erigidos em Roma durante o pontificado de Alexandre VI. A confraria cresceu rapidamente, de tal forma que o papa Paulo IV a elevou a arquiconfraria, como a faculdade de agregar outras confrarias da mesma invocação que tinham surgido noutras cidades. A confraria tinha um cardeal protector (ver Reg. et Const. Societatis S. Rochi). Vário papas concederam privilégios a esta confraria, nomeadamente Pio IV (1561), Gregório XIII (1577) e Gregório XIV (1591).

O culto a São Roque, que tinha declinado durante o século XVI reavivou-se com a aprovação papal da respectiva confraria, tendo surgido igrejas dedicadas ao santo em todas as capitais católicas, recrudescendo a devoção sempre que surgiam epidemias. O último grande ressurgimento ocorreu com a cólera nos princípios do século XIX.

Diz-se que as suas relíquias foram transportadas para Veneza em 1485, sendo aqui objeto de grande veneração. A magnificente igreja seiscentista que as alberga, a Scuola Grande di San Rocco, foi decorada por Tintoretto. A cidade dedica-lhe uma festa anual (uma das obras primas de Canaletto retrata a saída da procissão de São Roque em Veneza).


Iconografia
São Roque é geralmente representado em trajes de peregrino, por vezes com a vieira típica dos peregrinos de Compostela, e com um longo bordão do qual pende uma cabaça. Um dos joelhos é geralmente mostrado desnudado, sendo visível uma ferida (bubão da peste). Por vezes é acompanhado por um cão, que aparece a seu lado trazendo-lhe na boca um pão.

Embora haja considerável variação nas datas apontadas para o seu nascimento e morte (consoante os hagiógrafos, a data de nascimento varia de 1295 a 1350; a da morte de 1327 a 1390), Roque terá nascido em Montpellier, França, por volta de 1350, e falecido na mesma cidade em 1379 (embora outra versão da sua biografia o dê como morto naquele mesmo ano, mas na Lombardia). Sabe-se contudo que terá falecido jovem.

Era filho de um mercador rico, de nome João, que teria funções governativas na cidade, e de sua mulher Libéria. Estava ligada a famílias importantes de Montpellier, sendo herdeiro de considerável fortuna.

Diz a lenda que Roque teria nascido com um sinal em forma de cruz avermelhada na pele do peito, o que o predestinaria à santidade. Roque terá ficado órfão de pai e mãe muito jovem, sendo a sua educação confiada a um tio. Terá estudado medicina na sua cidade natal, não concluindo os estudos.

Levando desde muito cedo uma vida ascética e praticando a caridade para com os menos afortunados, ao atingir a maioridade, por volta dos 20 anos, resolveu distribuir todos os seus bens aos pobres, deixando uma pequena parte confiada ao tio, partindo de seguida em peregrinação a Roma.

No decorrer da viagem, ao chegar à cidade de Acquapendente, próxima de Viterbo, encontrou-a assediada pela peste (aparentemente a grande epidemia da Peste Negra de 1348). De imediato ofereceu-se como voluntário na assistência aos doentes, operando as primeiras curas milagrosas, usando apenas um bisturi e o sinal da cruz. De seguida visitou Cesena e outras cidades vizinhas, Mântua, Modena, Parma, e muitas outras cidades e aldeias. Onde surgia um foco de peste, lá estava Roque ajudando e curando os doentes, revelando-se cada vez mais como místico e taumaturgo.

Depois de visitar Roma (período que alguns biógrafos situam de 1368 a 1371), onde rezava diariamente sobre o túmulo de São Pedro e onde também curou vítimas da peste, na viagem de volta para Montpellier, ao chegar a Piacenza, foi ele próprio contagiado pela doença, o que o impediu de prosseguir a sua obra de assistência. Para não contagiar alguém, isolou-se na floresta próxima daquela cidade, onde, diz a lenda, teria morrido de fome se um cão não lhe trouxesse diariamente um pão e se da terra não tivesse nascido uma fonte de água com a qual matava a sede. O cão pertenceria a um rico-homem, de nome Gottardo Palastrelli, que apercebendo-se miraculosamente da presença de Roque, o terá ajudado, sendo por ele convertido a emendar a sua má vida.

Miraculosamente curado, regressou a Montpellier, mas logo foi preso e levado diante do governador, que alguns biógrafos afirmam seria um seu tio materno, que declarou não o conhecer. Roque foi considerado um espião e passou alguns anos numa prisão (alguns biógrafos dizem ter sido 5 anos) até morrer, abandonado e esquecido por todos, só sendo reconhecido depois de morto, pela cruz que tinha marcada no peito.

Uma versão alternativa situa o local da prisão em Angera, próximo do Lago Maggiore, afirmando que teria sido mandado prender pelo duque de Milão sob a acusação de ser espião a soldo do Papa. Não se podendo livrar da acusação de espionagem (ou de disseminar a peste), morreu prisioneiro naquela cidade (diz-se que em 1379).

Embora não haja consenso sobre o local do evento, parece certo que ele morreu na prisão, depois de um largo período de encarceramento.

Descoberta a cruz no peito, a fama da sua santidade rapidamente se espalhou por todo o sul de França e pelo norte da Itália, sendo-lhe atribuídos numerosos milagres. Passou a ser invocado em casos de epidemia, popularizando-se como o protector contra a peste e a pestilência. O primeiro milagre póstumo que lhe é atribuído foi a cura do seu carcereiro, que se chamaria Justino e coxeava. Ao tocar com a perna no corpo de Roque, para verificar se estaria realmente morto, a perna ficou milagrosamente curada.

Embora sem provas que o consubstanciem, afirma-se que Roque terá pertencido à Ordem Terceira de São Francisco.
Fotografia: Anderson Ivo

sábado, 14 de agosto de 2010

Voto em Alaíde do Feijão até para ser Presidente do Brasil


Cá estamos nós em momentos de eleições, e claro que estamos todos, de uma forma ou de outra, envolvidos no processo político eleitoral do nosso país.

É justamente também neste momento que a Fundação Palmares teve a brilhante idéia de reparar e democratizar as indicações ao Troféu Palmares. Primeiro indicando somente mulheres, e, diga-se de passagem, cada uma mais poderosa que a outra, e depois abrindo ao público a votação, possibilitando assim que possamos exercitar a nossa cidadania um pouco antes do pleito eleitoral nacional.

