Pelo décimo quarto ano consecutivo a Associação Comunitária Alzira do Conforto...

... realiza, no mês de agosto, a Caminhada Azoany, evento realizado no dia de comemoração a São Lázaro, que consiste em um cortejo com saída do Pelourinho até a Igreja de São Lázaro, no Bairro da Federação, momento onde os adeptos da religião de Matriz Africana, (candomblé) agradecem ao Orixá, Inkisse.

Azoany, com é conhecido no Jejé, é o Deus de saúde e morte, o Orixá, Inkise que esta em plena consonância e contato com a humanidade, buscando através do dia a dia a solução de problemas que atingem a matéria humana.

No dia 16 de agosto de 2012 completou 14 anos que um grupo de pessoas ligadas ao Candomblé e a Igreja Católica, resolveram partir do Pelourinho em direção a Igreja de São Lázaro, para comemorar o dia de São Lázaro e Azoany (Omolú, Obaluaê), para reverenciar e cumprir promessas em agradecimento. Atotô, Obaluaê!

sábado, 31 de julho de 2010

Quem é de Axé diz que é!









Copie, Divulgue, Imprima!

Faça dessa campanha, sua campanha também!

CEN Brasil Comunicação.

www.cenbrasil.org.br

Censo totalmente informatizado começa neste fim de semana

Questionário do Censo 2010 poderá ser respondido pela internet

sexta-feira, 30 de julho de 2010

XII Caminhada Azoany - Confira a programação

::Seminário::
Data: 09 de Agosto - Segunda Feira
I Mesa de Conferência da Caminhada Azoany
Horário: 09:30 às 12:30hs -
Tema: Direitos Humanos

II Mesa de Conferência da Caminhada Azoany
Horário: 14:00 ás 17:30hs -
Tema: Religiosidade

Local: Local: Ministério Público - Av. Joana Angélica, 1312, Nazaré - Salvador/BA


::Caminhada::
Dia 16 de Agosto - Segunda Feira
09:00hs: Missa na Igreja do Carmo com a Irmandade do Rosário dos Homens de Preto.
11:00hs: Concentração na Praça do Reggae - Saída às 13:00hs com o Afoxé Korin Efan.


::Camiseta::

De 11 a 14 de agosto, troque uma lata de leite de 400g por uma camisa da Caminhada Azoany.
Horário: 09:00hs às 12:00hs - 14:00hs às 18:00 - Local: Praça do Reggae/ Largo do Pelourinho.


Maiores Informações: (71) 3497-2701 - 9623-3554

clique na imagem para ampliar

Fonte: Recebido por e-mail

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Na videoteca Azoany: 10 centavos




De Cesar Fernando de Oliveira 19 min


Os capitães da areia de Jorge Amado agora reencarnados nos guardadores de carro do Pelourinho.





Gênero Ficção
Diretor
Cesar Fernando de Oliveira
Elenco
Fernando Fulco, Frank Magalhães, Jorge Junior, Narcival Rubens, Paulo Prazeres, Stela Voutta
Ano 2007
Duração 19 min
Cor Colorido
Bitola 35mm
País Brasil


Um dia na vida de um garoto que mora no subúrbio ferroviário de Salvador e trabalha como guardador de carros no centro histórico.

Ficha Técnica
Produção
Cesar Fernando de Oliveira Roteiro Reinofy Duarte Direção de Arte Miniusina de Criação Som Richard Meyer Direção de produção Maira Cristina Produção Executiva Amadeu Alban Direção de Fotografia Matheus Rocha Música Richard Meyer, P.I. Tchaikovsky

Fonte:

Lendas Africanas por Iray Galrão


O livro Lendas Africanas, de autoria da profª Iray Galrão, é destinado ao público infanto juvenil, mas com toda certeza pode e deve ser lido por todos aqueles que gostam de ler e de contar histórias.
São belíssimos mitos de origem yorubá que certamente encantarão a todos, não só pelo conteúdo fantástico das suas narrativas, mas também pela leveza com que estão escritos. Estas histórias nos remetem á sabedoria dos nossos antepassados,onde encontramos de forma muito evidente as raízes das nossas próprias histórias.

O preço é 15,00 e pode ser adquirido com a mesma através do telefone 71 88925728 ou pelo e-mail iraygalrao@uol.com.br

Centenário da Casa de Xangô

Essa semana, o Ilê Axé Opô Afonjá realiza uma série de atividades para comemorar o seu centenário. A programação começa na sexta-feira, a partir das 19 horas, é aberta, mas pede-se traje branco. Os eventos acontecerão no barracão de festas do terreiro.

Confiram abaixo as atividaes programadas:

Sexta-Feira, dia 30:

19h- Saudação à Casa: Alabês do Terreiro
19h20- Composição da Mesa de Abertura do Evento: Mãe Stella de Oxóssi e ogã José de Ribamar Feitosa Daniel, presidente da Sociedade Cruz Santo do Axé Opô Afonjá.
20h-Performance do dançarino e coreógrafo norte-americano Clyde Morgan.
20h30- Lançamento de selo personalizado e carimbo pelos Correios.
21h- Apresentação do afoxé Filhos de Gandhy e convidados.

Sábado, dia 31
8h- Inscrição e entrega de material aos participantes
9h- Saudação ritual aos ancestrais e inauguração do busto de Mãe Aninha
9h30-Saudação à Casa e boas vindas
9h40- Mesa Redonda: As Ialorixás do Ilê Axe Opô Afonjá
Mediadora: Professora Yeda Pessoa de Castro
Palestra: Mãe Aninha
Palestrante: Obá Muniz Sodré
Palestra: Tia Cantu- Iyá Egbe do Ase
Palestrante: Babalorixá Bira de Xangô (RJ)
Palestra: No Tempo de Mãe Bada
Palestrante: Ubiratan Castro

11h- Intervalo
11h20-Palestra: No Tempo de Mãe Senhora
Palestrante: Obá Luis Domingos
Palestra: No Tempo de Mãe Ondina
Palestrante: Egbón Adilson Almeida
Palestra: Mãe Stella, a Ialorixá dos 100 anos do Candomblé de São Gonçalo
Palstrante: Jaime Sodré
13h- Engerramento do dia- Tarde Livre
17h- Lançamento de publicações- Livro de Contos, de Tia Detinha e Xangô, de Raul Lody
18h- Exibição do vídeo-memória E Daí Nasceu o Encanto: 100 anos do Candomblé de São Gonçalo
20h- Apresentação do bloco Cortejo Afro e convidados

Domingo- 1º de agosto de 2010
9h- Abertura do Dia- Saudações/atabaques
9h30-Palestra: Em busca das raízes gurunsi do Ilê Axé Opô Afonjá: Uma jornada ao norte de Gana
Palestrante: Maria Paula Adinolfi
10h20- Apresentação dos alunos do grupo de Capoeira do Terreiro
11h- Apresentação dos alunos da oficina de dança do Ilê Axé Opô Afonjá
11h30- Apresentação da Banda Aiyê (Ilê Aiyê e convidados)

Fonte: Mundo Afro

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Carta Compromisso sobre Políticas Sociais



As eleições para renovação das chefias do Executivo e recomposição do Legislativo em 2010 poderiam se constituir em momento histórico ímpar para debater os direitos sociais dos cidadãos do Brasil. Nesse sentido, o "Movimento em Defesa dos Direitos Sociais" lançou carta compromisso cobrando dos/as candidatos o compromisso de lutar em favor das políticas sociais.

Carta Compromisso sobre Políticas Sociais

Pontos para a Reflexão e Debate

Apresentação

As eleições para renovação das chefias do Executivo e recomposição do Legislativo em 2010 poderiam se constituir em momento histórico ímpar para debater os direitos sociais dos cidadãos do Brasil.

Além disso, no campo político e ideológico emergiu um cenário favorável para a ampliação do papel do Estado na economia e na regulação dos mercados. O colapso financeiro internacional (2008) interrompeu um longo ciclo de hegemonia do neoliberalismo em escala global. Muitos dos dogmas do “pensamento único” caíram por terra. Instituições como BIRD e FMI reconhecem o fracasso das políticas inspiradas pelo Consenso de Washington.

Este cenário abre uma oportunidade histórica para a ampliação do papel do Estado na consolidação do sistema de proteção social consagrado pela Constituição de 1988.
Como sabemos, a Constituição de 1988 restabeleceu a democracia e consagrou as bases de um sistema de proteção social universal e inspirado no Estado de Bem Estar Social. Um feito notável pelas circunstâncias internacionais adversas, marcada pela hegemonia do neoliberalismo em escala global, e por contrariar profundamente os interesses das elites nacionais retrógradas. Exatamente por essas razões, parte dessas conquistas permanece inconclusa: Políticas Urbanas, Seguridade Social e Orçamento da Seguridade Social. Outras foram afetadas por contra-reformas conservadoras: Reforma Agrária, Direitos Trabalhistas e Direitos Previdenciários. Educação, Saúde e Assistência social sofrem de graves restrições financeiras que minam os avanços obtidos no plano institucional. Após mais de 20 anos, a consolidação das conquistas de 1988 permanece no fio da navalha.

Para avançar na consolidação do sistema de proteção social é necessário discernir sobre o tema, agendá-lo na campanha eleitoral e constituir articulação das entidades representativas da sociedade civil – organizações populares, movimentos sociais, igrejas e sindicatos de trabalhadores – dispostas a refletir seriamente sobre os rumos do Brasil, sob ótica da igualdade, solidariedade e equidade.

O objetivo imediato desta “Carta-Compromisso” é precisamente o que se enuncia no parágrafo-anterior – constituir um pólo de reflexão e mobilização sobre os rumos políticos do Brasil, de maneira a colocar algumas destas questões na agenda eleitoral, principalmente àqueles que dizem diretamente respeito às políticas sociais e indiretamente às políticas econômicas que as respaldariam.

De certa forma, há um conjunto de manifestações e ações precedentes, desde o Fórum Nacional de Previdência Social em 2007, que de alguma maneira aproximou entidades nacionais ligadas às questões sociais, no sentido de tomarem posição sobre temas relevantes, como Reforma da Previdência, Reforma Tributária, Política de Saúde Pública, etc.

