Pelo décimo quarto ano consecutivo a Associação Comunitária Alzira do Conforto...

... realiza, no mês de agosto, a Caminhada Azoany, evento realizado no dia de comemoração a São Lázaro, que consiste em um cortejo com saída do Pelourinho até a Igreja de São Lázaro, no Bairro da Federação, momento onde os adeptos da religião de Matriz Africana, (candomblé) agradecem ao Orixá, Inkisse.

Azoany, com é conhecido no Jejé, é o Deus de saúde e morte, o Orixá, Inkise que esta em plena consonância e contato com a humanidade, buscando através do dia a dia a solução de problemas que atingem a matéria humana.

No dia 16 de agosto de 2012 completou 14 anos que um grupo de pessoas ligadas ao Candomblé e a Igreja Católica, resolveram partir do Pelourinho em direção a Igreja de São Lázaro, para comemorar o dia de São Lázaro e Azoany (Omolú, Obaluaê), para reverenciar e cumprir promessas em agradecimento. Atotô, Obaluaê!

sábado, 1 de dezembro de 2012

Carnaval 2008






















sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Baianos celebram Azoany e São Lázaro, em Salvador


Por Edinei Dantas

Mais um ano de sucesso da Caminhada Azoany, em sua XIV edição, graças aos orixás que receberam de bom grado todas as homenagens e a você que se vestiu de branco e juntou-se a nós naquela belíssima festa. Nossos agradecimentos a todos que participaram da organização do evento e das celebrações. Obrigado aos policiais militares de serviço, nos dando apoio e proteção em todo momento, bem como ao comando do 18° BPM pela presteza nas ações e aos agentes da Transalvador pelo controle e ordenamento do tráfego.
Outra vez milhares de pessoas, católicas e do axé, renderam graças, nesta quinta, 16, a quem vem concedendo abundante graça no curso de nossas vidas. Ano que vem estaremos juntos novamente. AXÉ!







quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Caminhada para celebrar o Dia de São Lazaro e Azoany

Por Edinei Dantas

Acontece hoje, 16, a partir das 10 horas, a 14ª edição da Caminhada Azoany, quando cerca de 3000 adeptos da religião de Matriz Africana (candomblé), agradecem ao Orixá Inkisse, em cortejo do Pelourinho até a Federação, na Igreja de São Lazaro, Santo homenageado nesta data. Quem quiser se padronizar pode trocar uma lata de leite pela camisa do evento, na sede da Associação Comunitária Alzira do Conforto, à Rua das Laranjeiras, nº14, no Pelourinho.

Azoany, como é conhecido no Jejé, é o Deus de saúde e morte, o Orixá Inkisse, que está em plena consonância e contato com a humanidade, buscando através do dia a dia a solução de problemas que atingem a matéria humana. No dia 16 de agosto de 1999 a Associação Comunitária Alzira do Conforto reuniu um grupo de pessoas ligadas ao Candomblé e à Igreja Católica, a fim de comemorar o dia de São Lázaro e Azoany (Omolú, Obaluaê), para reverenciar e cumprir promessas em agradecimento.
Além da Caminhada a instituição realiza seminários em todas as edições, discutindo assuntos relacionados à religiosidade, buscando com isso encontrar caminhos que fortaleçam a religiosidade em nosso estado.

Programação:

 - 10 Horas - Missa na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos.

- 12 Horas – Concentração na Rua das Laranjeiras, próximo ao Projeto Axé do Pelourinho e caminhada até a Igreja de São Lázaro, na Federação.

- 14 Horas – Saída do Cortejo.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Sua boa ação vale uma camisa!


14ª CAMINHADA AZOANY

Caminhada
Dia 16 de agosto
09:00hs. Missa na Igreja do Rosário dos Homens de Preto.Largo do Pelourinho.
Concentração: 11:00hs. na Rua das Laranjeiras - proximo ao projeto Axé –  saída ás 13:00hs. com o Afoxé Mojubá.

Camiseta
  A Troque uma camisa por uma  lata de leite de 400g. no dia 12 á 15 de agosto, no horário das 09:00hs ás 12:00hs. e das 14:00hs ás 18:00. Local: Rua das Laranjeiras nº 14  - Pelourinho.

 Informações: (71) 3497-2701 9623-3554
e-mail: alziradoconforto@hotmail.com
caminhadaazoany.blogspot.com

Caminhada Azoany 1999/2012

No ano de 1999, a Associação reuniu o povo de Santo da Bahia e deu inicio a uma das mais tradicionais manifestações e crescente na Bahia – Surgia a Caminhada Azoany, uma referencia ao Orixá/Inkisse da religião Afro Brasileira – O poderosíssimo Omolu Obaluaé.
Atualmente estamos na XIV edição do evento, que já reúne cerca de 3000 pessoas que caminham do Pelourinho até a Igreja de São Lázaro, vestidos de Branco, reverenciando a Orixá/Inkisse, agradecendo as conquistas adquiridas através da fé que a ele é referenciada.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Sobre a tentativa de expulsão do Quilombo Rio dos Macacos, Bahia

PR – Adeptos das Religiões Afro-Brasileiras denunciam Intolerância Religiosa


Nelson Figueira
Seguidores das religiões do candomblé e da umbanda denunciam que estão sendo alvos de intolerância religiosa. Centros têm sido apedrejados durante as celebrações, pessoas, até mesmo armadas, ameaçam invadir os templos, e fiéis e mães e pais de santo são xingados.
A violência atinge graus diversos como a colocação de faixas em frente aos centros e até mesmo invasões e ataques. O último registro de intolerância aconteceu entre a manhã e a tarde de terça-feira, 7, no Ijoba Ase (axé) Baru, centro de candomblé no Jardim Canadá.
Os invasores não apenas invadiram o local como escreveram no chão, tomaram bebidas, fumaram, comeram, jogaram alimentos pelo chão, abriram armários e roubaram jóias e dinheiro
Fonte: 
http://religioesafroentrevistas.wordpress.com/2012/08/12/pr-adeptos-das-religioes-afro-brasileiras-denunciam-intolerancia-religiosa-2/