São três as categorias do Troféu Palmares: religiosa, cultural e social. Sendo que todas as indicadas são de fazer cair o queixo. Mas, quero exclusivamente me dedicar ao Campo Social.

Na verdade quero fazer uma homenagem, ser cabo eleitoral e pedir votos para Alaíde do Feijão.

Sem nenhum demérito às demais, mas pelo que ela representa para mim. E como tomo partido em vários processos, não poderia me furtar neste caso.
Alaíde do Feijão representa aquela mulher de tempos antigos, a tia da comunidade, dos bairros periféricos. Aquela tia que quando a nossa mãe saia para trabalhar ela lá estava a observar os filhos e perguntar o que ele estava fazendo na rua até tal hora da noite e dar bons conselhos. Sempre alerta, cuidou da juventude negra em épocas que o Estado Brasileiro não reconhecia o que era ser negro.

Esta querida mulher sempre sabia como ser dura e doce, enérgica e amável. Carregada de conhecimento tradicional, e forjada na Faculdade da Vida, do Gueto, do Mundo. Alaíde vendeu muito feijão para sobreviver e para garantir ate hoje a sobrevivência de muitos. Mas não falo de um feijão qualquer, a delícia de saborear o Feijão de Alaíde, não é tão somente pelo sabor, mas pela dignidade, pela batalha, pelos temperos espirituais e sentimentais invisíveis, mas atávico à nossa tradição. Pelo bate papo gostoso e aprendizado passado a cada garfada.
Na verdade o sue feijão não alimenta o nosso corpo, mas a nossa alma e a cada dedo de prosa, temos a mais completa certeza de que apesar de tudo, vale a pena viver e pedir a benção a cada momento que Alaíde dá um conselho.
Alaíde é uma ilustre filha da Ilha de Itaparica e conhece o Movimento Negro Baiano mais do que qualquer tese de doutor da academia formal. Ela lê nas entrelinhas, e mais do que isto, posso afirmar, que todo militante negro baiano ao passar por momentos de dificuldade nas suas batalhas diárias foi lá naquele cantinho aconchegante do Pelourinho onde está instalado o Feijão da Alaide, se reconfortar em uma mesinha onde Alaide fica sentada como a esperar para dar consultas com um cuidado e responsabilidade ancestral. Lá diariamente está sentada Alaíde do Feijão, e na sua panela do saber está a receita dos conselhos de mestra, de mãe, de tia de comunidade, de egbomy do Axé.

Alaíde é minha mestra, e este texto pode não garantir um único voto, pode até não ser lido, ou ser tratado de forma descartável frente a minha mediocridade. Mas tem um significado muito especial para mim. Significa dizer para o mundo que Alaíde é minha mãe. A Mãe Preta que cuida, que zela, que passa a mão no telefone para saber como eu estou, por que sumi, o que estou fazendo, para me confortar. Para, através destes gestos me mostrar que a vida é dura, mas que ela ainda é capaz, e muitíssimo capaz de amar e me ensinar a amar e manter a chama viva. E que no final de cada batalha posso ir lá e ela estará pronta e a postos para cuidar das minhas feridas e fazer cicatrizar as dores da alma. Não em postura passiva, mas na sabedoria de quem me mandou para a o campo de batalha, e eu sei muito bem quem comanda a frente.

Este texto é tão somente para dizer e declarar ao mundo a minha querência por Alaíde do Feijão, e principalmente agradecer por tudo!
Alaíde, eu voto em ti com toda a certeza para 3 coisas: ser premiada pela Fundação Cultural Palmares, ser Presidente do Brasil e com mais certeza ainda para ocupar a cadeira do Conselho de Segurança da ONU, pois já te vejo lá, sentada naquele cantinho, dando bons conselhos para o mundo se manter em paz, e quando perguntarem a você como está a sua vida, sei que irá desconversar, como a querer dizer a vida é dura, mas é a que se tem e a que devemos amar e tocar como uma grande orquestra afro. A nos mostrar que a sua passagem por aqui é para se doar, e doar, doar, doar. Ensinando-nos sempre que o amor não tem limites e que apesar de cada não, de cada dor que nos invade somos nós a alegria da cidade.

Alaíde, simplesmente te amo e obrigado por me transformar em alguém melhor para o mundo e mundo muito melhor para mim e muitos outros que podem ate não te conhecer, mas que desfrutam da sua boa energia.

Marcos Rezende
Ogã de Ewá do Ilê Axé Oxumarê
Coordenador Geral do CEN


Participe você também!

http://culturanegra.palmares.gov.br/enquete/

Homenagem a Obaluaê e São Roque


Este mês de agosto é rico em diversidade de festas religiosas. Por conta da associação entre São Roque, que vai ser festejado na próxima segunda-feira, com Obaluaê, título para o orixá Omolu que governa e controla principalmente as doenças de pele, são várias as reverências para esta divindade da nação ketu e semelhantes na nação angola como Kavungo e Azoany da jeje.

Como homenagem estou publicando aqui, dividida em duas partes, uma história deliciosa, das muitas narradas, pelo professor Ubiratan Castro de Araújo no livro Sete Histórias de Negro, publicado em 2006, ampliado com Histórias de Negro, lançado no ano passado.

Desde a primeira vez em que li o conto numa das edições da revista da Fundação Cultural Palmares fiquei encantada e ri muito. O estilo leve e cheio de humor do professor é inconfundível. Lendo, parece que a gente o está ouvindo falar.

Por isso achei que esta era uma boa homenagem a Obaluaê, a quem o professor Bira tem a sua cabeça consgarada. Atotô!

E atenção professores: vale como suporte didático para aplicação da Lei 11.645/08, que reformou a Lei 10.639/3 estabelecendo, além do ensino de História da África e Cultura Afro-Brasileira, a História e Cultura Indígenas.
Fonte: Mundo Afro

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

XII Caminhada Azoany: Vamos caminhar juntos!

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Casa de Santo (2005)

SINOPSE – A religiosidade do povo-de-santo de Maragojipe, cidade histórica do Recôncavo baiano, é detalhada no documentário. Poucas cidades brasileiras possuem a característica religiosa desse município, registrado aqui nas suas mais importantes manifestações, como a festa do caboclo, entre outras. Pastori também documenta, pela primeira vez, o Terreiro do Pinho, que segue os preceitos Jeje e foi fundado em 25 de dezembro de 1658.