Neste sentido, o Movimento em Defesa dos Direitos Ameaçados na Reforma Tributária atuou fortemente no sentido de garantir o financiamento exclusivo das políticas sociais, especialmente as que integram a seguridade social, da educação básica e da política de trabalho que estavam ameaçados na Proposta de Emenda Constitucional da reforma tributária. Ressalte-se que o próprio Projeto de Reforma do Executivo, foi objeto de confrontação por mais de uma centena de entidades da sociedade civil, representando milhares de cidadãos brasileiros, que em manifestação explícita junto à Presidência da Câmara Federal (março de 2009), denunciaram a tentativa clara de desestruturação do Sistema de Seguridade Social e do financiamento das políticas sociais.

O resgate destas iniciativas de discussão da Política Social é de todo pertinente ao momento político atual. A experiência dos últimos pleitos eleitorais de 2002 e 2006 indica que passam tangentes pelas agendas oficiais dos partidos políticos e mesmo dos grandes meios de comunicação os temas estruturantes da política social e do desenvolvimento com sustentabilidade ambiental.

Mas voltam nos primeiros meses dos novos governos, como se fossem agendas de consenso, para realizar reformas radicais, supostamente ultra-urgentes, em geral de caráter restritivo aos direitos sociais.

Tendo todas essas informações preliminares estão postas como pano de fundo ao objetivo imediato desta Carta - preparar uma articulação de entidades civis que se disponha a pensar e propor estratégias nacionais de política social para a década de 2010. Lembrar que simbolicamente 2022 é bicentenário da independência nacional, data significativa para determinadas metas do Brasil - nação.

No contexto dessa iniciativa, produzir-se-iam textos provocativos, sob a forma de documentos gerais e setoriais, postos à consideração dos candidatos às chefias do Executivo e do Congresso, com ampla disseminação e apelo participativo à sociedade em geral.

A guisa de sugestão, para abrir uma agenda de questões relevantes sobre as quais poderíamos ou deveríamos nos manifestar, seguem alguns tópicos para reflexão:

1. Papel do Estado e Planejamento – O experimento neoliberal das últimas décadas minou, profundamente, a capacidade do Estado brasileiro em promover políticas de desenvolvimento. Em países de capitalismo tardio, a presença do Estado sempre foi decisiva nesse processo. É urgente que o Estado brasileiro volte a ser o ator central na condução e articulação de ações macroeconômicas que priorizem o crescimento econômico sustentável com estabilidade de preços e distribuição da renda. A reorganização do Estado requer uma reforma administrativa que resgate a sua capacidade de planejamento de longo prazo. O Estado brasileiro também deve recompor sua capacidade de investir diretamente em projetos de infra-estrutura econômica e social, de reconhecido interesse para o desenvolvimento nacional, com sustentabilidade ambiental.

2. Distribuição da Renda - Promover a redistribuição da renda e da riqueza social. Convergir todas as ações governamentais (econômicas e sociais) para esse objetivo. Formular políticas específicas para melhorar a inserção laboral das mulheres negras, um dos segmentos mais vulneráveis no mercado de trabalho.

3. Reforma Tributária – Formular uma reforma tributária de caráter progressivo e redistributivo que promova a justa distribuição de renda e de riqueza. Rechaçar a Proposta de Emenda Constitucional 233/2008, em tramitação no Congresso. Promover a justiça tributária pela elevação da progressividade dos impostos. Submeter todos os rendimentos recebidos por pessoas físicas à tabela do Imposto de Renda, assegurando a isonomia tributária prevista na Constituição, revogando a isenção de IR distribuição dos lucros e dividendos, na remessa de lucros e dividendos ao exterior e nas aplicações financeiras de investidores estrangeiros no Brasil. Elevar a participação dos tributos diretos. Ampliar a progressividade do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF). Instituir o Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF) previsto na Constituição Federal de 1988 como de competência da União.

4. Relações entre a Política Econômica e a Social – Alterar a articulação perversa entre os objetivos econômicos e os objetivos sociais vigente nas últimas décadas. Avançar em opções macroeconômicas que priorizem o crescimento econômico sustentável com estabilidade de preços e distribuição da renda.

5. Desenvolvimento e Meio Ambiente – Assegurar desenvolvimento econômico ambientalmente sustentável e socialmente justo, capaz de promover a preservação dos recursos naturais, a produção de alimentos saudáveis e a gestão ambiental.

6. Emprego e Renda – Promover o pleno emprego. Seguir a política de valorização gradual do salário mínimo. Reduzir a jornada semanal para 40 horas. Garantir uma regulação de trabalho de maior proteção contra a insegurança que os trabalhadores estão submetidos. Ampliar o emprego formal pelo fortalecimento das instituições que atuam na área do trabalho (Sistema de fiscalização, Ministério Público do Trabalho, Justiça do Trabalho). Proteger o trabalhador face a gama variada de ameaças que o afetam, com destaque para os riscos clássicos incapacitantes do trabalho, ainda não atendidos pela proteção da Seguridade Social e as discriminações étnicas, de gênero e de qualquer outra natureza que ainda afetam as relações trabalhistas no Brasil.

7. Financiamento das Políticas Sociais – Restabelecer, imediatamente, as bases de financiamento dos direitos sociais assegurados pela Constituição.
• Extinguir a DRU e carrear a totalidade desses recursos para a área social, em respeito aos princípios inaugurais da Carta de 1988.
• Aplicação integral dos recursos do Orçamento da Seguridade Social na Seguridade Social em cumprimento aos artigos 194 e 195 da Constituição Federal.
• Elaboração dos Orçamentos da Seguridade Social, Fiscal e das Estatais, de forma segregada, conforme o art. 165, da Constituição Federal.
• Exigir que o MPAS apresente dados financeiros em conformidade com a Constituição da República, separando as fontes e usos dos benefícios contributivos (INSS Urbano) da contribuição especial (benefício rural que é arrecadado com base na contribuição de 2,3% sobre a produção comercializada) e os benefícios não contributivos (da assistência social, conforme a Loas).
• Assegurar bases sustentadas de financiamento do SUS, com a regulamentação da EC 29 e o restabelecimento da CPMF, cujas receitas seriam rateadas pela as três esferas de governo.
• Flexibilizar a Lei de Responsabilidade Fiscal – condicionada a metas a serem atingidas, medidas em indicadores sociais – para possibilitar aos estados e municípios condições financeiras para a gestão das políticas de saúde, assistência social e educação, cuja responsabilidade lhes foi transferida. Reverter a danosa terceirização dos contratos de trabalho, por meio das associações com ONGs e OSCIPS, como forma de os estados e municípios burlarem os rígidos limites impostos pela LRF para os gastos com pessoal.
• Assegurar que, a médio prazo, parte da capitalização do Fundo Soberano que está sendo constituído com recursos das taxas e royalties da exploração do pré-sal seja canalizada para o financiamento de programas sociais visando o combate à pobreza e a concentração da renda. A experiência da Noruega é exemplar para a cobertura das despesas da previdência social em virtude do envelhecimento da população. Setores como educação e saúde também deveriam receber, a médio prazo, recursos do Fundo Soberano, pois, o gasto público brasileiro nesses setores é reduzido se comparado à experiência internacional dos países centrais e mesmo latino americanos.

8. Questão Agrária - Enfrentar a secular questão da concentração da riqueza agrária no Brasil. Cuidar da terra e dos recursos naturais na perspectiva de um bem social inter-geracional e não restringi-lo à condição de bem de mercado, com todas as suas conseqüências perversas sobre o meio ambiente e a desigualdade social. Ampliar espaços às experiências de economia familiar rural, dos assentamentos agrários, da economia solidária, da proteção ecológica e de tantas outras formas de cooperação e solidariedade no âmbito da produção econômica.

9. Seguridade Social – Cumprir os art. 194 e art. 59 (Atos das Disposições Constitucionais Provisórias) que tratam da responsabilidade do Poder Público na “organização da Seguridade Social”. O cumprimento da Constituição Federal exige que o planejamento das ações da seguridade seja realizado forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, pela previdência social, pela assistência social e pelo seguro desemprego. No entanto, desde o final dos anos 80, em desacordo com a Constituição, governos optaram pelo caminho da fragmentação. Recriar o Conselho Nacional de Seguridade Social (extinto em 1998) com a responsabilidade de coordenar o planejamento integrado das ações dos setores que integram a Seguridade Social, bem como pelo controle social sobre as fontes e usos do Orçamento da Seguridade Social.

10. Previdência Social – Promover uma Reforma Previdenciária de caráter inclusivo, objetivando incorporar 100% da População Economicamente Ativa ao seguro social até 2022, data do bicentenário da independência nacional. Nesse ínterim, a política previdenciária deveria acelerar os processos de inclusão, sem quaisquer retrocessos nos direitos sociais incorporados à Constituição de 1988, especialmente no vínculo do salário mínimo como benefício mínimo da Seguridade Social. Há que considerar que o sistema previdenciário atual ainda exclui completamente cerca 1/3 da População Economicamente Ativa, e inclui de forma precária trabalhadores informais, sujeitos a alta rotatividade ou desemprego sazonal (trabalhadores que realizam no máximo seis contribuições previdenciárias ao ano – cerca de 17 milhões de pessoas). Além da necessária inclusão no sistema das donas de casa e das trabalhadoras domésticas. E com relação aos inativos – aposentados e pensionistas, remanesce uma dívida social relativa a perdas do poder de compra desses benefícios, vinculada à cesta básica específica dessa população (cesta básica dos idosos).
• Cumprir o princípio da “irredutibilidade do valor dos benefícios” assegurados na Carta de 1988 e garantir reajustes reais para os benefícios.
• Assegurar que a Previdência do Trabalhador Rural permaneça enquanto programa parte da seguridade social, rechaçando as propostas que pretendem transformá-lo num modelo estrito de seguro social, mantendo os trabalhadores rurais na condição de segurados especiais.
• Avançar na melhoria dos sistemas de gestão dos benefícios MPAS visando ampliar a eficiência e a justiça do setor, sobretudo no tocante à revisão de regras na concessão de pensões, bem como no enfrentamento da questão do acúmulo de aposentadorias e dos benefícios com valores superiores ao teto constitucional.
• Aplicar sanções previstas nas leis às empresas que têm altos índices de acidentes de trabalho.