Mostra das Culturas Populares e Tradicionais Paulistas: uma boa oportunidade de conhecer a cultura popular paulista


A Mostra das Culturas Populares e Tradicionais Paulistas que acontece nos dia 24, 25 e 26 de agosto no SESC Pinheiros, comemora os dez anos do Fórum para as Culturas Populares e Tradicionais
Organizada pelo Fórum para as Culturas Populares e Tradicionais em parceria com a Gerência de Programas Socioeducativos do SESC SP, a Mostra das Culturas Populares e Tradicionais Paulistas reunirá no mesmo cortejo jongueiros, Congos, festeiros, moçambiques, catiras, músicos, agentes e artistas populares paulistas em três dias de festas, rodas de conversa e oficinas de danças. Os debates incluem temas como Patrimônio Imaterial, Políticas Públicas e Saberes Tradicionais e mantém a “tradição” do Fórum de articulador dos atores, produtores e artistas populares com a assembleia que acontece no dia 26 de agosto, domingo, a ideia é discutir novas ações e o projeto do Encontro de Culturas Populares e Tradicionais em 2013.
Além das oficinas de Danças, acontecerá a oficina de Capacitação de mestres e lideranças comunitárias para a apresentação de propostas aos órgãos financiadores das atividades culturais. Mais de 350 brincantes participarão do evento possibilitando a integração do público com as festas, cortejos e danças populares brasileiras!
Um pouquinho da história do Fórum para as Culturas Populares e Tradicionais
O Fórum iniciou atividades em 26 de agosto de 2002 e, desde então, participou, em âmbito estadual, da construção do Fundo Estadual de Arte e Cultura, posteriormente batizado de Plano de Ação Cultural (ProAC), participando também do Fórum de Entidades Culturais do Estado de São Paulo.
Realizou ações de capacitação das comunidades tradicionais para a participação mais efetiva e qualitativa em processos de seleção pública e como protagonistas das políticas que os afetam. Esse foi o objetivo das oficinas de Elaboração de Projetos Culturais realizadas em 2006 (ProAC 17 – Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo), e de 2007 a 2009 nas oficinas do ProAC – Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo e dos Prêmio Culturas Populares/MinC. Tem colaborado com a criação de fóruns regionais em diversos estados. A partir de outubro de 2011, o Fórum passou a atuar em todo o território brasileiro.
Em âmbito nacional, o Fórum articulou a realização do I Seminário Nacional de Políticas Públicas para as Culturas Populares juntamente com o Fórum de Culturas Populares, Indígenas e Patrimônio Imaterial do Rio de Janeiro e a então nascente Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural (SID) do Ministério da Cultura. Este seminário contou com alto grau de participação popular na construção de diretrizes para o segmento, tornando-se referência para a construção de projetos, programas e ações governamentais, como o Prêmio Culturas Populares.
MOSTRA DAS CULTURAS POPULARES E TRADICIONAIS PAULISTAS
Programação
24 de agosto – sexta-feira
17h às 18h – Intervenção urbana na Praça Padre Septímio Ramos Arante em cortejo até o SESC Pinheiros:
Apresentação de sete grupos da cultura popular brasileira: Congada de Sta. Efigênia (Mogi das Cruzes/SP), Cia. de Moçambique Unidos de São Benedito do Parque Bandeirantes (Taubaté/SP), Folia de Reis Estrela do Oriente (São Paulo/SP), Samba de Bumbo Vovô da Serra Japi (Pirapora do Bom Jesus/SP), Maracatu Porto de Luanda (São Paulo/SP), Congada Divino Espirito Santo (Mogi das Cruzes/SP), Cia Caracaxá (São Paulo/SP).
18h30 – Apresentação do Toré Pankararu
Local: Praça do Sesc Pinheiros
19h às 19h20 – Abertura com Danilo Santos de Miranda e Marcelo Manzatti
Local: Ginásio 7º andar SESC Pinheiros
19h20 às 20h30
Mesa de abertura – Encontro de Saberes com Mestre Alcides de Lima e Alberto Ikeda
Local: Ginásio 7º andar SESC Pinheiros
20h às 21h30 – Grupo Folias e Folguedos – Inimar dos Reis
Local: Arena no 7º. Andar
25 de agosto – sábado
10h30 às 12h
Local: Ginásio 7º andar
Oficina de Capacitação Ginásio de mestres e lideranças comunitárias para a apresentação de propostas aos órgãos financiadores das atividades culturais com Fórum para as Culturas Populares e Tradicionais (FCPT).
10h30 às 12h
Local: Espaço Mosaico
Oficina Brincando com Dança com Vera Athayde, Kelly Soares e Paulo Gonçalves.
14h às 16h
Local: Ginásio 7º andar
Roda de Conversa – Políticas Públicas para as Culturas Populares e Tradicionais
FCPT, Ministério da Cultura, Secretaria de Estado da Cultura, Secretaria Municipal da Cultura. Mediação Tião Soares
15h30 às 17h
Local Ginásio Topázio – 5º andar
Oficina Brincando com Dança com Vera Athayde, Kelly Soares e Paulo Gonçalves.
16h às 19h30
Local: Praça SESC Pinheiros
Apresentações: Favoritos de Catira (Guarulhos/SP) e Edson Alves Fontes, Congada de São Benedito do Belém (Taubaté/SP), Samba Lenço (Mauá/SP) e Batuque de Umbigada (Piracicaba, Tiête e Capivari/SP)
26 de agosto – domingo
10:30h às 12h
Local: Arena no 7º. Andar
Roda de conversa – Patrimônio Imaterial com Gil do Jongo, Julio Moracen Naranjo e Marcelo Manzatti
10h às 12h
Local: Espaço Mosaico
Oficina Brincando com Dança Vera Athayde, Kelly Soares e Paulo Gonçalves.
13h às 15h
Local: Ginásio 7º andar
Assembleia do Fórum para as Culturas Populares e Tradicionais – FCPT
15h às 16h30
Local: Praça SESC Pinheiros
Apresentação dos integrantes da Oficina Brincando com Dança
16h30 às 19h
Local: Pça SESC Pinheiros
Apresentação do Cambaiá – Cia. De Moçambique de São Benedito (São Paulo/SP) e Jongo de Embu (Embu das Artes/SP)
SERVIÇO – MOSTRA DAS CULTURAS POPULARES E TRADICIONAIS PAULISTAS
Temporada: de 24, 25 e 26 de agosto. Sexta, sábado e domingo
Local: diversos espaços (consultar programação)
Entrada Gratuita.
SESC Pinheiros: Rua Paes Leme, 195.
Para informações sobre outras programações www.sescsp.org.br
Enviada por Marcelo Manzatti.