Seminário Azoany


O Seminário Azoany é mais uma prova concreta do processo de desenvolvimento civilizatório do povo negro brasileiro, que produz um processo de conhecimento dinâmico através de negros e afro descendentes, dos mais diversos segmentos e das mais diversos segmentos da sociedade, na perspectiva de construirmos a compreensão mais ampla de quais são de fato as grandes contribuições da civilização negra no Brasil, este Seminário traz contribuições de Negros que estão na esfera da justiça, negros no segmento de direito e da política, negros que atuam na polícia e na religiosidade, que fazem uma reflexão sobre segurança pública, que é um conteúdo importante de cidadania, a medida que compreendemos o quanto é difícil se construir esta segurança, sem respeito as diferenças, sem investimentos concretos na reparação, pois sem sobra de dúvida, ainda é um absurdo o pouco investimento que o Estado ainda racista faz, na comunidade negra, que tanto contribuiu e contribui para o desenvolvimento do país e o Estado, não consegue compreender que o investimento na Igualdade. é um investimento estratégico para o pleno desenvolvimento brasileiro.

O Seminário Azoany nos trouxe esta possibilidade de reflexão histórica e um olhar diferenciado, na verdade sentimos falta da presença de educadores e estudantes, pois percebemos que nestes espaços temos uma grande oportunidade de aplicar a lei 10.639, levando a todos que estão envolvidos com a Educação, a compreenderem melhor as contribuições negra no Brasil, no passado e na atualidade e a complexidade destas contribuições, na perspectiva civilizatório, o bom é que os responsáveis da caminhada poderão disponibilizar parte das palestras e debates ocorridos, no site do CEN, onde muitos poderão ter acesso e aqueles que tiverem habilidade, podem gravar em mídia e levar para sua comunidade, para sua escola, sua universidade, seu grupo de estudo e multiplicar mais esta enorme contribuição da civilização negra brasileira, no entendimento do que é de fato ser brasileiro, por um olhar mais amplo, tanto através da religiosidade, quanto através da segurança pública e a complexidade para conseguí-la com o avanço do Estado e da Sociedade, em uma construção democrática e cidadã, onde todos sairão ganhando.

Esta luta, também compreendemos assim, é um processo continuado, da responsabilidade da Ass. Alzira do Conforto, do CEN-Coletivo da Entidades Negras, do NAFRO – Núcleo de Religião de Matriz Africana da PM-BA, da Fundação Palmares, do Governo do Estado, do Governo federal, na perspectiva de transformar este material em mostra, em memória, em vídeo, em estudo continuado para outras organizações, para Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia federal, Ministério Público, Ministério e Secretarias de Educação e Universidades, fazendo com que todos possam conhecer este olhar, estes conteúdos e entender que este processo de aprendizagem, faz parte da democracia e das ações afirmativas, que são políticas fundamentais e estratégicas para o novo desenvolvimento brasileiro, onde a igualdade étnico racial, é um fundamento concreto, sem o qual, dificilmente alcançaremos o nosso pleno desenvolvimento , a evolução social e a segurança e paz que tanto desejamos enquanto sociedade brasileira.

Edson Costa - CEN/BA

Orixás: Oxum

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

XVI Simpósio Baiano de Pesquisadoras(es) sobre Mulheres e Relações de Gênero

Local do Evento:
Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas/UFBA

Período:
8 a 11 de novembro de 2010

Público Alvo:
I. Estudiosas(os) e pesquisadoras(es) baianas(os) envolvidas(os) com o tema.

II. Estudantes de graduação e de pós-graduação, que utilizam as contribuições teóricas do feminismo e as categorias de gênero, raça/etnia.

III. Profissionais, integrantes de Secretarias de Governo, Núcleos de Gênero de Empresas públicas, Sindicatos, Partidos políticos; Assessoras(es) de movimentos sociais e entidades feministas

Contatos:
NEIM – Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher.
Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFBA.
Estrada de São Lázaro, 197 – Federação
Salvador – Bahia - Telefax: (71) 3237-8239
E-mai l: simposioneim@ufba.br

Fonte: UFBA

Orixás: Yemanja

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Sua boa ação pode valer um brinde...


Lembre-se...
De 11 a 14 de agosto, troque uma lata de leite de 400g por uma camisa da Caminhada Azoany.
Horário: 09:00hs às 12:00hs - 14:00hs às 18:00 - Local: Praça do Reggae/ Largo do Pelourinho.


::Caminhada Azoany::
Dia 16 de Agosto - Segunda Feira
09:00hs: Missa na Igreja do Carmo com a Irmandade do Rosário dos Homens de Preto.
11:00hs: Concentração na Praça do Reggae - Saída às 13:00hs com o Afoxé Korin Efan.
Maiores Informações: (71) 3497-2701 - 9623-3554



Até lá!
Albino Apolinário.

Câmara faz homenagem à Irmandade do Rosário dos Pretos


Quarta-feira, às 18 horas, é dia de festejar muito em Salvador pois a respeitada, no melhor sentido da palavra, Irmandade do Rosário dos Homens Pretos vai ser homenageada na Câmara Municipal por seu aniverario de 325 anos.

A justa homenagem foi proposta pela vereadora Olívia Santana (PCdoB), presidente a Comissão de Educação e Cultura da Câmara.

A irmandade tem uma bela obra de resistência. Fundada por homens e mulheres vindos de onde hoje está Angola funcionava como previdência e caixa para compra de alforrias.

É belíssima a sua igreja, atualmente em reforma, situada no Largo do Pelourinho, onde todas as terças-feiras acontece uma missa com elementos afro-brasileiros, que é emocionante e de arrepiar.

Enquanto as obras não são concluídas a irmandade está provisoriamente instalada na Igreja do Carmo.
Fonte: Mundo Afro

Joaquim Barbosa diz que 'lazer' é aconselhado por médicos

Ministro do STF foi flagrado em um bar de Brasília, durante licença médica.
Barbosa está afastado do cargo desde abril para tratar dores na coluna.

Em licença médica desde 27 de abril deste ano para tratar dores na coluna, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa divulgou, nesta segunda-feira (9), nota de repúdio à reportagem de domingo (8) do jornal “O Estado de S. Paulo”, que publicou fotos dele em uma festa na noite de sexta-feira (6) e em um bar da região central de Brasília, no sábado (7).