11. Saúde – Assegurar bases financeiras definidas e suficientes para garantir o cumprimento dos preceitos constitucionais de acesso universal igualitário e de atenção integral no SUS. Investir em infra-estrutura para ações e serviços integrais de saúde, dando prioridade aos segmentos sociais e territoriais que apresentem os piores indicadores de saúde. Romper com o padrão atual de gastos e de organização de serviços, que se caracterizam por iniquidades sociais e regionais e reforçam o modelo de atenção voltado para os interesses da oferta de serviços de alto custo e grande complexidade tecnológica. Garantir o acesso gratuito a medicamentos no SUS por meio de políticas de produção nacional, com pleno domínio de tecnologias e insumos de saúde, incluindo suas patentes. Adotar normas técnicas de prescrição clínica e aprimorar o sistema de dispensação de medicamentos, a fim de evitar a crescente demanda judicial nesta área. Eliminar os subsídios diretos e indiretos ao consumo privado de saúde. Avançar na regulação dos planos privados de saúde a fim de garantir a integralidade da atenção e o ressarcimento ao SUS pelos serviços prestados a usuário de planos de saúde. Implantar sistemas de avaliação dos serviços do SUS mediante a definição de parâmetros de qualidade e a supervisão de sua aplicação.

12. Assistência Social - Ampliar a rígida linha de corte de renda que define a elegibilidade ao Benefício de Prestação Continuada (BCP) de 1/4 para ½ salário mínimo de renda familiar per capita. Assegurar por meio de lei federal o Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e o Programa Bolsa Família como forma de garantir o direito social previsto pela Constituição. Que os programas e serviços sejam referenciados nos CRAS e CREAS, que são unidades de proteção social territorializada e pública. Assegurar que o Programa Bolsa Família passe a vigorar como direito social garantido pela Constituição. Ampliar os esforços na construção de um modelo institucional do Programa Bolsa Família que aperfeiçoe as relações federativas com os governos estaduais e municipais, bem como suas ações com o SUAS e com os programas de formação profissional e microcrédito, visando possibilitar a reinserção das famílias no mercado de trabalho. Ampliar a cobertura para os jovens de 15 a 18 anos e incorporar aqueles que abandonaram ou estão fora da escola. Expandir serviços sócio-assistenciais no país.

13. Educação – Universalizar progressivamente a oferta de vagas da educação infantil, obrigatória pela legislação em vigor. Ampliar a oferta de vagas públicas do ensino médio e do ensino superior. Garantir a qualidade no ensino fundamental

14. Política Nacional de Desenvolvimento Urbano – Corrigir uma lacuna da agenda dos governos nas últimas décadas, marcada pela ausência de efetivas políticas nacionais de habitação popular, de saneamento ambiental e de transporte público. Construir, para cada um desses setores, modelos institucionais baseados na cooperação federativa e assegurar mecanismos de financiamento que tenham caráter redistributivo.
• No caso da Habitação Popular, as sucessivas políticas de habitação adotadas nas últimas décadas se mostraram incapazes de atender às famílias situadas nas classes de rendimento mensal familiar per capita inferior ou igual a três salários mínimos (mais de 80% das famílias brasileiras aufere rendimento mensal familiar nesta faixa), onde se situa mais de 2/3 do déficit habitacional. No curto prazo e em caráter emergencial é preciso uma ampla mobilização para minimizar a atual situação das famílias que vivem em áreas de risco.
• O descaso dos sucessivos governos com o Saneamento Ambiental fica evidente com a constatação de que, atualmente mais de 50% da população urbana brasileira não tem seus domicílios ligados a rede pública de esgoto; mais da metade dos os 5.507 municípios existentes no Brasil, não dispõem de algum tipo de serviço de esgotamento sanitário; apenas 20% dos municípios brasileiros tratam o esgoto coletado.
• O abandono do Transporte Público fica evidente com a caótica situação da circulação nas cidades. Diversos indicadores apontam nesse sentido: congestionamentos crônicos; baixa velocidade do fluxo de veículos; redução do número de viagens por habitante; expressivo número de viagens realizadas a pé; crescimento do transporte “informal” ou “clandestino”; reduzida participação do transporte de massa em relação ao transporte individual etc.. O caos que atinge o setor agrava os problemas ambientais, dado o elevado consumo de combustíveis e de emissão de poluentes.

• ASSINAM A CARTA: AALONG-Associação Alagoana de Organizações Não Governamentais; ABONG - Associação Brasileira de Organizações
• não Governamentais; Ação Educativa; Aliança de Controle do Tabagismo – ACT; ANFIP - Associação Nacional dos Auditores Fiscais;
• ASSOCIAÇÃO PARAENSE DE APOIO ÀS COMUNIDADES CARENTES - APACC; Associação Vida Brasil; Casa da Juventude Pe. Burnier; CEBES - Centro
• Brasileiro de Estudos da Saúde; CEBRAPAZ; Centro Burnier Fé e Justiça; Centro de Ação Cultural – CENTRAC Centro de Direitos Humanos Dom
• Oscar Romero (CEDHOR) - Santa Rita/Paraíba; Centro de Estudos e Defesa do Pará -CEDENPA; CESE - Coordenadoria Ecumênica de Serviço;
• CFESS - Conselho Federal de Serviço Social; CNLB02/Mato Grosso - Conselho Nacional do Laicato do Brasil Regional Comissão Brasileira
• Justiça e Paz; Comissão Episcopal Pastoral da Caridade, da Justiça e da Paz da CNBB; Comitê Goiano pelo Fim da Violência Policial;
• Conselho Nacional do Laicato do Brasil Regional Leste 2 (Minas Gerais e Espírito Santo); Conselho Regional de Serviço Social - 4ª Região;
• Conselho Regional de Serviço Social 17ª Região (ES); Delegacias Sindicais do SINDIFISCO NACIONAL em Campinas/Jundiaí, Curitiba, Ceará
• e RJ FASE/BH; FENACELBRA - Federação Nacional das Associações de Celíacos do Brasil SENGE_MG; FISENGE- Federação Interestadual de
• Sindicatos de engenheiros Fundação ANFIP; Grito dos Excluídos/as Continental; Grupo de Estudos de Seguridade Social e Trabalho - GESST/
• UnB; IBRADES; INESC - Instituto de Estudos Socioeconômicos; Instituto AMMA Psique e Negritude, São Paulo; Instituto AMMA Psique e
• Negritude/SP; Iser Assessoria – Instituto de Estudos da Religião; Juventude Franciscana do Brasil; Movimento de Olho na Justiça - MOJUS;
• Movimento de Reintegração das Pessoas atingidas pela Hanseníase – MORHAN; Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB;
• Movimento dos Trabalhadores Sem Terra – MST; Movimento Nacional de Direitos Humanos - MNDH; Núcleo de Estudos e Pesquisas em
• Política Social – NEPPOS/CEAM/UnB; Parceiros de MISEREOR no Brasil; Pastorais Sociais/CNBB; Plataforma DhESCA Brasil; Processo de
• Articulação e Diálogo - PAD; Programa Justiça Econômica – CAFOD; Projeto Monitoramento em DH no Brasil (Coordenação: Movimento
• Nacional de Direitos Humanos - MNDH; Rede Jubileu Sul Brasil; Rede Social de Justiça e Direitos Humanos; SENGE-BA;

Novas Adesões enviar para os e-mails: gritoexcluidos@uol.com.br; evilasiosalvador@gmail.com
Fonte: INESC

Temos um encontro marcado...


...No dia 16 de agosto iremos do Pelourinho até a Igreja de São Lázaro, para comemorar, renverenciar e cumprir promessas em agradecimento.


Participe você também!
Maiores Informações: (71) 3497-2701 - 9623-3554

Na videoteca Azoany: Religiosidade Afro Brasileira - O Xirê

terça-feira, 27 de julho de 2010

I Seminário Estadual da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde - Núcleo-RS

A Escola de Saúde Pública, com a Seção de Saúde da População Negra e a Política de DST/AIDS, do Departamento de Ações em Saúde, da SES, promove, em parceria com a Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde Núcleo-RS, o I Seminário Estadual da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde, nos próximos dias 04, 05 e 06 de agosto, no Hotel Continental, com o tema “A Produção de Saúde e o Combate ao HIV/AIDS pelos Terreiros”.

A ESP, vinculada à Secretaria Estadual de Saúde (SES/RS), tem como principal objetivo promover a formação e o desenvolvimento de pessoal de saúde e de agentes sociais para a gestão de políticas públicas de saúde, definindo seu projeto político pedagógico como Educação em Saúde Coletiva.

Desenvolve, entre outras atividades, a Educação em Saúde e a produção de conhecimento na área de Saúde das Populações Indígena e Negra, através do Núcleo de Educação em Saúde das Populações Indígena e Negra (NESIN), buscando fomentar e desenvolver atividades voltadas para a educação em saúde e produção de conhecimento, considerando a especificidade da saúde destas populações.

Dentro deste propósito, vem buscando consolidar parcerias com instituições de saúde e áreas afins, tendo como foco uma política descentralizada de educação permanente que contemple o debate e a sensibilização para as questões da diversidade, das iniquidades e do racismo institucional dentro do SUS .

Dessa forma, o Seminário, em sua primeira edição, surge como uma necessidade de incentivar a Rede de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde no Estado do Rio Grande do Sul, reunindo diferentes lideranças de tradições de matriz africana, pesquisadores, gestores e trabalhadores de saúde. O objetivo é dar visibilidade aos saberes tradicionais dos terreiros; levantar as ações de prevenção e promoção de saúde que vêm sendo desenvolvidas nestes locais no que diz respeito à DST/AIDS e Tuberculose; e propor estratégias de interlocução entre os terreiros, o controle social e o SUS.

Pelo décimo segundo ano consecutivo a Associação Comunitária Alzira do Conforto...