MPF denuncia tripulação de navio por crimes de racismo, tortura e tentativa de homicídio


Réus agrediram e lançaram ao mar um camaronês que entrou clandestinamente na embarcação, em junho deste ano
O Ministério Público Federal (MPF) em Paranaguá denunciou os 19 tripulantes do navio MV SEREF KURU, de bandeira maltesa, por tortura, racismo, e tentativa de homicídio. A tripulação é acusada abandonar o camaronês Wilfred Happy Ondobo em alto-mar. O crime aconteceu em junho deste ano.
O camaronês entrou clandestinamente no navio no Porto de Douala (Camarões). Em depoimento, Ondobo afirmou que foi agredido verbal e fisicamente, além de ter sido privado de sono e mantido em uma pequena cabine, antes de ser obrigado a sair do navio, em mar aberto. O homem permaneceu à deriva em um pallet (estrutura de madeira usada no transporte de cargas) por cerca de 11 horas, até ser resgatado por um navio que vinha do Chile. O fato teria ocorrido a aproximadamente 8 milhas náuticas (quase 15 quilômetros) da costa brasileira.
Ondobo contou, em depoimento, que permaneceu escondido por oito dias até que sua comida e água acabassem. Quando foi descoberto, disse que levou chutes no peito e tapas no rosto, chegando a ficar desacordado. Segundo ele, um dos agressores disse que “não gostava de preto” e que para ele “todos são animais”. Ao longo da viagem, o clandestino recebia duas refeições diárias e, à noite, alguns tripulantes batiam na porta e na janela para evitar que ele dormisse. Depois de 11 dias no navio, por volta das 19h, o camaronês recebeu uma lanterna e 150 euros da tripulação e foi obrigado a sair do navio.
Em um primeiro momento, a tripulação do navio negou que tivesse ocorrido qualquer episódio envolvendo um clandestino a bordo. No entanto, em buscas e apreensões realizadas a pedido do MPF e autorizadas pela Justiça, foram arrecadados vários elementos que indicam a presença do camaronês no navio, tais como a compatibilidade da descrição de detalhes do interior da embarcação e, ainda mais contundente, a localização e apreensão de uma fotografia que a vítima escondeu com objetivo de comprovar sua permanência no local.
A tripulação do navio ainda está proibida de deixar Paranaguá, sob a vigilância da agência marítima.
http://www.bemparana.com.br/noticia/226528/mpf-denuncia-tripulacao-de-navio-por-crimes-de-racismo-tortura-e-tentativa-de-homicidio