“Diante das notícias de caráter sensacionalista e fotografias de qualidade duvidosa publicadas nos últimos dias, externo meu repúdio aos aspirantes a paparazzi e fabricantes de escândalos que, sorrateiramente, invadiram minha privacidade em alguns poucos momentos de lazer, permitidos e até aconselhados pelos médicos que me assistem”, afirmou Barbosa.

No texto, o ministro reafirma que, há três anos e meio, sofre de dores crônicas na região lombar e no quadril e, portanto, desde 2008, tem tirado licenças de até três semanas.

Barbosa explica ainda que, em abril deste ano, resolveu licenciar-se por um período de 60 dias para tentar resolver definitivamente o problema. No último dia 2 de agosto, ele pediu uma renovação da licença para ficar afastado por mais dois meses.

Segundo a reportagem do jornal, estatísticas do STF mostram que 13.193 processos tramitam sob a relatoria e Barbosa, incluindo os que estão no Ministério Público Federal para parecer.

“Em meio ao esforço redobrado para alcançar uma plena recuperação, reitero meu compromisso de cumprir com as atribuições constitucionais que me impõe o honroso exercício do cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal”, disse o ministro do STF.

Na semana passada, um julgamento que teve de ser suspenso por conta da ausência de Barbosa e da aposentadoria de Eros Grau, oficializada no último dia 2 de agosto.

Ao final da sessão, o presidente do STF, ministro Cezar Peluso, anunciou a interrupção temporária da licença para que Barbosa analise alguns processos. Nesta segunda-feira, o ministro cumpriu expediente em seu gabinete no STF.

Fonte: G1

Mulheres: Alaíde do Feijão


Alaíde da Conceição tem 62 anos, três filhas e sete netas. Aos 13 anos de idade, aprendeu a cozinhar com a mãe, com quem vendia feijoada na Praça Cayru. No período do Carnaval sua mãe montava, estrategicamente, o tabuleiro na esquina da Ladeira da Montanha, próximo à Praça Castro Alves, local de passagem de todos os blocos e cordões de Carnaval. Isso, no início dos anos 1950. Hoje, Alaíde, é proprietária de um restaurante, o Alaíde do Feijão, localizado no Pelorinho, ponto de encontro de várias ‘tribos’ de Salvador, mas, como ela mesma afirma, seu restaurante é a Central dos Movimentos Negros da cidade. Ela viu surgir os blocos de samba Alvorada, Amor e Paixão, Pagode Total, entre outros.

O restaurante é o lugar onde passa grande parte de seu tempo, saindo somente para cumprir algum compromisso. É seu espaço preferido e o convívio com os clientes um prazer diário que não dispensa. Com muita gratidão, afirma: “o capital dessa casa vem do movimento negro de toda a parte do Brasil, de toda parte do mundo. Vêm militantes de outros países, aqui se fazem os grandes conchavos e eu agradeço muito o carinho e admiração dos homens e das mulheres do movimento negro.”


Nós já votamos no Troféu Palmares e você?!
No campo social, VOTE nessa negona especial!

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Mojuba - Influências Africanas - Parte 02

Caso Januário completa 1 ano sem ter investigação concluída

S. Paulo - Há um ano, precisamente no dia 07 de agosto de 2009, por volta das 22h20 de uma sexta-feira, o técnico em eletrotécnica e vigilante da USP, Januário Alves de Santana, 40 anos, começou a viver um pesadelo que o marcaria para o resto da vida: ele foi torturado por cerca de 25 minutos, por seguranças que o tomaram por suspeito, por ser negro, do roubo do próprio carro – um EcoSport - nas dependências da loja do hipermercado Carrefour, da Avenida dos Autonomistas, em Osasco.

O Inquérito criminal, conduzido pela delegada Rosângela Máximo da Silva, do 9º DP, ainda não foi concluído. Ela marcou a reconstituição do crime para a zero hora do dia 16 para 17 de agosto. A reconstituição deveria ter ocorrido no dia 27 do mês passado, porém, a delegada decidiu realizá-la em horário em que a loja esteja fechada, sem a presença de clientes para não provocar tumulto, atendendo a sugestão do perito Nicolau Constantino Demirsky, do Instituto de Criminalística.

Januário só fala sobre o caso por solicitação das autoridades policiais ou em depoimentos no Inquérito, porém, mandou dizer por seu advogado, Dojival Vieira, ao ser perguntado como se sentia ao lembrar do que passou. “É como se estivesse fazendo um ano de vida”, acrescentou.

O episódio teve repercussão nacional e internacional, nos veículos da grande mídia e nos telejornais das principais redes de TV, a partir da denúncia de Afropress e provocou uma onda de indignação em todo o país.

Memória

A agressão com motivação racial (a suspeita sobre o vigilante, segundo ele próprio, foi provocada pelo fato de ser negro e está na direção de um EcoSport), começou quando por volta das 22h20, acompanhado da mulher, Maria dos Remédios Santana, dois filhos menores, uma irmã e o cunhado, chegou ao estacionamento do hipermercado.

Poucos minutos depois de estacionar, ele foi cercado por um segurança armado que o perseguiu e o rendeu já dentro da loja para onde Januário correu para se proteger. Depois de entrar em luta corporal, o vigilante foi cercado por cerca de outros cinco seguranças que o renderam, o levaram a um corredor reservado e passaram a espancá-lo, exigindo que confessasse que estaria praticando roubos no estacionamento.

A sessão de espancamentos terminou com a chegada de uma viatura da PM, porém, o policial que atendeu a ocorrência, primeiro reforçou a suspeita, sugerindo que confessasse. “Pode confessar, você tem cara de ter pelo menos três passagens. Pode falar. Não nega. Confessa que não tem problema”, teria comentado o PM – José Pina – que comandava a viatura.

Machucado, com a prótese arrancada a socos e sangrando muito, Januário teve que dirigir o próprio carro até o Hospital Universitário da USP, onde foi socorrido. Por causa das agressões o vigilante sofreu fratura no maxilar esquerdo e passou por cirurgia.

Depois de quatro meses de negociações, o Carrefour concordou em indenizá-lo em valores que estão preservados por sigilo de cláusula contratual, além de adotar medidas visando o treinamento de pessoal e valorização da diversidade. Os funcionários da empresa de segurança – a Nacional Segurança – e fiscais da loja envolvidos no episódio, segundo o hipermercado, foram demitidos.