... estará realizando no mês de agosto a Caminhada Azoany, evento realizado no dia de comemoração a São Lázaro, que consiste em um cortejo com saída do Pelourinho até a Igreja de São Lázaro no Bairro da Federação, momento onde os adeptos da religião de Matriz Africana, (candomblé) agradecem ao (Orixá, Inkisse)

Azoany, com é conhecido no Jejé, é o Deus de saúde e morte, o (Orixá, Inkise) que esta em plena consonância e contato com a humanidade, buscando através do dia a dia a solução de problemas que atingem a matéria humana.

Muitos adeptos da religião africana buscam em Azoany a cura dos malefícios que encontram em seus corpos depositando nele através de promessas a busca da solução de seus males.

Não é diferente quando se faz promessas a São Lázaro e foi em função desta situação e por momentos passados que os afro-descendentes sincretizou o Deus Africano ao Santo da Igreja Católica e até os tempos atuais são realizadas festividades, visitas e adoração às duas entidades religiosas que a cada ano tem uma crescente adoração por parte do povo.

No dia 16 de agosto de 2010 estará completando 12 anos onde um grupo de pessoas ligadas ao Candomblé e a Igreja Católica, resolveram partir do Pelourinho até a Igreja de São Lázaro, para comemorar o dia de São Lázaro e Azoany (Omolú Obaluaê), para reverenciar e cumprir promessas em agradecimento.

Este ato passou a ser realizado de maneira continua e no último ano teve a participação de mais de 2000 pessoas de todas as classes e epidermes, que encontram neste momento reflexão, valorização que os fazem caminhar um percurso de 06 km, cantando louvações para o (Orixá, Inkisse), orando e agradecendo ao Santo da Igreja católica.

Vestidos de Branco, sejam elas de roupas de baianas, camisas confeccionadas para a Caminhada ou roupas escolhidas a dedo para o evento, com balaios de pipocas na cabeça, ramos e buquês de flores (para colocarem na Igreja) embalados ao som dos atabaques e agogôs (afoxé) percorrem o Pelourinho em direção ao Campo Grande adentrando as ruas que levam ao Bairro da Federação até a Igreja de São Lázaro onde todos os participantes entendem como comprida naquele ano a sua reverencia as entidades religiosas.

Foi o povo quem fez que a Caminhada Azoany ficasse grande e forte e é com esta expectativa que em 2010 ele se torne um marco para o futuro das novas gerações.

Albino Apolinário.

De olho nas eleições 2010: Há solução para a segurança pública?

Nos últimos anos, a falta de segurança pública é um problema de extrema gravidade e parece insolúvel. A questão passou a ser um dos principais desafios a ser enfrentado pelo Estado brasileiro. A segurança pública − ou a ineficiência desta – deverá ser um dos temas mais debatidos pelos candidatos à presidência nas próximas eleições.

A falta de segurança é um limitador de direitos e da cidadania. Sem ela, e com a sua consequência mais visível, a violência, alguns direitos dos cidadãos como lazer, liberdade de ir e vir, trabalho e educação ficam bastante restritos. Em algumas áreas, principalmente nos grandes centros urbanos, tais direitos chegam a ser cerceados. Há muito tempo, os brasileiros estão expostos à triste realidade de problemas relacionados ao aumento da sensação de insegurança e das altas taxas de criminalidade.

A população está sendo obrigada a conviver com a degradação do espaço público, as dificuldades ligadas à reforma das instituições da administração da justiça criminal, à violência policial, à ineficiência preventiva de nossas instituições, à superpopulação nos presídios, às rebeliões, fugas e degradação das condições de internação de jovens em conflito com a lei, para citar apenas os conflitos mais urgentes.

De acordo com dados do Observatório da Cidadania, em 2009 o Brasil foi o sexto país do mundo com o maior número de homicídios (25,2 por 100 mil habitantes). Isto corresponde a aproximadamente 50.000 assassinatos por ano. Nos Estados Unidos, o índice é de 6 homicídios por 100 mil habitantes. França e Portugal apresentam valores de 0,7 e 1,6, respectivamente. No México, que possui características semelhantes ao Brasil, a taxa de homicídios é de 9,3 por mil habitantes.



Cenário favorável

Outro ponto importante para se compreender o fenômeno da violência letal no Brasil é sua distribuição geosocial. Esta violência possui uma dimensão racial, territorial, etária e de gênero. Esta característica mostra que as vítimas da violência letal são, em maior número, homens, jovens, negros. Outro ponto a ser notado é que estes vivem em localidades onde há baixo exercício da cidadania e a presença do poder público é quase nula.

“O Brasil foi construído sob o signo da violência, da brutalidade e da tortura. Nós, negros e negras, sempre fomos relacionados à ideia do mal, do iníquo, do que deve ser controlado para preservar o bem, o belo e o bom que é ser branco”, reflete Hamilton Borges Walê, articulador da Campanha Reaja ou Será Morto, Reaja ou Será Morta e também militante da Associação de Familiares e Amigos de Presos e Presas do Estado da Bahia. Para Walê, a violência a qual todos estão submetidos está interligada a este dualismo tacanho que, segundo ele, é efetivo para preservar a estrutura do edifício de poder desse Estado.

Além de atingir majoritariamente a juventude negra brasileira, essa violência também se expressa pela agressão contra as mulheres. E ainda pela molestação sexual contra crianças e adolescentes; pelo trabalho escravo; pela repressão e intimidação de lideranças populares; pela criminalização dos movimentos sociais e pela violência institucionalizada (sob a forma de execuções sumárias, tortura e extermínios) promovida por agentes públicos e privados.

Para Sarah de Freitas Reis, assessora técnica do Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cfemea), ao se tratar de violência é necessário lembrar que esta tem um papel fundamental na estruturação de desigualdades de gênero, raça e classe no Brasil desde a colonização. Para ela, a coerção física, patrimonial e psicológica é um instrumento de dominação dos grupos que derivam dos modelos brancos, heterossexuais, proprietários e masculinos. “Até hoje, a violência que se faz presente na sociedade brasileira atinge, de forma ainda mais cruel e complexa, as mulheres e dentre essa as negras, pobres e lésbicas. Tudo isto se soma a outras formas de violência como a violência institucional, que pode se manifestar na falta de serviços de atendimento ou na falta de preparo dos profissionais dos serviços públicos no atendimento às mulheres vitimadas”, diz.

Sarah enfatiza ainda que, no tocante a questão feminina, constata-se que a presença da violência e a falta de segurança no cotidiano da mulher é alarmante. “No Brasil, dados indicam que a cada 15 segundos uma mulher é espancada e a cada 12 uma é estuprada”, observa.



Solução é questão política

De acordo com a Assessora Política do Inesc, Eliana Magalhães Graça, o cenário de falta de segurança pública e violência que se apresenta no Brasil é “um quadro de tragédia. E o Estado brasileiro está sem condições de enfrentar para valer essa situação”.

Para ela, a falta de condições advém da falta de vontade política e das escolhas equivocadas que o governo faz. “Uma delas é a estratégia para enfrentar o crime. E tem um nome bem específico para isto. Chama-se matança das populações que vivem em áreas de exclusão. A sociedade brasileira tem uma trajetória de violência contra as populações menos favorecidas, negras e pobres. E esta lógica predomina até hoje”. A assessora observa também que, apesar das tentativas de encarar os problemas de segurança como direito de cidadania e a uma vida sem violência, os brasileiros ainda estão muito longe de consagrar este direito.

O próximo presidente e seu governo devem enfrentar esta situação, para de fato alterar este cenário. Caso contrário, a questão apenas se avolumará e a sociedade ficará cada vez mais insegura. Alguns componentes desta violência como o racismo e o sexismo institucionais não podem ser desprezados. “É importante não esquecer que o aparelho repressivo do Estado está impregnado desses preconceitos e discriminações”, diz Eliana.

O tema tem várias facetas e as soluções não dependem de fatores isolados e sim de um conjunto de inovações. Aliar a questão da segurança pública à questão dos direitos é outro gargalo. Implementar mudanças estruturais no aparato de segurança é outra medida urgente. Valorizar o profissional de segurança é essencial. No entanto, as corporações precisam ser modificadas em sua lógica estrutural. E, sem querer nem de longe esgotar as necessidades de atuação do Estado, não se pode esquecer de que há mudanças necessárias e urgentes na cultura nacional, para desfazer padrões preconceituosos e discriminatórios. E nisto, a sociedade tem sua parcela de responsabilidade.

Cabe ao próximo governo desatar todos estes nós. É imprescindível propor formas de enfrentamento a todos os tipos de violência e desenvolver políticas públicas que realmente fomentem a segurança pública que tanto o Brasil necessita.


Instituto de Estudos Socioeconômicos-INESC

segunda-feira, 26 de julho de 2010

O Tempo no Candomblé



O texto abaixo é um trecho de uma conferência proferida pelo professor Reginaldo Prandi, estudioso das religiões afro-brasileiras, em virtude da entrega do Prêmio Érico Vanucci Mendes. Nessa conferência, o professor Prandi trata, entre outras coisas, da questão do tempo na sociedade iorubana tradicional, nos rituais de Candomblé e na sociedade capitalista.

Para os africanos tradicionais, o tempo é uma composição dos eventos que já aconteceram ou que estão para acontecer imediatamente. É a reunião daquilo que já experimentamos como realizado, sendo que o passado, imediato, está intimamente ligado ao presente, do qual é parte, enquanto que o futuro, imediato, nada mais é que a continuação daquilo que já começou a acontecer no presente, não fazendo nenhum sentido a idéia do futuro como acontecimento remoto desligado de nossa realidade imediata. O futuro que se expressa na repetição cíclica dos fatos da natureza, como as estações, as colheitas vindouras, o envelhecer de cada um, é repetição do que já se conheceu, viveu e experimentou, não é futuro. Não há sucessão de fatos encadeados no passado distante, nem projeção do futuro; a idéia de história como a conhecemos no Ocidente não existe; a idéia de fazer planos para o futuro, de planejar os acontecimentos vindouros, é completamente estapafúrdia. Se o futuro é aquilo que não foi experimentado, ele não faz sentido nem pode ser controlado, pois o tempo é o tempo vivido, o tempo acumulado, o tempo acontecido.