domingo, 12 de agosto de 2012

Aluno branco de escola privada tem nota 21% maior que negro da rede pública


Carlos Lordelo, Davi Lira, Ocimara Balmant e Paulo Saldaña –  O Estado de S.Paulo
Recorte inédito de dados de desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2010 nas capitais do País, além de confirmar a distância entre as notas médias dos estudantes de colégios particulares e os de escolas públicas, revela o abismo que separa estudantes brancos e negros das duas redes.
Os números mostram que as notas tiradas pelos alunos brancos de escolas particulares no exame são, em média, 21% superiores às dos negros da rede pública – acima da diferença de 17% entre as notas gerais, independentemente da cor da pele, dos estudantes da rede privada e os da rede pública. O levantamento também aponta distorções entre os Estados. De acordo com especialistas, esse cenário é o reflexo da desigualdade social e também da diferença dos níveis de qualidade das redes estaduais.
A reserva de vagas por cor de pele está na Lei de Cotas aprovada no Senado na semana passada. O projeto, que precisa ser sancionado pela presidente Dilma Rousseff, prevê que 50% das vagas das universidade federais sejam reservadas para alunos da escola pública – respeitando critérios de renda e reservas proporcionais por Estado para pretos, pardos e indígenas.
Como a maioria das federais adota o Enem como critério de seleção, o levantamento indica um cenário aproximado sob a nova Lei das Cotas.
Vantagem da escola paga. Por sua vez, a nota média de negros que estudam em escola privada é 15% superior às dos negros da rede pública – próxima dos 17% entre todos os estudantes da rede particular e da rede pública.
Embora em menor dimensão, a variação de desempenho entre negros e brancos dentro da escola pública também é desvantajosa para o primeiro grupo. Na média, os brancos têm médias 3% maiores que os negros. O fato de os negros terem rendimento menor do que os brancos, mesmo dentro da rede pública, tem explicações econômicas e pedagógicas, segundo a diretora do Todos Pela Educação, Priscila Cruz.
Na questão econômica, segundo ela, a explicação é que “entre os pobres, os negros são os mais pobres”. O lado pedagógico refletiria a baixa expectativa. “Em uma sala de aula, se uma criança negra começa a apresentar dificuldade, a professora desiste de ensiná-la muito mais rapidamente do que desistiria de um estudante branco.”
O presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), José Fernandes Lima, ressalta que há um “acúmulo de desigualdades”. “Fica claro que temos dois tipos de desigualdade: a social e racial. É a soma de dificuldades”, afirma ele, que defende a combinação do fator racial com a cota cujo princípio é a escola pública. “Se os alunos da escola pública entram em desvantagem com a rede privada, os alunos negros da escola pública têm uma desvantagem ainda maior.”
Abismos
Segundo Lima, há outros fatores importantes para entender os dados, como a qualidade das redes públicas – principalmente estaduais -, índices de reprovação e até realidades culturais locais.
Essa complexidade de fatores fica clara ao analisar os dados por capitais. O mapa do desempenho pelo fator racial mostra verdadeiros abismos. O negro de Belo Horizonte que estuda em escola pública, por exemplo, tem nota 12% superior à do negro da mesma rede em Manaus. As duas cidades têm os extremos de notas desse grupo: 521,03 e 463,85, respectivamente.
Vitória, capital capixaba, tem uma média de 502,59 nas provas objetivas (sem a redação) dos estudantes negros, a sexta maior entre as capitais. Mas na comparação com os alunos brancos de escolas particulares, a diferença é a maior de todas: os brancos da rede privada têm média 27% superior à dos negros das públicas.
Não por acaso, os negros de escolas públicas de Vitória têm o pior desempenho na comparação com os brancos da mesma rede: nota 8% inferior, demonstrando que as diferenças raciais se reforçam até na mesma realidade escolar daquele Estado. Os negros das escolas particulares não têm o mesmo sucesso em notas que os brancos da mesma rede.
A proporção de negros por Estado, que vai servir como critério para a reserva de vagas nas universidades e escolas técnicas federais, influencia as médias. Salvador, por exemplo, tem uma das maiores proporções de negros na sua população. Apesar da participação maciça desse grupo na escola pública, a diferença de nota para os brancos de escolas privadas bate em 25% – só perde para Vitória.
Textos
Em geral, as diferenças de desempenho entre negros e brancos sempre são menores nas notas das redações. Em Florianópolis, considerando a parte objetiva do Enem, há uma distância de 20% entre a nota média de negros de escolas públicas e a de brancos das particulares. Na redação, essa diferença cai para 8%.
Segundo o professor Francisco Platão Savioli, da USP e do Anglo, a explicação envolve os tipos de competências que a redação consegue avaliar. “A redação não mede um conhecimento momentâneo, mas um conhecimento calcado na experiência de vida, até mesmo na luta contra as contrariedades”, diz ele. “O texto avalia competências que outras matérias não avaliam.”
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,aluno-branco-de-escola-privada-tem-nota-21-maior-que-negro-da-rede-publica-,915263,0.htm. Enviada por José Carlos.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

A UFBA lança curso inédito em Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça


Por Athylla Borborema
A UFBA – Universidade Federal da Bahia acaba de lançar uma pós-graduação inédita, que trata-se de uma pós-graduação em Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça, em nível de aperfeiçoamento e especialização que será ministrada na UAB – Universidade Aberta do Brasil, Pólo de Itamaraju. O objetivo é formar profissionais aptos a atuar no processo de elaboração, aplicação, monitoramento e avaliação de projetos e ações de forma a assegurar a transversalidade e a intersetorialidade de gênero e raça nas políticas públicas.
Os cursos terão início em outubro de 2012, se estendendo até julho de 2013 para o curso de aperfeiçoamento e novembro de 2013 para o curso de especialização. As aulas presenciais acontecerão nos municípios pólos, com intervalos médios de 2 meses de acordo com calendário previamente divulgado. O curso está estruturado para ser desenvolvido na modalidade semipresencial, sendo cerca de 80% das atividades na modalidade à distância, on-line, assim distribuídas.
Para se inscrever na pós-graduação a pessoa precisa ter concluído a sua graduação superior e para o curso de aperfeiçoamento o aluno basta já ter concluído o ensino médio. Poderão se inscrever servidores federais, estaduais e municipais, membros de entidades sociais e de organizações institucionais ou que trabalham com a temática de gênero e da igualdade étnico racial, gestores das áreas de educação, saúde, trabalho, segurança e planejamento.
Segundo a professora Délia Ladeia, coordenadora do Pólo da Universidade Aberta do Brasil, em Itamaraju, a temática é relevante, atual e colabora na melhoria da gestão pública na região. São 50 vagas na modalidade especialização, com 420 horas aula, e 70 vagas na modalidade aperfeiçoamento, com 300 horas aula. Os cursos são gratuitos e as inscrições já estão abertas, no período de 1º a 31 de agosto de 2012. Os contatos serão pelos telefones (73) 3294-3625 ou 9192-0323. O edital de seleção com todas as informações necessárias está disponível aqui.
Compartilhada por Arnaldo Ramos.
http://www.teixeiranews.com.br/news2/news.php?id=15114&sess=3