Responsabilidade criminal

A responsabilidade criminal dos acusados, que cabe ao Estado, porém, depende da conclusão do Inquérito, que deverá ser - quando concluída a investigação - encaminhado ao Ministério Público para que ofereça a denúncia.

O advogado de Januário, Dojival Vieira, já pediu a delegada que o caso seja enquadrado como crime de tortura previsto na Lei 9455/97, e não como lesão corporal dolosa, conforme prevê o Inquérito.

Ele acrescentou que o acordo feito com o hipermercado não tem interferência na responsabilidade penal dos envolvidos.

“O Carrefour adotou todas as providências necessárias para apuração dos fatos, bem como tomou a iniciativa de compensar Januário e seus familiares, em condições por eles consideradas plenamente satisfatórias. A empresa cumpriu a sua parte e fez o seu papel. Agora é a hora da Justiça fazer o seu, responsabilizando aqueles que atacaram de forma covarde, e sem qualquer chance de defesa, e ainda tentaram forçá-lo a confessar o roubo do seu próprio carro, tendo como motivação a discriminação racial, já que a suspeita decorreu do fato de Januário ser um negro com aparência humilde na direção de um EcoSport. Para isso é que é fundamental essa reconstituição. Confiamos na Justiça”, afirmou o advogado.

Fonte: Afropress

domingo, 8 de agosto de 2010

Mojuba - Influências Africanas - Parte 01

sábado, 7 de agosto de 2010

Começa votação das indicadas ao Troféu Palmares

A eleição das três homenageadas será pela Internet. Veja como e participe!

As personalidades femininas que receberão o Troféu Palmares, este ano, serão escolhidas em votação aberta, a partir de hoje (06/08/10), pela Internet. As três homenageadas serão escolhidas entre as 15 mulheres selecionadas a partir de uma ampla consulta, envolvendo todo o quadro funcional da Fundação Cultural Palmares - servidores, funcionários e terceirizados. Essa é a terceira edição do Troféu, instituído para homenagear personalidades da sociedade brasileira que contribuem para o exercício do respeito à diversidade e à cidadania, com especial atenção à causa afro-brasileira. Outro diferencial deste ano é a ênfase na questão de gênero: somente mulheres estão concorrendo ao prêmio, que será entregue durante as comemorações do 22º aniversário da Fundação Cultural Palmares.
O PROCESSO - A escolha das homenageadas começou em julho último, com a indicação de mais de 30 candidatas, pelo corpo funcional da Palmares. Desta primeira lista, o corpo diretivo da Fundação selecionou os 15 nomes que participarão da votação aberta (ver lista). Cinco para cada um dos campos previstos pelo regulamento - o cultural, o social e o religioso.A votação aberta começa hoje e prossegue até o próximo dia 15, bastando para isso clicar aqui e seguir as instruções, pois o sistema é auto-explicativo. As candidatas mais votadas em cada campo receberão o Troféu Palmares 2010, no próximo dia 20, no Teatro Nacional de Brasília, constituindo-se no ponto alto das atividades comemorativas do aniversário da Fundação.Aliás, as homenagens da Palmares ao sexo feminino não se resumem à entrega do Troféu. Fechando a noite do dia 20, acontecerá o show Mães D´ Água, protagonizado por sete talentosas cantoras negras do Brasil: Alaíde Costa, Daúde, Luciana Mello, Margareth Menezes, Mart´nália, Paula Lima e Rosa Maria, que sobem ao palco acompanhadas por uma banda-base e uma super orquestra de 45 músicos.O TROFÉU - O Troféu Palmares foi instituído em 2008, para homenagear personalidades brasileiras, por seu trabalho em defesa da sociedade. No primeiro ano de realização, receberam a estatueta a atriz Zezé Mota, a Yalorixá Mãe Stella de Oxóssi e o ministro da Cultura, Juca Ferreira. No ano passado, os agraciados foram Mãe Beata de Iemanjá, Esther Grossi e Haroldo Costa.
Confira aqui, a lista de candidatas e contribua para essa grande homenagem à mulher brasileira.
Fonte: Palmares

Caminhada Azoany: Seminário Direitos Humanos e Religiosidade

No próximo dia 09 de agosto, das 08 a 18 horas, no Auditório do Ministério Publico da Bahia, situado na Av. Joana Angélica, Nazaré, a Associação Comunitária Alzira do Conforto, em parceria com NAFROPM/BA – Núcleo de Religiões de Matriz Africana da Policia Militar e o Coletivo de Entidades Negras, estará realizando o Seminário Direitos Humanos e Religiosidade atividade que faz parte do Projeto Azoany que se completa com a realização da XII Caminhada Azoany no dia 16 de agosto. O evento tem como objetivo oportunizar a discussão com afinalidade de difundir e promover o conhecimento ao publico presente a respeito de cidadania, cultura da paz e religiosidade de matriz africana.

Programação
Toque de abertura
Mesa de Abertura
Exibição de vídeo

Horário: 09 às 12 horas
Palestrantes: Profª. Doutora Vanda Machado, Doutor Almiro Sena da Silva, Drª Iamona Brito
Mediadora: Profª Maisa Flores
Exibição de Vídeo

Horário: 14 às 17horas
Palestrantes: Major PM Paulo Sergio Peixoto,
Profª. Doutora Vanda Machado, Profº Ailton Ferreira, Doutora Márcia Virgens
Mediador: Major Genivaldo
Toque de encerramento
Sua presença é fundamental!

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Conselho Curador da EBC abre consulta pública sobre programas de cunho religioso

O Conselho Curador da Empresa Brasil de Comunicação ( EBC ) abriu nesta sexta-feira (06/08/2010) consulta pública para recolher contribuições sobre a política de produção e distribuição de conteúdos de cunho religioso pelos veículos da EBC. Atualmente, a TV Brasil exibe o programa “Reencontro”, produzido por igreja de orientação evangélica, aos sábados; e os programas “A Santa Missa” e “Palavras de Vida”, de orientação católica, aos domingos. Já a Rádio Nacional de Brasília transmite aos domingos celebração de missa de orientação católica. Tais programas são originários das emissoras que foram absorvidas pela EBC após a sua criação e a aprovação da Lei nº 11.652/2008, que regulamenta o Sistema Público de Comunicação.