Para os iorubás e outros povos africanos, os acontecimentos do passado estão vivos nos mitos, que falam de grandes acontecimentos, atos heróicos, descobertas e toda sorte de eventos dos quais a vida presente seria a continuação. Ao contrário da narrativa histórica, os mitos nem são datados nem mostram coerência entre si. Cada mito atende a uma necessidade de explicação tópica e justifica fatos e crenças que compõem a existência de quem o cultiva, o que não impede a existência de versões conflitantes, quando os fatos e interesses a justificar são diferentes. O mito fala do passado remoto que explica a vida no presente, mais que isso, que se refaz no presente. O tempo mítico expressa o passado distante, e fatos separados por um intervalo de tempo muito grande podem ser apresentados nos mitos como ocorrências de uma mesma época, concomitantes. Cada mito é autônomo e os personagens de um podem aparecer num outro mito com outras características e relações, às vezes contraditórias com as primeiras. Os mitos são narrativas parciais e sua reunião não propicia o desenho de nenhuma totalidade, pois não existe um fio narrativo na mitologia, como aquele que norteia a construção da história para os ocidentais. No mundo mítico, os eventos não se ajustam a um tempo contínuo e linear. O tempo do mito é o tempo das origens, e parece existir um tempo vazio entre o fato contado pelo mito e o tempo do narrador.

Para os iorubás, os mortos devem reencarnar e, enquanto esperam pelo renascimento, habitam o mundo dos que vão nascer, que é próximo do mundo aqui-e-agora, o mundo em que vivemos, o Aiê. Esse mundo do futuro imediato é atado ao presente pelo fato de que aquele que vai nascer de novo tem que permanecer vivo na memória de seus descendentes, participando de suas vidas e sendo por eles alimentados nos ritos sacrificiais, até o dia de seu renascimento como um novo membro de sua própria família. Para o homem, o mundo das realizações, da felicidade, da plenitude é o mundo do presente, o Aiê, não havendo prêmio nem punição no mundo dos que vão nascer, o mundo dos mortos, pois ali nada acontece. Os homens e mulheres pagam por seus crimes em vida e são punidos pelas instâncias humanas. As punições impostas aos humanos pelos deuses e antepassados por causa de atos maus igualmente não o atingem após a morte, mas se aplicam a toda a colectividade à qual o infractor pertence, e isso também acontece no Aiê, numa concepção ética que está focada na colectividade e não no indivíduo (Mbon, 1991: 102), não existindo a noção ocidental cristã de salvação no outro mundo nem a idéia de pecado. O outro mundo habitado pelos mortos é temporário, transitório, voltado para o presente dos humanos. Nem mesmo a vida espiritual tem expressão no futuro. Os mortos ilustres – fundadores de troncos familiares e de cidades, heróis, reis, conquistadores, grandes sacerdotes – podem vir a ser cultuados como antepassados, os egunguns, passando a habitar o passado mítico, o passado distante localizado no Orum, onde vivem os deuses orixás, dos quais muitos são antigos heróis divinizados, cujo culto se desprendeu dos limites da família e se generalizou, sendo incorporados ao passado mítico de todo um clã, uma cidade, um povo, podendo vir a ter altares erigidos em sua homenagem até mesmo do outro lado do oceano, como aconteceu com muitos orixás na América.

O passado remoto da narrativa mítica, que trata dos orixás e dos antepassados, é transmitido de geração a geração, por meio da oralidade, é ele que dá o sentido geral da vida para todos e fornece a identidade grupal e os valores e normas essenciais para a ação naquela sociedade, confundindo-se plenamente com a religião. Ensina Prigogine, prêmio Nobel de física, que o tempo cíclico é o tempo da natureza, o tempo reversível, e também o tempo da memória, o tempo mítico que não se perde, mas que se repõe. O tempo da história, em contrapartida, é o tempo irreversível, um tempo que não se liga nem à eternidade e nem ao eterno retorno. O tempo do mito e o tempo da memória descrevem um mesmo movimento de reposição: sai do presente, vai para o passado e volta ao presente, em que o futuro é apenas o tempo necessário para a reencarnação, o renascimento, o começar de novo. A religião é a ritualização dessa memória, desse tempo cíclico, ou seja, a representação no presente, através de símbolos e encenações ritualizadas, desse passado que garante a identidade do grupo – quem somos, de onde viemos, para onde vamos? É o tempo da tradição, da não mudança, da religião, a religião como fonte de identidade que reitera no cotidiano a memória ancestral.


No candomblé, emblematicamente, quando o filho-de-santo entra em transe e incorpora um orixá, assumindo sua identidade, que é representada pela dança característica que lembra as aventuras míticas dessa divindade, é o passado remoto, colectivo, que aflora no presente para se mostrar vivo, o transe ritual repetindo o passado no presente, numa representação em carne e osso da memória colectiva.

Para os iorubás, uma vez que tudo é repetição, nada é novidade, aquilo que nos acontece hoje e que está prestes a acontecer no futuro imediato já foi experimentado antes por outro ser humano, por um antepassado, pelos próprios orixás. O oráculo de Ifá, praticado pelos babalaôs, baseia-se no conhecimento de um grande repertório de mitos que falam de toda sorte de fatos acontecidos no passado remoto e que voltam a acontecer, envolvendo personagens do presente. É sempre o passado que lança luz sobre o presente e o futuro imediato. Conhecer o passado é deter as fórmulas de controle dos acontecimentos da vida dos viventes. Esse passado mítico, que se refaz a cada instante no presente, é narrado pelos odus do oráculo de Ifá, preservados no Brasil pelo jogo de búzios das mães e pais-de-santo dos candomblés. O jogo de búzios é a leitura do tempo mítico que se refaz no presente. É olhar o presente com os olhos no passado.

A essa concepção africana de tempo estão intimamente associadas as idéias de aprendizado, saber, competência e hierarquia que podemos observar no candomblé. Para os africanos tradicionais, o conhecimento humano é entendido, sobretudo, como resultado do transcorrer inexorável da vida, do fruir do tempo, do construir da biografia. Sabe-se mais porque se é velho, porque se viveu o tempo necessário da aprendizagem. A aprendizagem não é uma esfera isolada da vida, como a nossa escola ocidental, mas um processo que se realiza a partir de dentro, participativamente. Aprende-se à medida que se faz, que se vive. Com o passar do tempo, os mais velhos vão acumulando um conhecimento a que o jovem só terá acesso quando tiver passado pelas mesmas experiências. Mesmo quando se trata de conhecimento especializado, o aprendizado é por imitação e repetição. As diferentes confrarias profissionais, especialmente as de caráter mágico e religioso, dividem as responsabilidades de acordo com a senioridade de seus membros e estabelecem ritos de passagem que marcam a superação de uma etapa de aprendizado para ingresso em outra, que, certamente, implica o acesso a novos conhecimentos, segredos ou mistérios da confraria.

Fonte: http://ocandomble.wordpress.com/2009/02/18/o-tempo-no-candomble/



Na viodeoteca Azoany: Registro da I Caminhada pela Vida e Liberdade Religiosa no Maranhão

- Alvorada dos Ojás organizada pelo CEN/MA.



- Caminhada


- Fala do Ministério Público

Fonte: http://www.cenbrasil.org.br/

domingo, 25 de julho de 2010

Dia Internacional da Mulher Negra na América Latina completa 18 anos

As mulheres negras são as mais afetadas quando os assuntos estão relacionados à violência e remuneração salarial

Midiã Noelle Santana Redação CORREIO
midia.santana@redebahia.com.br

Há 18 anos era criado o Dia Internacional da Mulher Negra na América Latina e no Caribe. Porém, em 2010, ano em que completa a sua maioridade, a data continua a ser nada mais do que um registro simbólico de que ainda é preciso lutar pelo desenvolvimento daquelas que, segundo os dados atuais do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), recebem salário inferior aos homens, têm maior presença no mercado informal e ainda enfrentam dupla jornada de trabalho, graças ao afazeres domésticos.

O dia 25 de julho foi escolhido durante o Primeiro Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas, em Santo Domingo, capital da República Dominicana, em 1992. Na capital baiana, a data também já faz parte do calendário oficial desde 2008, instituída através da Lei 7.440, o que para Deise Queiroz, coordenadora na Bahia da Articulação Nacional das Negras Jovens Feministas (ANNJ), foi uma grande vitória porque ‘demarcou’ uma trajetória.

“Essa demarcação não é uma separação do dia 8 de março, que também é uma data de extrema importância, mas passou a existir para dizer que tem um grupo de mulheres com uma luta que não é separada, mas que é diferenciada. A gente sabe que a mulher negra tem a menor taxa de escolarização, o menor acesso ao nível superior, o maior número de mortes por aborto, mas, além de fazer essas denúncias, temos de lembrar que existem histórias de mulheres negras bem sucedidas”, destacou.

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), realizada em 2007, mostra que as mulheres representam 52,4% da população da Região Metropolitana de Salvador (RMS), um total de 1.545.137. Sendo que, destas, aproximadamente 81,9% são negras e pardas. Mas, mesmo sendo maioria, em Salvador, as negras são as que mais sofrem como a questão salarial.

Existe uma diferença significativa entre a remuneração da mulher branca e o da mulher negra na capital baiana. A primeira recebe em média, 4,6 salários mínimos, enquanto a segunda, apenas 1,9 salário mínimo, de acordo com os dados do levantamento da Secretaria Especial de Política para as Mulheres, feita com base na Pesquisa Mensal de Emprego, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no período de julho a setembro de 2005. O trabalho doméstico é uma das principais formas de inserção das negras no mercado de trabalho.

Para Jaciara Ribeiro dos Santos, conhecida como Mãe Jaciara - sucessora de Mãe Gilda no Terreiro Axé Abassá de Ogum - e a primeira Ialorixá baiana a coordenar um projeto federal, um dos problemas que mais atinge as mulheres negras é a questão da violência. “Gostaria que as mulheres se apoderassem mais dos seus direitos, principalmente no que diz respeito à questão da violência que sofrem muitas vezes dentro de casa. De janeiro até junho deste ano 34 mulheres foram assassinadas na capital”.