Justiça recebe denúncia por racismo contra professora da UFPR

O juiz Mauro Bley Pereira Junior, da 3ª Vara Criminal de Curitiba, recebeu denúncia formulada pelo Ministério Público (MP) do Paraná contra uma professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR) acusada de racismo. Conforme a denúncia, a professora Ligia Regina Klein, do setor de educação da Universidade Federal do Paraná, teria feito o seguinte comentário dentro de uma sala de aula, dirigindo-se a duas estudantes negras: “Vocês, só fazendo lanchinho. Duas macaquinhas comendo banana. Eu também gosto de banana em doces, bolos”.
O fato, ocorrido na noite do último dia 11 de abril, envolveu as alunas Eliane Regina Graciano e Kely Cristina Cunha, ambas do segundo ano do curso de pedagogia. Logo em seguida, ainda de acordo com a denúncia, a professora teria se aproximado novamente das alunas, que haviam esquecido de levar um texto que seria analisado em sala, e dito a uma delas: “Esqueceu de trazer o texto, mas a bananinha não esqueceu, né”.
“Analisando a denúncia e os documentos juntados, observam-se indícios da alegada injúria na utilização de elementos referentes à raça e cor, e da autoria delituosa da acusada, pelo que recebo a denúncia”, diz trecho de despacho assinado no último dia 30 de julho por Pereira Junior. O magistrado determinou a citação da professora para que, em prazo de dez dias, ofereça uma resposta à acusação por meio de um advogado.
Baseada em inquérito policial, a denúncia do MP havia sido protocolada no último dia 17 de julho. A promotora Marilú Shnaider Paraná de Sousa aponta no documento que, “em tese”, a professora cometeu crime previsto no Artigo 140 do Código Penal, cujo parágrafo terceiro trata de injúria racial. A pena prevista é de reclusão de um a três anos, além de multa. Essa sanção pode ser aumentada em um terço no caso de crime cometido na presença de várias pessoas. A promotora sugere que, além das duas vítimas, seis testemunhas sejam ouvidas no processo.
“Houve pressões corporativas dentro da universidade para que as alunas não registrassem o caso na delegacia de polícia. Não é por acaso que o intervalo entre o fato e o boletim de ocorrência é 20 dias”, disse o advogado André Nunes da Silva, que defende as duas estudantes. “Tentaram colocar panos quentes, desqualificando a denúncia e dizendo que a repercussão do caso afetaria a universidade. Em um segundo momento, iremos ingressar com uma outra ação contra a UFPR por causa desse constrangimento.”
Em seu depoimento à polícia, a professora Ligia disse que suas declarações foram motivadas por uma “lembrança afetiva da infância”, quando ela era chamada de “macaquinha” por seu irmão, pelo fato de gostar de comer bananas.
Procurada pela Agência Brasil, Ligia disse que ainda não foi citada a respeito da decisão do juiz e que ainda não leu a denúncia do MP. “A delegada da Polícia Civil havia dado um parecer pelo arquivamento do caso por falta de indícios de crime. Então houve uma posição diferente do MP”, disse a professora. “A minha afirmação foi retirada do contexto, não tive intenção de ofender, foi uma manifestação carinhosa.”
Ligia também argumenta que sempre atuou em defesa dos direitos das minorias, é favorável às cotas raciais e respeita o movimento negro. “Racismo é uma coisa abominável. Agora, há racismo e há interpretações muito rigorosas de palavras retiradas do contexto.”
A professora da UFPR negou ainda que tenha havido pressão contra as alunas e ressaltou que pediu desculpas a elas após o episódio “por uma eventual dor” que sua declaração tenha provocado. “Fiquei muito chateada. Aguardo a Justiça se pronunciar. Estou tranquila.”
A aluna Eliane disse à Agência Brasil que as manifestações de racismo são naturalizadas na fala das pessoas e que o objetivo da denúncia é fazer com que a sociedade reflita sobre esse fato. “Tudo que as pessoas falam traz consequências, tanto que elas às vezes acham que é só uma brincadeira, mas não é”, explicou Eliane. “O episódio foi divulgado nas redes sociais. Depois dele alguns professores pararam de conversar com a gente. Sorte que depois começou a greve dos professores das universidades federais, porque talvez eu não tivesse condições de continuar estudando.”
A respeito de uma eventual pressão para que o caso não fosse levado à Justiça, a aluna disse que ela e sua colega não tiveram assessoria jurídica durante a tentativa de mediação feita por professores da universidade. “A comissão tinha muito mais professores do que alunos, não tinha ninguém do centro acadêmico. Eles queriam transformar tudo em um mero mal entendido.”
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http://noticias.terra.com.br/educacao/noticias/0,,OI6066682-EI8266,00-Justica+recebe+denuncia+por+racismo+contra+professora+da+UFPR.html

BA: Incra e Fundação Palmares devem se manifestar sobre Quilombo

O governo federal decidiu incluir o Instituto de Colonização Nacional e Reforma Agrária (Incra) e a Fundação Palmares no processo que discute a posse da área do Quilombo Rio dos Macacos, na Bahia. De acordo com o chefe de gabinete da Secretaria Geral da Presidência da República, Diogo Sant’Ana, as duas entidades, que reconheceram o território como remanescente de quilombo, devem se manifestar no processo informando a conclusão do estudo antropológico realizado.
“O Incra e a Fundação Palmares devem se manifestar no processo. Essas entidades vão tomar a iniciativa de informar à Justiça que há uma certificação e um relatório em curso, identificando que a área é coincidente entre a Marinha e o quilombo. Dessa forma, não cabe, no nosso entender, uma ação de reintegração de posse. O governo que evitar a todo custo que haja uma reintegração de posse forçada na região”, disse Sant’Ana.
O quilombo fica próximo à Base Naval de Aratu, no município de Simões Filho, região metropolitana de Salvador. A área é reivindicada na Justiça pelas famílias de quilombolas e pela Marinha do Brasil, que instalou uma vila militar no terreno.
Na opinião de Sant’Ana, a decisão da Justiça Federal tomada no dia 3 de agosto, que determina a saída dos quilombolas da área, interfere de forma negativa nas negociações que estão em curso entre o governo e a comunidade que ocupa o terreno. “Essa decisão só prejudica os esforços que estamos fazendo para se chegar a uma solução consensual”, disse Sant’Ana.
A decisão de reintegrar a área foi tomada pelo juiz Evandro Reimão dos Reis, da 10ª Vara Federal Cível da Bahia, em sentenças idênticas proferidas sobre dois dos três processos que correm na Justiça sobre o assunto. Os processos, no entanto, não fazem referência às petições protocoladas pela Advocacia-Geral da União (AGU) pedindo a suspensão da reintegração de posse pelo prazo de 90 dias.
“O fato concreto é que as petições não foram consideradas pelo juiz que proferiu a sentença. No nosso entender, essa é uma decisão equivocada”, disse o representante do governo.
Diogo Sant’Ana é quem coordena o diálogo de setores do governo com os quilombolas. Em reunião no último dia 31 de julho, as duas partes chegaram a firmar um acordo de diálogo, que incluía a suspensão da reintegração de posse pedida pela AGU.
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http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI6067821-EI306,00-BA+Incra+e+Fundacao+Palmares+devem+se+manifestar+sobre+Quilombo.html