A consulta foi motivada por reclamação de telespectadores enviada à Ouvidoria da empresa, tendo resultado em um parecer da Câmara de Educação, Cultura, Ciência e Meio Ambiente do Conselho Curador, que indicou a substituição dos atuais programas por um programa sobre o fenômeno da religiosidade no Brasil, “de um ponto de vista plural, assegurada a participação a todas as confissões religiosas”.
Acesse o
Edital 02/2010 com as regras para a participação na Consulta Pública

Acesse o
Parecer 01/2010 da Câmara de Educação, Cultura, Ciência e Meio Ambiente do Conselho Curador sobre os programas de cunho religioso.

A Consulta

A consulta terá duração de 60 dias, se encerrando em 4/10/2010. Podem participar tanto pessoas físicas quanto organizações da sociedade civil voltadas, ainda que parcialmente, à promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos ou da democracia; à educação ou à pesquisa; à promoção da cultura ou das artes; à defesa, preservação ou conservação do meio ambiente; à representação sindical, classista e profissional. No caso de pessoa jurídica, para que seja considerada habilitada a participar da Consulta Pública, a entidade deverá ter existência legal de, no mínimo, 1 (um) ano até a data de publicação deste Edital.

Para participar da Consulta Pública, o usuário ou entidade deverá encaminhar à Secretaria Executiva do Conselho Curador, por via postal registrada ou por e-mail, no prazo de até 60 (sessenta) dias contados da data de publicação do Edital, manifestação acerca do tema, assinada pelo usuário ou pelo representante legal da entidade.

No caso de manifestação de pessoa física, o participante deverá ainda enviar cópia simples de Carteira de Identidade ou Habilitação.

No caso de manifestação de entidade, a mesma deverá ainda encaminhar cópia simples da última versão do estatuto da Entidade; cópia simples da última ata de assembleia; e procuração, se necessário for, designado o Representante Legal da Entidade par fins deste processo.
Endereço para envio de documentos:
EBC – Secretaria Executiva do Conselho Curador
Av. Mofarrej, 1200 – Vila Leopoldina
CEP: 05311-907
São Paulo – SP

Caso optem por enviar suas contribuições por email, usuários e organizações civis devem enviar a manifestação sobre o tema, bem como os documentos necessários descritos acima, em arquivos digitais escaneados, ao endereço eletrônico
conselho.curador@ebc.com.br, também até o limite do dia 4/10/2010.

As dúvidas podem ser esclarecidas pelo
conselho.curador@ebc.com.br

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Sessão Brascuba: Aspectos da diáspora africana narrados através do cinema

clique na imagem para ampliar

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Voto em negro até para síndico de prédio

Voto em negro até para síndico de prédio
Por: Hamilton Borges Walê

Que se arranjem com seus negros bons

Volto a escrever para acalmar minha alma. Para que serve a escrita nesses tempos duros de morte das idéias? Maca do Blacktude diria: “É para nos fazermos juntos.” Eu concordo, as negras e os negros têm que seguir juntos nessa empreitada de construir a liberdade.

Essa liberdade incompleta não pode nos satisfazer. Minha alma rompe o mato e faço “trocentos” quilombos quando escrevo. Quilombo não se faz como capacho, quilombo se faz na marra, arrancando sangue da alma todo dia. Quilombo não se faz com uma simpatia subserviente de certos “ativistas” com seus dentes abertos toda vez que a casa branca solicita.

Em tempos de eleições um fenômeno toma as cidades: são vários fenômenos. Eu me concentrarei em um destes muitos para a nossa reflexão. Refiro-me a essa elasticidade das convicções, uma tolerância obesa com os insultos que nos são lançados, uma malemolência pragmática com os inimigos, uma frouxidão militante. Não entramos em eleições para levantar votos apenas, entramos para afirmar um projeto, para disputá-lo com quem julgamos minimamente aliados, ou no máximo parceiros possíveis para uma aliança em vista da construção de um pais melhor. Queremos uma nova Bahia, por isso não esperem de nós anarquismo de ultima hora , nem “hipismo afro-descendente”. Nós disputamos projetos .

Queremos poder para os negros e negras que fizeram esse país com sangue e vidas desgastadas. Se queremos poder para os negros , votamos em negros em todas as instâncias possíveis. Eu voto em negros e negras até para síndico de prédio.

Porque os negros e negras vieram para esse território seqüestrados

Porque o racismo nos colocou e continua colocando em desvantagem diante dos brancos e isso precisa ser corrigido

Por que nossa pauta principal não pode ser apêndice da pauta dos outros

Porque a cor da pele, ao contrário do que pretendem nos convencer mais de 30 anos depois do Ilê Aiyê e MNU afirmarem nossa consciência racial, pode significar vida ou morte em dada circunstância.

Quando uma líder Negra, tarimbada nas administrações de esquerda e de direita diz em pleno pulmões que a cor da pele ( tinta forte ou tinta fraca) não importa numa eleição, a levanta aplausos de uma platéia de maioria negra , comete um desserviço: o assassinato de idéias caras a nossa luta , uma sacanagem.

Voto em pretos, e escolho o melhor projeto. Por isso Sergio São Bernardo, 13310, um advogado socialista que entende que um projeto pan-africanista de poder é possível, um ex-camelô , lutador de boxe, líder estudantil, professor de direito e filosofia do direito , que reuniu o que há de melhor do movimento negro baiano em torno de sua candidatura. Que pisa no mato , como pisa no barro, como pisa no asfalto com a mesma majestade política que herdamos de Xangô ( de quem é Filho ) e iniciado como Ogã de Oyá .

Por isso voto em Valmir Assunção 1310, natural de nova alegria, pros lados de Itamarajú. Homem negro que partiu para São Paulo adolescente para tentar a sorte e ajudar a família. Homem negro que fundou o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, que levantou a esperança do povo negro e pobre do Sertão, que atuou na Secretaria de Desenvolvimento Social do Governo e Combateu a Pobreza, que é contra grades e cercas e que repete a plenos pulmões que foi ganho para a questão racial , ou seja: nós os negros temos um projeto para o Brasil .

Por isso escrevo aqui: para me expor, expor minhas idéias e debater. Expor minha opção política pelo voto racial, comprometido com meus discursos e história na militância. Voto racial porque o racismo é a contradição principal da sociedade brasileira e precisa ser corrigido.

http://www.afropress.com/colunistasLer.asp?id=748

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Já iniciamos a contagem regressiva...