Ainda de acordo com a Ialorixá, a sociedade ainda está muito presa ao passado. “As negras escravas tiradas da África sofriam muito com os senhores. Elas acabavam sofrendo violência sexual e agressões diversas. Como ter os seis mutilados. Não temos que nos afirmar no passado. Mas sim, refletir no presente e traçar caminhos para que tenhamos um novo futuro”, destacou.

Uma pesquisa feita pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) indica que 40% das mulheres sofrem violência física. Em alguns países das regiões o índice pode chegar a 60% quando a violência é do tipo psicológica.

Premiação
No próximo 30 de julho, 45 mulheres negras serão homenageadas com o troféu Edialêda Salgado, no Auditório Anexo ao Palácio da Aclamação. A comemoração pelo Dia Municipal da Mulher Negra terá como tema este ano: "Mulher Negra: Empoderamento e Auto Estima. Das premiadas, 30 serão indicadas por repartições municipais e 15 pela população. Para participa, acesse o site www.mulhernegra.salvador.ba.gov.br. Os interessados tem até hoje para votar.

Negras que fizeram e fazem a diferença no Mundo

Angela Davis
Angela Yvonne Davis foi uma filósofa estadunidense que nasceu em 1944 se tornou ‘famosa’ mundialmente a década de 1970 por ser uma militante do “Panteras Negras”, onde lutou contra a discriminação social e racial nos Estados Unidos. Ela ainda protagonizou um dos mais polêmicos julgamentos criminais da história americana. Davis foi a terceira mulher a integrar a lista dos dez fugitivos mais procurados do FBI. Ela chegou a ser presa, mas seu julgamento durou dezoito meses, levando a tona debates sobre a condição negra na sociedade americana.

Lélia Gonzales
Uma das fundadoras do Movimento Negro Unificado (MNU), do Instituto de Pesquisas das Culturas Negras do Rio de Janeiro (IPCN-RJ), do Nzinga Coletivo de Mulheres Negras, do Olodum, em Salvador. A penúltima de 18 irmãos e filha de a mãe indígena, participou da primeira composição do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM), de 1985 a 1989. Lélia foi autora do livro “Festas Populares no Brasil”, premiado na Feira de Frankfurt. Nos seus últimos dias de vida, quando tinha apenas 59 anos, a antropóloga mineira foi eleita chefe do Departamento de Sociologia, da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro.

Edialeda Salgado
Foi a primeira mulher negra a ocupar uma secretaria de Estado no Brasil. Figura determinante no movimento de conquistas das mulheres negras, a médica ginecologista organizou o I Congresso de Mulheres Negras das Américas realizado no Equador no ano de 1984. A ativista que fez parte do Gabinete Civil do presidente João Goulart, morreu em janeiro de 2010, vítima de infarto.

Luislinda Valois
A filha de uma lavadeira e de um motorneiro de bonde se tornou, em 1984, a primeira juíza negra do Brasil, e ainda proferiu a primeira sentença contra racismo no país. Nove anos depois, saiu em defesa da empregada doméstica Aíla de Jesus, que foi acusada injustamente de furto por uma grande rede de supermercados. A sua cliente foi indenizada. Aos 67 anos, lançou o seu primeiro livro, “O negro no século XXI”.

Religiosidade Afro Brasileira: Introdução a nação Jeje

Cotas raciais para o mercado de trabalho

Foi promulgado esta semana, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Estatuto da Igualdade Racial. Muita expectativa foi criada em torno da proposta do senador Paulo Paim (PT-RS), mais avançada que o resultado final, fruto de negociação parlamentar.

Menor o passo, ainda assim ele é gigantesco: o Estatuto deve ser saudado como marco histórico para a maior efetivação da igualdade e da dignidade para nossa grande população negra e pobre.

O projeto original perdeu partes explicitadoras, como a previsão de cotas para negros em universidade e no mercado de trabalho, submetidas que estão ao crivo do Supremo Tribunal Federal.

Entretanto, a omissão na lei não pode ser interpretada como proibição de que as cotas sejam instituídas pelas universidades ou pelos atores do mercado de trabalho, seja pelo poder público ou pela iniciativa privada. Isso decorre dos próprios princípios enunciados no Estatuto, em seus artigos 38 e 39, inspirados em tratados internacionais e na Constituição.

Há quem entenda também que o texto da nova lei teria perdido substância ao abandonar o conceito de “raça” por “etnia”. Mas isso não é totalmente correto, porque “raça” continua presente em oito ocasiões do texto e no espírito da norma, de modo a não haver perda de essência.

De toda sorte, qualquer espécie de discriminação racial poderá ser enfrentada pela adoção de medidas, programas e políticas de “ações afirmativas”, instrumentos fundamentais finalmente trazidos para a legislação nacional pelo Estatuto.

Caberá à interpretação da sociedade e do Judiciário, bem como às normas de regulamentação a serem elaboradas, públicas e privadas, a promoção do atingimento da máxima efetividade da proteção.

Um exemplo do que pode ser feito como medida compensatória é a adoção de acordos coletivos que prevejam cotas para contratações. Um segundo exemplo pode ser construído pelo governo federal, por meio de decreto regulamentador: adiantar-se na implementação de ações afirmativas nas contratações para os órgãos públicos.

Os números demonstram o tamanho da desigualdade vivida no Brasil.

Segundo estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, de 2004, (1) a maioria dos ocupados nas seis regiões metropolitanas – Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre – é branca (58%) e a maior parte dos desocupados é negra ou parda (50,4%); (2) há mais negros e pardos entre os trabalhadores domésticos, por conta própria e sem carteira assinada; (3) brancos, ocupados ou não, têm maior escolaridade que negros ou pardos; (4) os grupamentos da construção e dos serviços domésticos ocupam mais negros ou pardos (em média, o dobro da ocupação dos brancos), enquanto os brancos têm percentuais relativamente maiores na indústria e no grupamento da saúde, educação e administração pública; (5) há um número maior de negros ou pardos subocupados e sub-remunerados; (6) o rendimento dos negros ou pardos é menor (em média, duas vezes menor que o rendimento dos ocupados brancos) e (7) mulheres desse grupo ganham menos ainda.

O fundamental é adotar iniciativas em todos os âmbitos, inclusive na esfera privada, para reverter a discriminação sofrida por negras e negros, vítimas de uma estrutura que alimenta a exclusão e as desigualdades sociais ao longo de séculos.

A igualdade é um preceito fundamental da nossa democracia. Ela vem sendo tratada por todas as Constituições brasileiras como um valor digno de previsão e proteção. O princípio da igualdade é continuamente reafirmado e perseguido desde a proclamação do Brasil enquanto Nação independente. E a Constituição Federal de 1988 veio para marcar o avanço definitivo, ao estabelecer metas e ações em prol da concretização da igualdade material, e não apenas formal.

Portanto, é tarefa do Estado brasileiro e da sociedade promoverem ações que agilizem a efetivação da igualdade real em todos os campos sociais. Tudo deve ser feito inspirado no espírito cidadão da Constituição, de promover a igualdade, valorizar o trabalho e reconhecer a dignidade do ser humano como pilares do almejado desenvolvimento econômico e social. Bem-vindo o Estatuto da Igualdade Racial.

Roberto de Figueiredo Caldas, advogado, Secretário-Geral da Comissão Nacional de Defesa da República e da Democracia da OAB Federal, Juiz ad hoc da Corte Interamericana de Direitos Humanos

Ex-Coordenador do Fórum SP chama Estatuto de engodo

O ex-coordenador do Fórum São Paulo da Igualdade Racial, Frei Leandro Antonio da Silva, disse que, ao sancionar na semana passada o Estatuto aprovado pelo Senado, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva “atendeu aos interesses da direita conservadora brasileira”.

“A direita conseguiu desviar a questão central – o racismo estrutural brasileiro. O Estatuto, como foi sancionado pelo Presidente Lula, não combate a desigualdade racial. Os governistas escolheram que o relator do Estatuto fosse um representante da direita para que se omitissem do compromisso social com a população negra”, acrescentou.

O Fórum, liderado pelo Frei, reuniu entidades paulistas como o Movimento Brasil Afirmativo, Rede Educafro, Sindicato dos Comerciários, Comissão do Negro e Assuntos Anti-Discriminatórios da OAB/SP, entre outras, que, no período entre 2006 e 2007, promoveram campanha popular de coleta de 100 mil assinaturas pedindo a votação do projeto, até então parado nas gavetas do Congresso.

Os pacotes com as assinaturas foram entregues aos representantes dos três Poderes por cerca de 100 ativistas, que seguiram para Brasília em caravana. Foi nas audiências da caravana que um dos manifestantes, o advogado Sinvaldo Firmo, recebeu o famoso “cala a boca” do então presidente da Câmara, deputado Arlindo Chinaglia, na ante-sala do gabinete quando junto com o Frei puxou o coro “Estatuto, já! Cotas, já!”.

O incidente causou mal-estar político até na base do Governo e terminou com um pedido de desculpas formal de Chinaglia e com o compromisso de votar o projeto. Posteriormente, esgotadas as negociações na Câmara, com emendas, a proposta foi enviada ao Senado, onde, na relatoria do senador Demóstenes Torres receberia os retoques que o desfiguraram completamente, segundo a opinião de setores expressivos do Movimento Negro Brasileiro.

Para Frei Leandro, o Estatuto aprovado “em nada obriga a reparação da escravidão”. “Ele simplesmente traz à sociedade aquilo que já sabemos – a existência de um racismo estrutural. É uma cartilha de boas intenções, pedindo que os Estados e Municípios façam alguma coisa pela população negra”, afirmou.

Ele considerou “pura ilusão” o que chamou de “visão futurística", segundo a qual o projeto, agora Lei, irá se aperfeiçoando aos poucos, e disse que as pessoas que o defendem contentam-se com pouca coisa. “No dizer do filósofo Nietzsche – são pessoas que não pensam grande senão pequeno, e com “espírito de rebanho”, porque não buscam se libertar da tutela de dependência”, acrescentou.