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

O documentário “Eu Existo”, sobre os moradores de rua


 Por Adamastor Documentário

“Eu Existo”, produzido pelo Centro Acadêmico XI de Agosto sobre a questão dos direitos humanos no centro de São Paulo, denuncia tratamento cruel dado aos moradores de rua no centro de SP. O curta-documentário “Eu Existo” se propõe a tirar os moradores de rua da invisibilidade a qual estão condenados, colocando-os como agentes políticos capazes de expor os próprios problemas e de sugerir mudanças. Por meio de reveladores depoimentos e um toque de arte, “Eu Existo” traz a denúncia de gravíssimas violações de direitos humanos, estimulando um novo olhar da sociedade em relação à situação de rua e quebrando mitos e tabus. “Eu existo” será utilizado como forma de pressão para que os candidatos à prefeitura assumam um compromisso com relação à efetivação dos direitos humanos na região central da cidade. - 
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/o-documentario-eu-existo-sobre-os-moradores-de-rua

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

‘Não existe perdão para racismo’, diz vereador judeu

Parlamentar que comparou colega judeu a Hitler, e depois afirmou que “tudo não passou de uma brincadeira”, vai responder ação na Justiça Federal.
O presidente da Câmara Municipal de Manaus (CMM), vereador Isaac Tayah (PSD), afirmou, nesta quarta-feira (8), que vai mover ação na Justiça Federal contra o vereador Mário Frota (PSDB) por racismo, calúnia e difamação.
Em seu blog pessoal, Mário Frota publicou imagem em que Tayah aparece vestido de Adolf Hitler, ditador alemão que comandou o massacre de milhões de judeus. Isaac Tayah pertence à comunidade judaica.
O vereador Mário Frota afirma que tudo não passou de uma “brincadeira”. Mas o presidente do Legislativo Municipal diz ter sido ofendido e que não vai relevar a afronta.
“Não existe perdão para racismo”, disse Tayah, ao responder se estava disposto a perdoar o colega. “Não posso deixar por menos. Nem que dure dez anos (o processo na Justiça), ele vai responder”, sustentou.
O presidente da CMM informou que só aguarda a conclusão de peça judicial, feita por seus advogados, para mover ação contra o colega na Justiça Federal. “Ele (Mário Frota) poderia ter me comparado a uma bailarina, mas não a Hitler. Ele queria gerar polêmica”.
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http://www.geledes.org.br/areas-de-atuacao/direitos-humanos/260-noticias-direitos-humanos/15132-nao-existe-perdao-para-racismo-diz-vereador-judeu

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

III Encontro de Mulheres de Axé



No últimos dias 9 e 10 de março de 2012 aconteceu no Rio de janeiro, o III Encontro Nacional Mulheres de Axé organizado pela Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde. Cultne se fez presente como parceiro do projeto, registrando as imagens com Vik Birkbeck e Alexandre “Xandão”, finalização Pedro Oliveira e edição e direção de Filó Filho. O encontro contou com o apoio da Secretaria Estadual de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro, Ministério da Saúde e Fundo de População das Nações Unidas. O evento tem como objetivos: contribuir para o fortalecimento do ativismo das mulheres de terreiros e para a ampliação da participação das mulheres nos espaços de defesa dos direitos e controle social de politicas públicas, qualificar as informações sobre direitos sexuais e reprodutivos, estimular o desenvolvimento de ações de promoção dos direitos e da autonomia das mulheres.

