Ontem foi um dia muito especial para mais um passo na batalha pela defesa da liberdade religiosa
e contra a intolerância. Pela primeira vez desde 1920, representantes das religiões de matrizes africanas participaram da comemoração da Páscoa Militar, organizada pela representação do Exército em Salvador (a VI Região Militar).
O evento foi no Quartel da Mouraria e contou com a participação de sacerdotes e sacerdotisas ilustres das religiões afro-brasileiras em Salvador, como Tata Anselmo do Mokambo; Babá PC do Oxumaré; Ebomi Nice de Oyá da Casa Branca; professor Jaime Sodré; Tata Eurico; Tata Esmeraldo Emetério, dentre muitos outros. Dentre os representantes de outras religiões, destaque para o querídissimo pastor Djalma Torres, que tem um belíssimo trabalho na área de promoção do diálogo interreligioso, e o pastor Fernando Carneiro que segue este caminho também.
A vitória é do Neafro (Núcleo de Estudos das Religiões Afro Indígenas do Exército) que surgiu no ano passado já sob a inspiração do Nafro-PM (Núcleo de Estudos das Religiões de Matrizes Africanas da Polícia Militar da Bahia) .
Há seis anos, liderados pelo tata de inquice e bravo sargento Eurico Alcântara, um grupo de PMs procurou o comando da PM para questionar o porquê das religiões de matriz africana não ter representação num congresso religioso da corporação. Receberam a resposta que eles não estavam organizados. Eles então pediram a autorização e o grupo que era formado por apenas seis aumentou em um mês para 200 PMs que declararam seu pertencimento afrorreligioso.
A experiência e sucesso do Nafro PM serviu de base para o surgimento de uma associação parecida na PM de São Paulo e agora no Exército. Já há, inclusive, a mobilização para ações semelhantes também na Marinha e Aeronaútica.
Para saber mais sobre o evento leiam a matéria de Maria Rocha publicada na edição de hoje de A TARDE (1º caderno, pg. A5).