Na entrevista concedida à Afropress, Frei Leandro, que se encontra no momento em Terezina, Piauí, chamou de “puro engodo”, a negociação conduzida pela SEPPIR com o senador Demóstenes Torres para aprovar o projeto no Senado. “o processo deu-se dentro de um jogo político que serviu apenas para satisfazer o instinto político de alguns caçadores de votos, e não por compromisso com a comunidade negra brasileira. Eles subirão aos palanques com o slogan de que fizeram alguma coisa pelos negros e negras. Puro engodo!”, finalizou.

Leia, em seguida, a entrevista na íntegra concedida por e-mail pelo Frei, ao jornalista e editor de Afropress, Dojival Vieira.

Afropress - Como coordenador do Fórum SP pela Igualdade Racial, responsável pela maior mobilização em defesa do Estatuto, como vê o Projeto sancionado por Lula com a exclusão das cotas e outros pontos considerados fundamentais por setores expressivos do Movimento Negro?

Frei Leandro Antonio da Silva - O Presidente Lula atendeu aos interesses da direita conservadora brasileira – uma burguesia política que, economicamente, sempre dominou o país. Em ano eleitoral, o Presidente quer encerrar seu governo passando a imagem de um líder político que fez tudo por todos. Ademais, a base política do governo manifestou um mínimo de interesse em defender a primeira redação do Estatuto. Os governistas escolheram que o relator do Estatuto fosse um representante da Direita, para que se omitissem do compromisso social para com a população negra.

Depois, mais uma vez, a Direita brasileira impõe seu poder decisório sobre os negros brasileiros! Os conservadores sabem colocar o negro, na hora certa, em seu devido lugar. O uso de mecanismos políticos cala a boca de quaisquer sujeitos que ainda vivem em estado de submissos. Direitos sociais e individuais que eventualmente possam favorecer a mobilidade social dos negros, a Direita sabe como obstruir, como exemplo, a questão das cotas raciais em universidades, empresas, meios de comunicação social etc, e o Fundo Econômico Racial, que asseguraria a implementação de ações afirmativas para a população negra. Ideologicamente, a Direita foi atendida pelos poderes constituídos via o terrorismo midiático – de que o Estatuto, em sua primeira versão, levaria o país à segregação racial. Algumas entidades negras caíram no canto da sereia, e nos deram uma cartilha autorizando instâncias de poder que, ao bel-prazer, façam alguma coisa pelos negros. Esta é a minha sensação sobre o Estatuto que foi sancionado no dia 20 de julho.

Temos um Estatuto autorizativo que em nada obriga a reparação da escravidão. Ele simplesmente traz à sociedade aquilo que já sabemos – a existência de um racismo estrutural. É uma cartilha de boas intenções, pedindo que os estados e municípios façam alguma coisa pela população negra.

A Direita conseguiu desviar a questão central – o racismo estrutural brasileiro. O Estatuto, como foi sancionado pelo Presidente Lula, não combate a desigualdade racial. Numa outra entrevista, eu disse que o Estatuto foi esvaziado, desfigurado, do seu primeiro objetivo.

O Prof. Kabengele Munanga (USP) tem razão quando compara o Estatuto da Igualdade Racial ao documento assinado, em 1888, pela princesa Isabel. Diz ele: “É como a Lei Áurea. Acabou a escravidão, mas a situação continuou a mesma. O destino do negro foi uma marginalização igual à que sofria quando cativo. Em um plano formal é isso no Estatuto: não há nenhum mecanismo claro de combate à desigualdade entre brancos e negros”.

Afropress - Como foi a mobilização de 2007 promovida pelo Fórum e qual a importância que teve para que o projeto saísse das gavetas do Congresso?

Frei Leandro - Foi de suma importância porque conseguimos mobilizar forças políticas objetivando pressionar o Congresso para que se comprometesse com a população negra, fazendo com que, através do Estatuto, o Estado de direito fosse obrigado a implementar políticas públicas de reparação da escravidão. Daí algumas instituições – através do Fórum – participaram ativamente da luta por meio das discussões, manifestações, audiências públicas, panfletagens, chamando o Congresso à responsabilidade frente a uma dívida histórica ao povo negro brasileiro. Fomos às ruas e praças, conscientizando a sociedade sobre a importância da aprovação do Estatuto e do PL Cotas para os negros.

Afropress - Como encara o argumento de setores que defendem o Estatuto aprovado e da própria SEPPIR como "o Estatuto possível"?

Frei Leandro - Estes setores receberam como vitória a sansão de uma cartilha que simplesmente faz reconhecer o racismo no país; uma cartilha autorizando algumas ações afirmativas que podem ser feitas pelos estados e municípios em favor dos negros e negras.

Depois, estes setores – que defendem um “Estatuto possível” – contentam-se com pouca coisa. No dizer do filósofo Nietzsche – são pessoas que não pensam grande senão pequeno, e com “espírito de rebanho”, porque não buscam se libertar da tutela de dependência.

Afropress - O senhor não acha que o momento para negociar no Senado, em especial, tendo a frente o senador Demóstenes Torres como relator do projeto, não foi o mais adequado?

Frei Leandro - Não. Não foi o mais adequado, por duas razões: primeira, o senador Demóstenes Torres é um dos maiores símbolos do conservadorismo e atraso da política brasileira. Este senador não conhece a história do africano na diáspora brasileira – duvido que exista alguém em sua família que descenda de ex-escravos; depois, este senhor não está inserido nas lutas dos movimentos sociais e negros do país e nem tem conhecimento do papel da mulher negra no cenário social brasileiro; enfim, uma pessoa que fala sobre a história da população negra sem que tenha conhecimento de causa.

Segunda razão: este não foi o momento favorável para a aprovação do Estatuto, porque o processo deu-se dentro de um jogo político que serviu apenas para satisfazer o instinto político de alguns caçadores de votos, e não por compromisso com a comunidade negra brasileira. Eles subirão aos palanques com o slogan de que fizeram alguma coisa pelos negros e negras. Puro engodo!

Afropress - Bom, agora com o Estatuto que já é Lei, sancionado que foi pelo Presidente, o que deve ser feito para aperfeiçoá-lo e melhorá-lo?

Frei Leandro - Meu caro amigo, eu não estou nada otimista com essa visão futurística de que o Estatuto irá se aperfeiçoando ao longo do tempo. Frei David escreveu, para o site da SEPPIR, chamando a atenção de que o Estatuto da Igualdade Racial seguirá o mesmo caminho do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) que, posterior à sua aprovação, teve que receber várias alterações por meio de emendas parlamentares. Pura ilusão. Pois com todas essas alterações, as pesquisas mostram que nossas crianças ainda estão nas ruas, se drogando, outras não estão nas escolas, senão fazendo trabalhos escravos, muitas meninas são prostituídas, espancadas, estupradas etc. Similarmente será o Estatuto da Igualdade Racial.

Podem fazer as mais diversas alterações, mas se não tocarem naquilo que é central – o racismo estrutural – o Estatuto tornar-se-á mais um dispositivo legal que não será colocado em prática, como acontece com os direitos do cidadão que a Constituição Brasileira de 1988 tão bem prescreve em sua formalidade.

Afropress - Como o senhor vê a campanha de Afropress no sentido de estimular a participação dos negros nas eleições, votando em candidatos comprometidos com a defesa das cotas e das ações afirmativas?

Frei Leandro - Vejo como uma postura política de grande relevância que merece nosso voto de confiança. Afropress é o único veículo de comunicação que revela uma postura crítica contra setores conservadores e racistas da sociedade brasileira, bem como está aberta para acolher os mais diversos e diferentes posicionamentos políticos e ideológicos.

sábado, 24 de julho de 2010

Religiosidade Afro Brasileira: Calundus

Quem é de Axé diz que é movimenta a Praça Deodoro


O ritual Alvorada dos Ojás marcou o início da programação, nesta sexta-feira (23), na Praça Deodoro, da campanha “Quem é de axé diz que é: sou da Mina com orgulho”. O evento, organizado por um comitê que inclui a Secretaria de Igualdade Racial (Seir), chamou a atenção de quem passava. Durante toda a manhã, mães e pais de santo cantaram e dançaram no local. O roteiro também foi movimentado pela 1ª Caminhada pela Vida e pela Liberdade Religiosa, culminando com o Ato Público “Fala Vodunsi”, na Praça Nauro Machado.

“É satisfatório, nem todo dia a gente vê isso”, declarou o segurança Paulo Coelho que parou para assistir as apresentações dos terreiros na Praça Deodoro. “Há muito preconceito, mas isso não deve existir, pois é religião e todos estão unidos”.

A campanha foi organizada por um comitê formado pela Seir, Coletivo de Entidades Negras (CEN), Conselho Estadual da Igualdade Étnico Racial (CEIR), Fórum Estadual de Religiões de Matriz Africana do Maranhão (Ferma) e Conselho Municipal Afrodescendente São Luís (Comafro).

“Esse é um passo muito importante pela cidadania”, considera a secretária de Estado de Igualdade Racial, Claudett Ribeiro. O objetivo da iniciativa é sensibilizar os praticantes das religiões de matriz africana do Maranhão a declararem sua religiosidade quando da pesquisa do Censo 2010, visando corrigir imprecisões de números divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

‘Temos que tirar esse segmento da sociedade da invisibilidade, não apenas no Maranhão, mas em todo o Brasil”, disse a secretária. A ação tem por base o Censo 2000, no qual apenas 0,3% da população brasileira declarou ser adepto da religião afro-brasileira.

Mudança

Para a coordenadora de Divulgação do Censo 2010 do IBGE, Raquel Elisa de Araújo Marrocos, a campanha deve mudar o resultado da última pesquisa. “Esperamos ter um resultado mais próximo do real e a prática religiosa é um dos itens analisados. Aqui, aproveitamos para divulgar o nosso trabalho, pois o censo começa em agosto, a população precisa colaborar”, ressaltou.

O coordenador do Fórum Estadual de Religiões de Matriz Africana do Maranhão e do Coletivo de Entidades Negras, Neto de Azile, contesta o resultado do último censo do IBGE. “Observamos que os números não são verdadeiros, mas a herança colonial, a discriminação, o preconceito, tudo isso faz com que as pessoas não se identifiquem. A idéia é sensibilizar os religiosos de matriz africana para que digam que são de terreiro, que são de axé”, destacou.