sábado, 4 de agosto de 2012

Fórum Social Mundial 2013 acontecerá em Tunis de 23 a 28 de março


Adital - O Conselho Internacional (CI) do Fórum Social Mundial (FSM) se encontrou de 15 a 17 de julho em Monastir, Tunísia, para debater a nova dinâmica social e política mundial com o surgimento de movimentos de resistência em diferentes partes do globo, conversar sobre a organização da próxima edição do FSM, o futuro do CI e o processo do fórum. Na oportunidade, foi anunciado que o próximo FSM acontecerá de 23 a 28 de março de 2013, em Tunis, capital da Tunísia.
Ano passado, a África do Norte foi escolhida para realização do evento, com o fim de aprofundar a relação do processo do fórum com novos atores sociais no mundo e com a dinâmica do mundo árabe e suas revoluções, iniciadas no final de 2010. Egito e Tunísia (primeiro país a derrotar sua ditadura, de Ben Ali) foram cogitados, mas o CI avaliou que a situação está mais controlada e calma na Tunísia, apesar de não totalmente estável, explicou Damien Hazard, da diretoria executiva da Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (Abong).
Ele ressalta que o país quer estimular o turismo para sustentar sua economia. A expectativa política agora é sobre de eleições locais no ano que vem, no qual a sociedade civil está engajada. A previsão era para março, mas o governo não está preparado, “e a realização do FSM em Tunis deve contribuir para adiar a data das eleições, segundo o primeiro ministro em audiência com uma comissão do CI”.
Os eventos
A reunião teve a presença de novos atores mobilizados contra o neoliberalismo, que ajudou a dinamizar o CI e dar consistência ao relacionamento do processo FSM com os movimentos. Participaram atores sociais das regiões do Magreb e Mashreq.
Representantes de outros países da África, Ásia, América Latina, Europa e América do Norte também estiveram presentes. Teve destaque nos eventos as vozes dos movimentos do Québec, Occupy WallStreetdos EUA; Y´en a marre! do Senegal (em tradução livre: “Basta, poxa!”), do povo Sahraoui da região sub-sahariana do Marrocos, da juventude tunisiana, de artistas da região e dos movimentos de mulheres. Do Brasil, participaram o Grupo de Articulação Política (Grap), CUT, Ciranda, União Brasileira de Mulheres, escritório do FSM e Abong.
Foram criados grupos de trabalho compostos por pessoas da Tunísia e região, e por representantes internacionais. Também foi criada uma comissão para a realização da próxima reunião do Conselho e outra para analisar o processo do FSM, do CI e de suas diversas instâncias.
Assembleia preparatória
Em Monastir também aconteceu a assembleia preparatória da região de Magreb-Mashreq, entre 12 e 14 de julho. Magreb inclui os países do Norte da África: Marrocos, Argélia, Tunísia, Líbia e parte da Mauritânia e do Saara Ocidental. O Mashreq é o prolongamento do Magreb para o leste, ou seja, para parte do oriente médio e da península arábica. Inclui o Egito, Jordânia, Líbano, Palestina, Síria, Arábia Saudita, Sudan, Iraque, Catar, Barein, Oman, Kuwait e Emirados Árabes.
A programação da assembleia começou no Forte Ribat. A abertura contou com discursos de movimentos da região, atuações de jovens grafiteiras/os tunisianos e música regional. Nos dias 13 e 14 foram realizadas oficinas temáticas.
As oficinas foram seguidas de debates e plenárias. Nestas, as principais questões debatidas foram a conjuntura após os levantes populares na região, os conflitos ainda existentes em países como Síria e Iêmen, o islã político, os casos da Palestina e do povo sahraoui da região sub-sahariana, o modelo extrativista, o acesso a recursos para população, a violência e a tortura contra defensores de direitos humanos e as migrações (principalmente entre África e Europa).
Com informações da Abong
http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&cat=7&cod=69380

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Porque Enfeitamos a Árvore de Iroko?


Já falamos sobre a roupa que veste Ògún, o Màrìwò. Hoje, vamos falar um pouco sobre a importante Árvore de Ìróko, na qual habita o Òrìsà do mesmo nome. É também, uma pequena homenagem a célebre Egbon Cidália de Iroko, que faleceu esse ano, e que teve um papel de importância singular para o Candomblé do Brasil.

Muitas pessoas que vão às festas de Iroko, observam com atenção os enfeites colocados nessa misteriosa árvore. Muitos acreditam que os enfeites são colocados para deixar a árvore mais bonita em suas festividades, mas a verdade é que, como tudo que há no Candomblé, os enfeites de Iroko não são colocados ao acaso.

Uma antiga história africana, conta que existia uma mulher chamada Oloronbi que não conseguia ter filhos. Ela sempre que passava diante de uma gigantesca árvore de Iroko dizia: “Oh Meu Pai, eu sou muito solitária, se o senhor me der um filho ou uma filha para eu não ficar mais sozinha nesse mundo, eu lhe darei uma cabra e azeite de dendê”.

Sempre que Oloronbi passava diante de Iroko ela repetia sua súplica. Iroko comovido com o sofrimento de Oloronbi, fez com que ele engravidasse. Oloronbi ficou muito feliz ao saber que estava grávida, mas esqueceu-se da promessa que havia feito a Iroko. Quando seu filho nasceu, ela todos os dias passava diante da árvore sagrada, sem sequer reverenciá-la. Iroko muito triste com o descaso de Oloronbi, resolveu tomar para si aquela criança, sendo que foi ele o responsável por ela ter engravidado. Desta forma, num dia em que Oloronbi parou diante da árvore de Iroko, à noite, para conversar, Iroko sem que ela percebesse chamou a criança para dentro do seu gigantesco tronco, cuidando dela.

Oloronbi ficou desesperada, pois não sabia o que havia acontecido com sua criança, procurando um Sacerdote de Orisa, para saber o que tinha acontecido. O sacerdote consultou o Deus da Adivinhação e disse que a criança de Oloronbi estava no tronco de Iroko, pois ela não realizou aquilo que havia prometido. O Sacerdote disse que ela mandasse fazer alguns bonecos e bonecas de madeira, como se fossem seus filhos e que, novamente parasse diante de árvore de Iroko, comentando que estava muito feliz por ter outros filhos e que, no momento em que Iroko fosse pegar os bonecos, ela teria a oportunidade de pegar sua criança e que no outro dia, fosse novamente diante da Árvore oferecer a cabra e o azeite que havia prometido, pedindo perdão a Iroko. 

Oloronbi fez o que o sacerdote havia recomendado, resgatando sua criança. No outro dia, Oloronbi ofertou a cabra e o azeite, enfeitando á arvore com os brinquedos, para que todos soubessem que se ela tinha conseguido uma criança, era pelas graças de Iroko.

Essa história mostra-nos duas coisas importantes, a primeira é que jamais devemos esquecer de nossas promessas e, a segunda é que jamais podemos ficar diante de Iroko a noite.