Leitores Amigos,

A ansiedade é grande, o trabalho é intenso, mas o prazer é enorme!
São 12 anos reverenciando e agradecendo a Azoany por ter conseguindo chegar até aqui!
São inúmeras reuniões para desenhar o formato dessa Caminhada.
Aproveitando o espaço... Um agradecimento especial à todos os Parceiros de luta, Parceiros de Axé, Parceiros institucionais, os Blogs/Sites diversos, Amigos e Familiares que caminham comigo nessa história!
Lembrando, à todos, que no dia 9 de Agosto realizaremos nossos Seminário no marcado no Ministério Público/Bahia e no dia 16 de Agosto caminharemos juntos, até "São Lázaro", mais uma vez!
Até lá!
Albino Apolinário.

COPENE reuniu intelectuais negros

O VI Congresso Brasileiro de Pesquisadores Negros realizado na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), terminou nesta quinta-feira (29/07), após quatro dias intensos de seminários, mesas redondas, apresentações de pôsteres, oficinas e mini-cursos acerca do tema da diáspora africana.

O melhor saldo, segundo a organização, foi a presença maciça de pesquisadores, militantes e estudantes da temática negra. Mais de mil pessoas de todo o país e outros países da diáspora africana participaram do evento, discutindo e dialogando sobre propostas e experiências no campo científico e artístico.

O VI Copene conseguiu concretizar uma pauta que há muito tempo vem sendo lutada, que é justamente promover essa interlocução entre negras e negros na academia nacional e internacional, a fim de elaborar propostas para lidar com suas dificuldades nesse ambiente, bem como traçar táticas e estratégias para a luta anti-racista.

O Congresso contou com aproximadamente 800 inscrições, 1000 ouvintes, 77 coordenadores dos 23 eixos, 11 mesas redondas 42 posters, 5 painéis e 6 sessões Especiais. A programação cultural contou com uma leitura dramática de Cidinha da Silva por Iléia Ferraz e grande Elenco, duas rodas de samba, show da banda Caixa Preta, lançamento de livros, exposição de quadros e projeção de fotos.

Fonte: Afropress

Censo 2010: Computadores armazenarão questionários

Seminário “Integralidade dos Direitos Humanos, Equidade de Gênero e Raça”

Relatoria do Direito à Saúde Sexual e Reprodutiva da Plataforma Dhesca Brasil tem no seu Plano de Trabalho para 2010 a realização de um seminário cujo objetivo é debater questões conceituais sobre igualdade de gênero e raça, como forma de contribuir para o avanço das propostas das Relatorias de Direitos Humanos, tendo em consideração que, para algumas pessoas, esse é um tema ainda relativamente desconhecido.


A Relatoria do Direito à Saúde Sexual e Reprodutiva da Plataforma Dhesca Brasil tem no seu Plano de Trabalho para 2010 a realização de um seminário cujo objetivo é debater questões conceituais sobre igualdade de gênero e raça, como forma de contribuir para o avanço das propostas das Relatorias de Direitos Humanos, tendo em consideração que, para algumas pessoas, esse é um tema ainda relativamente desconhecido.

Esta proposta partiu da constatação de que o trabalho das Relatorias não contemplava uma análise de gênero e de raça/etnia, deixando questões importantes da população feminina, da população negra e outros grupos étnicos ausentes da maioria das atividades da Plataforma. Introduzir as questões relativas a gênero e raça nos debates, documentos, diagnósticos, relatórios, missões e demais atividades das Relatorias é uma forma de dar visibilidade aos direitos humanos das mulheres, negros e grupos étnicos.

O Seminário ocorrerá nos dias 12 e 13 de agosto em Brasília, e contará com a participação das Relatorias, Assessorias, Coordenação, Secretaria Executiva, representantes da UNFPA e especialistas. Estão se articulando ainda a vinda das Relatorias Argentinas do Direito das Crianças e do Direito à Justiça, para troca de experiências.

O propósito do seminário é que as Relatorias incorporem as perspectivas da igualdade de gênero e da igualdade de raça nas suas ações. A expectativa é a de que, a médio prazo, as Relatorias e Assessorias dialoguem com os sujeitos das localidades visitadas por ocasião das missões sobre a urgência de se desconstruir as relações desiguais de poder em matéria de gênero e de raça/etnia nos espaços da vida cotidiana, dos movimentos sociais, da academia, da incidência política, do controle social e demais campos da participação cidadã.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Começa o Censo do IBGE que afirmará país de maioria negra

O Censo do IBGE que começou neste domingo (1º/Agosto) confirmará o que estudos acadêmicos e a própria Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio (PNAD), vem indicando: a soma de pretos e pardos auto-declarados passou de 51% e o Brasil já é um país de maioria negra.

O quesito raça é pesquisado desde o primeiro Censo realizado em 1.872 e se manteve no segundo, em 1.890. Nos Censos de 1.900 e 1.920 foi suprimido, retornando em 1.940, sob a denominação de cor. Em 1.970, sob a ditadura militar, voltaria a ser novamente suprimido, voltando a aparecer no de 1.980. Em 1.991, o quesito cor voltou a figurar no Censo, a exemplo da nova categoria “indígenas e amarelos”.

O Censo de 2010 mobilizará 191.972 recenseadores, 33.012 agentes censitários e 332 analistas censitários. Serão percorridos os 5.565 municípios e 58 milhões de domicílios serão visitados. O critério adotado pelo IBGE é autodeclatório. No quesito raça/cor as alternativas são: preto, pardo, amarelo, indígena e branco.

O Censo também deverá apontar o crescimento das religiões de matriz africana, graças a iniciativas como a do Coletivo de Entidades Negras (CEN), que lançou a campanha "Quem é de Axé diz que é". Segundo seu idealizador, o jornalista Márcio Martins Gualberto, colunista de Afropress "as religiões de matrizes africanas, por preconceito, ainda são associadas só a negros, pobres e analfabetos".

"Isso leva muitos a se dizerem católicos ou espíritas, em vez de umbandistas e candomblecistas", frisa Márcio. O Censo de 2000 registrou que 0,3% da população declarava ser adepto de religiões afro.

Não deixe sua cor passar em branco

Entidades do Movimento Negro de todo o país também retomaram a campanha "Não deixe sua cor passar em branco", que acontece desde 1.991.

De acordo com o Relatório Anual das Desigualdades Raciais no Brasil (2007/2008), coordenado pelo economista Marcelo Paixão, apenas duas regiões, das cinco do país, são majoritariamente brancas: as regiões sul e sudeste.