Neto de Azile disse que o Censo é um instrumento que o governo usa para definir as suas políticas públicas e ações afirmativas. “Então, temos que ter um número maior, um número mais verdadeiro, para que possamos exigir esse serviço do estado”, completa.


Fonte: http://www.ma.gov.br/agencia/noticia.php?Id=10814

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Religiosidade Afro Brasileira: As casas Nagô

quinta-feira, 22 de julho de 2010

África Nossa por Cesária Évora

Religiosidade Afro Brasileira

I Baraketu – Religiões de Matrizes Africanas

OS NEGÕES CONTRA A CULTURA DO RACISMO

A Associação Cultural OSNEGÕES, entidade do movimento negro brasileiro, atuante na luta contra o racismo há 28 anos, lança o Projeto OSNEGÕES contra a Cultura do Racismo. Iniciativa que estará de 22 de julho a 21 de agosto realizando debates para jovens de diversos bairros de Salvador.

A ação pretende realizar durante dois meses, encontros entre intelectuais e moradores de localidades como: Engenho Velho de Brotas, Garcia, Cosme de Farias, Vasco da Gama e Engenho Velho da Federação.

O projeto tem a finalidade de capacitar os jovens e torná-los aptos a enfrentar melhor o racismo, ainda tão presente em Salvador, cidade com a maior população negra fora da África. As discussões têm a finalidade de difundir a Cultura de Matriz Africana como instrumento de luta contra o racismo.

Programação

22/07- 19h
Lançamento do Projeto

-A Cultura do Racismo e suas Conseqüências nos meios de comunicação.
Local: Escola Victor Civita – Dique do Tororó
Atividade Cultural: Banda Afro OSNEGÕES e convidados.

28/07 – 19h
-No Sistema Educacional Brasileiro
Local: Colégio Edgard Santos - Garcia
Atividade Cultural: Banda Afro OSNEGÕES e convidados

07/08 – 14h
-Nas Políticas de Segurança Pública do Estado Brasileiro
Local: Escola Amélio Cruz – Rua das Palmeiras, Engenho Velho da
Federação
Atividade Cultural: Banda Afro OSNEGÕES e convidados

12/08 – 19h
-Nas Políticas de Emprego e Renda
Local: Colégio Cosme de Farias
Atividade Cultural: Banda Afro OSNEGÕES e convidados

21/08 – 16h
-Religiões de Matriz Africana X Violência
Local: Solar Boa Vista – Engenho Velho de Brotas
Atividade Cultural: Banda Afro OSNEGÕES e convidados



Contatos:
(71) 9603-8521 (França)

(71) 9962-1022 (Paulo Roberto)

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Lançamento da Campanha / I Caminhada pela Vida e Liberdade Religiosa no Maranhão

Clique na imagem para ampliar

Fique ligado!

• I Seminário de Serviço Social do HC-UFPR: Gênero, Violência e Saúde da Mulher
Local: Alto da Glória - PR
Data: 09/08/10
Tipo de Evento: Evento
Entidade Promotora: HC-UFPR
Inscrições: seminarioinscricoes@hotmail.com, com: Nome Completo, Telefone e Instituição que atua/estuda
Custo: gratuito
Maiores Informações: Com Solange ou Maria Alice pelos telefones (41) 3360 1828 – 3360 7992 – das 7 às 13 h ou 9161 9214 – das 7 às 17h.
Observações: Local: Anfiteatro do Setor de Ciências da Saúde da UFPR – Rua Pe. Camargo, 280 – Alto da Glória – Curitiba – PR Data: 09 de agosto de 2010 Horário: das 8h às 17h30 Público-alvo: Residentes do HC, profissionais da saúde, acadêmicos de Serviço Social, assistentes sociais e demais interessados.
• VII Seminários Nacional Religiões Afro-Brasileiras e Saúde
Local: Rio de Janeiro - RJ
Data: 18/08/10
Tipo de Evento: Seminário
Entidade Promotora: UERJ
Inscrições: *
Custo: *
Maiores Informações: seminariorede2010@yahoo.com.br
Observações: 18 a 20 de Agosto VII Seminários Nacional Religiões Afro-Brasileiras e Saúde: Dialogando com as Políticas Públicas de Saúde e discutindo os novos rumos para o SUS.

• Seminário Internacional " Tendências das Políticas Sociais na América Latina
Local: Rio de Janeiro - RJ
Data: 19/08/10
Tipo de Evento: Seminário
Entidade Promotora: UERJ
Inscrições: *
Custo: *
Maiores Informações: nespp@cse.ufsc.br
Observações: 17 a 19 de Agosto Seminário Internacional " Tendências das Políticas Sociais na América Latina: concepções teóricas, lutas contrahegemônicas e Serviço Social" Local: auditório do CSE/UFSC

• Seminário internacional: Gramsci e os movimentos populares
Local: Niterói - RJ
Data: 13/09/10
Tipo de Evento: Seminário
Entidade Promotora: Universidade Federal Fluminense
Inscrições: *
Custo: R$10,00 Para quem não for apresentar trablho
Maiores Informações: http://www.nufipeuff.org/
Observações: O valor da inscrição para apresentação de trabalho é de R$ 50 (professores) e R$ 25 (estudantes). O depósito poderá ser feito após a aprovação dos trabalhos. Aqueles que não apresentarem trabalhos e desejarem obter o certificado de participação poderão fazer inscrição simples, de R$ 10. O Evento ocorrerá nos dias 13, 14, 15 e 16 de setembro na Universidade Federal Fluminense/ UFF- Niterói
• Simpósio: DIREITOS SOCIAIS, POLÍTICAS SOCIAIS E DEMOCRACIA NA AMÉRICA LATINA (UERJ)‏ DE 20 a 24/09
Local: Maracanã/ UERJ - RJ
Data: 20/09/10
Tipo de Evento: Simpósio
Entidade Promotora: UERJ e UGF
Inscrições: www.nucleasuerj. com.br
Custo: Consultar o site: www.nucleasuerj.com.br
Maiores Informações: www.nucleasuerj.com.br
Observações: Convidamos professores e pesquisadores a participarem do Simpósio: SOC 5 - DIREITOS SOCIAIS, POLÍTICAS SOCIAIS E DEMOCRACIA NA AMÉRICA LATINA. O Simpósio faz parte do II Congresso Internacional do Núcleo de Estudos das Américas, que se realizará na Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ, Campus Maracanã, no período de 20 a 24 de setembro de 2010 Cordialmente, Profa. Dra. Silene de Moraes Freire – FSS/UERJ Prof. Dr. Lier Pires Ferreira - PPGD/UGF Coordenadores. E-mail: silenefreire@ gmail.com ou lier.rio@ig. com.br ATENÇÃO: AS NORMAS PARA PUBLICAÇÃO, PRAZOS DE ENVIO DOS TRABALHOS, VALORES DE INSCRIÇÃO E PRAZOS, PROGRAMAÇÃO COMPLETA E DEMAIS INFORMAÇÕES ESTÃO NO SITE DO CONGRESSO

Fonte: Recebido por e-mail.

VI CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISADORES(AS) NEGROS(AS)

O VI Congresso Brasileiro de Pesquisadores(as) Negros(as) entre os dias 26 a 29 de Julho, debaterá sobre “Afrodiáspora: saberes pós-coloniais, poderes e movimentos sociais”, a fim de apresentar e discutir os processos de produção/difusão de conhecimentos intrinsecamente ligados às lutas históricas empreendidas pela populações negras nas Diásporas Africanas, nos espaços de religiosidades, nos quilombos, nos movimentos negros organizados, na imprensa, nas artes e na literatura, nas escolas e universidades, nas organizações não-governamentais, nas empresas e nas diversas esferas estatais, que resistem, reivindicam e propõem alternativas políticas e sociais que atendam às necessidades das populações negras, visando a constituição material dos direitos.

Difundir e debater os saberes produzidos por negros(as) no Brasil implica no esforço de identificar no cenário sociocultural brasileiro, conhecimentos, manifestações e formas de pensar/estar no mundo, concepções, linguagens e pressupostos não hegemônicos, construídas pela multiplicidade de sujeitos que constituem as populações negras, focalizando essa população como produtora de conhecimentos científicos, técnicos e artísticos.

Essa temática também propõe uma reconfiguração dos quadros da memória, no que tange a experiência histórica da população negra no Brasil, que respeite a presença da ancestralidade e tradições africanas, mas, ao mesmo tempo, considere as composições, traduções e recriações realizadas nos movimentos da diáspora.

A escolha dessa temática para orientar os debates e proposições do VI Congresso Brasileiro de Pesquisadores(as) Negros(as), leva em consideração a atual conjuntura brasileira, quando os segmentos negros organizados reivindicam e acentuam o incremento de mecanismos jurídicos-políticos de constituição material de direitos, tais como: a Lei n.º 10.6391 e suas Diretrizes Curriculares, a implementação de Políticas de Ações Afirmativas, a luta pela aprovação do Estatuto da Igualdade Racial e do Projeto de Cotas para Negros nas Universidades pelo Congresso Nacional, o que tem implicado na exigência e na urgência de ampliar o campo de discussão e produção de conhecimentos sobre as populações negras.

Em suma, traremos à tona estudos e debates sobre a realidade das populações negras, principalmente as questões ligadas ao racismo, às reconstruções culturais diaspóricas, às resistências e (re)existências negras. A disseminação de conhecimentos e o debate sobre tais questões, a busca de alternativas que possibilitem a equidade social, farão parte dos trabalhos de intelectuais negros e negras no VI Congresso Brasileiro de Pesquisadores(as) Negros(as).

Estimamos que sejam beneficiados(as) diretamente pelo VI COPENE cerca de 2000 participantes, de todas as Unidades da Federação e do exterior. Além disso, espera-se que na realização deste congresso, assim como nas edições anteriores, tenhamos um crescimento quantitativo e qualitativo da produção científica.

Clique aqui para acessar a Programação.

Fonte: http://www.abpn.org.br/