Que Òsùmàrè Arákà esteja sempre olhando e abençoando todos!!!
Ilé Òsùmàrè Aràká Àse Ògòdó

Ana Rita visita SPM e discute ações para mulheres de Alagoinhas

O representante do Coletivo de Entidades Negras (CEN), Marcos Rezende, também participou do encontro
A ex-coordenadora de Políticas de Reparação Racial de Alagoinhas (a 108 km de Salvador), Ana Rita, visitou a titular da secretaria estadual de Políticas para as Mulheres (SPM), Vera Lúcia Barbosa, na quarta-feira (1º), em Salvador. Ela discutiu propostas de ações afirmativas para o município, sobretudo aquelas destinadas à temática de gênero, raça e população de terreiros, bandeiras de luta às quais sempre esteve ligada, ao longo de sua trajetória.


Durante o encontro, Ana Rita, que concorre a uma vaga no Legislativo municipal este ano, debateu sobre os principais eixos de atuação do Governo do Estado na área de equidade de gênero: promoção da autonomia das mulheres e enfrentamento á violência sexista. Conhecendo a realidade local, por conta da militância na defesa dos direitos humanos, ela pleiteou a ampliação destas políticas para Alagoinhas, município onde também assumiu a Coordenação de Políticas de Reparação Racial, entre 2006 e 2008.    

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Realocação (não) é principal motivo de impasse entre governo e quilombolas da Bahia


Basta ler a matéria com consciência, considerando a cultura e as tradições, as árvores centenárias e, ainda, o acesso ao rio que deu o nome à comunidade, para entender que não se trata de mera mudança de domicílio, com direito a água, luz e esgoto. O que está em pauta é a garantia de seus direitos, de sua cidadania e dignidade, no que diz respeito aos Quilombolas. E, no que concerne ao governo, trata-se sumariamente de respeitar a Constituição, a Convenção 169 e as leis que o próprio Executivo criou, todas garantindo os direitos da comunidade a permanecer em seu território ancestral. TP.
Luciana Lima, Repórter da Agência Brasil
Brasília – Mesmo com a conclusão do relatório elaborado pelo Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra) que reconhece que a área do Quilombo Rio dos Macacos, na Bahia, como uma terra remanescente de escravos, a proposta em elaboração pelo governo ainda cogita a realocação das famílias quilombolas para um terreno localizado a 500 metros do local. Esse é o principal ponto de divergência entre os moradores e o governo, e faz com que o impasse continue.
O ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência da República, se reuniu ontem (1º) com o ministro da Defesa, Celso Amorim, para tratar do assunto. Ao final do encontro, Carvalho se disse confiante em um acordo. “Nós estamos fazendo uma proposta para a população e esperamos que ela possa ser aceita”, disse, ao comentar a contraproposta da Marinha em ceder parte da área que considera de sua propriedade para que os quilombolas possam ter uma entrada independente à região.
“Eu acho que a Marinha foi flexível, fez uma oferta, uma proposta de realocamento do pessoal de maneira que preserva a dignidade das pessoas e agora nós estamos em uma fase de negociação com a comunidade lá”, destacou o ministro. “Nós vamos ter uma segunda conversa dentro de uns 15 dias e estamos com esperança de que cheguemos a um acordo.”
O quilombo fica a poucos metros da Base Naval de Aratu, no município de Simões Filho, região metropolitana de Salvador. A posse da terra é objeto de uma disputa entre a Marinha do Brasil, que considera a terra de sua propriedade, e os quilombolas. Desde 2010, a Marinha pretende ampliar as instalações da base, onde residem 450 famílias de militares.
Em reunião com os quilombolas, o governo acenou com a possibilidade de construção das casas no terreno a ser oferecido seguindo os moldes escolhidos pela comunidade e disponibilizar também serviços básicos, como fornecimento de energia elétrica, água tratada, coleta de lixo, escola e saneamento básico.
Os quilombolas alegam que o lugar onde moram atualmente é o único com acesso ao rio, após a construção de uma barragem. De acordo com o advogado de defesa dos quilombolas, Maurício Correia, continua firme a posição da comunidade em permanecer no local. Ele informou que a posição é reforçada, principalmente, pelo relatório do Incra.
“A população se mantém firme na posição de não sair da área. Muitos têm umbigo enterrado nas mangueiras e o respeito à relação da comunidade com o local onde mora é previsto na Constituição”, disse o advogado. “Além disso, o local onde atualmente se encontra a população é o único com acesso ao rio, desde que a  barragem foi construída. Sair da terra tradicionalmente sua também cria um precedente perigoso”, argumentou.
Na comunidade, ao lado da base naval que já foi usada como destino de férias dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e da presidenta Dilma Rousseff, não há esses serviços básicos.
“O que tem de energia elétrica lá vem de uma ligação clandestina. Em toda a comunidade, há uma geladeira que é usada de forma coletiva pelos moradores. Não há esgotamento sanitário e fornecimento de água tratada”, disse o advogado.
Segundo os moradores, a Coelba, companhia de eletricidade da Bahia, tentou, sem sucesso, negociar com Marinha uma autorização para instalar linhas elétricas na comunidade. Para se chegar ao local, é necessário passar pelo controle da Marinha, já que não existe acesso independente.
Os moradores reclamam ainda que o esgoto das casas das cerca de 450 famílias residentes na base naval tem sido jogado sem tratamento na barragem.
Hoje (2), os quilombolas tiveram acesso a uma cópia do relatório do Incra, que não foi publicado oficialmente até o momento, medida que daria valor legal ao documento. De acordo com o advogado, na reunião com o governo, os quilombolas concordaram em tratar da publicação e de iniciar as negociações somente após analisarem o documento.
Uma nova reunião ocorrerá dentro de 15 dias. As negociações têm sido conduzidas pela Secretaria-Geral da Presidência da República com o envolvimento de outras áreas do governo, como a Secretaria de Políticas para Promoção da Igualdade Racial (Seppir), a Advocacia-Geral da União (AGU) e o Ministério da Defesa.
Edição: Carolina Pimentel
http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-08-02/realocacao-e-principal-motivo-de-impasse-entre-governo-e-quilombolas-da-bahia