As demais – Norte, Nordeste e Centro-Oeste - tem maioria negra. Mesmo assim, também nas regiões Sul e Sudeste estudos indicam que o contingente de pessoas negras vem aumentando, de 33,4% para 40,2% na região Sudeste e de 15,2% para 19,7% na região sul

“Não temos qualquer dúvida de que a resistência em tratar de raça-cor e em tudo o que a discussão implica – como políticas de reparações, com fundo para superação do racismo histórico – é a mesma que teremos de enfrentar no tratamento das Religiões de Matrizes Africanas. Não dissimular a declaração de adepto ou adepta das religiões de Axé, trazidas e preservadas como memória ancestral por aqueles e aquelas que resistiram à travessia e morte nos porões dos navios tumbeiros é dignificar a humanidade que por princípio e necessidade é diversa e assim deve permanecer”, afirma o sociólogo Marcos Cardoso, uma das lideranças da Coordenação Nacional de Entidades Negras (CONEN).

Campanha é alerta

Segundo ele a campanha “Não deixe sua cor passar em branco!” tem o objetivo de sensibilizar os negros e seus descendentes para assumirem sua identidade histórica insistetemente negada. “Ao mesmo tempo é um alerta para a manipulação da identidade étnico-racial dos negros brasileiros em virtude de uma miscigenação que se constitui num instrumento eficaz de embranquecimento do país por meio da instituição de uma hierarquia cromática e de fenótipos que têm na base o negro retinto e no topo o ‘‘branco da terra'', oferecendo aos intermediários o benefício simbólico de estarem mais próximos do ideal humano, o branco”, acrescenta.

No Censo deste ano Cardoso disse que a campanha terá o mote “Sou negro e sou de Axé”, que é a forma de incentivar aos adeptos de religiões de matriz africana a assumirem sua identidade religiosa.

Identidade

Cardoso enfatiza a importância da população negra assumir sua própria identidade: “Enquanto estivermos, como estamos hoje – após 122 anos da abolição da escravatura – vivendo uma abolição não conclusa, precisaremos reafirmar nossa etnia do ponto de vista político; econômico; habitacional; na área da saúde; na área da educação; nas condições de supressão da liberdade que não se dá apenas aos presidiários, mas a pais e mães que clamam por políticas para garantir que seus filhos e filhas possam crescer com dignidade e sem ameaças”, afirma.

domingo, 1 de agosto de 2010

Abdias rebate tentativa de manipulação

O ex-senador Abdias Nascimento, 96 anos, o maior ícone vivo do Movimento Negro Brasileiro, não gostou da tentativa de manipulação feita pela Coordenação de Comunicação da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), que apresentou uma carta sua datada de 20 de julho como parte da propaganda em favor do texto do Estatuto aprovado pelo Senado e sancionado pelo Presidente da República.

Em outra carta enviada ao Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao ministro chefe da Seppir, Elói Ferreira de Araújo e ao senador Paulo Paim (PT-RS), o velho líder é incisivo. “A sanção do Estatuto nos termos negociados não me inspira qualquer sensação de euforia ou ufanismo, e muito menos de vitória. Todos nós sabemos que, no processo de negociação do texto prevaleceu o peso das forças contrárias ao ponto de descarecterizá-lo de forma significativa”, afirma.

Sobre o texto, Abdias acrescenta que “é mais do que tínhamos antes, sim; é uma referência jurídica nova, sim”. Mas, o ganho é ínfimo diante das justas demandas da população negra e diante dos próprios avanços que o movimento social já conseguiu construir”.

Veja, na íntegra a carta enviada por Abdias

Rio de Janeiro, 23 de julho de 2010.
Carta Aberta aos Excelentíssimos Senhores
Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente da República
Elói Ferreira de Araújo, Ministro Chefe da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial
Paulo Paim, Senador da República,

Ao ato de sanção do Estatuto da Igualdade Racial, tive ocasião de dirigir a Vossas Excelências, e à todos os presentes àquela cerimônia, uma saudação respeitosa reconhecendo possibilidades que a nova legislação oferece. A Seppir publicou o texto em seu site caracterizando-o como aplauso.

Minha mensagem homenageia as pessoas que atuaram durante uma década com competência, compromisso e dedicação na construção do projeto, observa a intervenção de forças políticas contrárias no conteúdo do Estatuto; constata que mesmo assim ele constitui uma referência jurídica de apoio a ação social em busca de reais avanços; afirma que o movimento negro continuará a sua luta; oferece aos ativistas desse movimento palavras de incentivo e axé.

Senhor Presidente, Senhor Ministro, Senhor Senador,

A sanção do Estatuto nos termos negociados não me inspira qualquer sensação de alegria, euforia e ufanismo, e muito menos de vitória. Todos nós sabemos que, no processo de negociação do texto, prevaleceu o peso de forças contrárias ao ponto de descaracterizá-lo de forma significativa. Em aspectos específicos seus dispositivos estão aquém do alcance de ações já existentes. Ficamos com um conjunto de princípios gerais enunciados em linguagem de notável confusão conceitual. É mais do que tínhamos antes, sim; é uma referência jurídica nova, sim. Mas o ganho é ínfimo diante das justas demandas da população negra e diante dos próprios avanços que o movimentos social já conseguiu construir.

A substituição da palavra “racial” pela palavra “étnica” em todo o texto reflete a triste permanência da ideologia racial que nos oprime há meio milênio. Arautos da continuação de privilégios raciais encastelados por meio da discriminação hoje inventam um absurdo imaginário em que os alvos dessa discriminação se tornaram culpados de um suposto racialismo. Os inventores de tal imaginário manipulam o ingênuo senso comum e popular de igualitarismo, tão equivocado quanto é caro à identidade nacional. A má fé desses manipuladores se manifesta em ataques covardes difundidos pelo poder da grande imprensa contra intelectuais dignos como o professor Kabengele Munanga, cuja boa fé ninguém em sã consciência consegue duvidar.

Não me cabe apoiar ou aplaudir a legislação do país. Cabe-me sim, apoiar e aplaudir as forças políticas que se dedicam a combater o racismo. Isto eu farei sempre.

Atenciosamente,
Abdias Nascimento


Fonte: Afropress

Faltam menos de 10 dias para o Seminário Azoany!

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