segunda-feira, 25 de julho de 2011

Mulheres negras realizam desfile com trajes afro nos shoppings de Salvador

Os principais shoppings de Salvador foram palco de desfile surpresa de mulheres com trajes afros das religiões de matriz africana, na manhã desta segunda-feira (25). O deputado estadual Bira Corôa (PT-BA) esteve presente e conferiu de perto a intervenção, que chamou a atenção de empresários do ramo da moda para a ausência de vestimentas específicas para mulheres descendentes de africanos na data em que se comemora o Dia Internacional da Mulher Negra na América Latina e Caribe.

“Beleza e consciência resumem bem a iniciativa”, definiu o deputado, que é presidente da Comissão de Promoção de Igualdade (Cepi) da Assembléia Legislativa da Bahia. O desfile foi uma realização conjunta do Coletivo de Entidades Negras (CEN), Fórum Estadual das Religiões de Matriz Africana, Rede Religiosa de Matriz Africana do Subúrbio e a Associação dos Terreiros de Cajazeiras e Águas Claras.

“Existe uma grande demanda por este tipo de roupa, mas, devido à falta dos trajes, as mulheres são obrigadas a consumirem os produtos confeccionados segundo a moda européia”, explica a coordenadora nacional de políticas de gênero do Coletivo de Entidades Negras (CEN), Lindinalva de Paula. Segundo realizadores do evento, as peças chegam a custar mais de R$ 150.

Para Bira Corôa, “não há justifica para cidades como Rio de Janeiro e São Paulo venderem estes produtos e a Bahia ficar de fora”. O parlamentar destaca ainda que a data tem um significado forte para a Bahia, “pelo número de mulheres negras que aqui vivem”.

HISTÓRIA – Em julho de 1992, acontecia o 1º Encontro de Mulheres Negras da América Latina e do Caribe, reunindo representantes de mais de 70 países na República Dominicana; A partir de então, 25 de julho virou marco internacional da luta e da resistência da mulher negra em relação à opressão de gênero e de etnia. Na Bahia, além da Comissão de Igualdade da AL, o segmento conta com o apoio da Cese, CUT e Secretaria estadual da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos para promover, de 23 a 30 de julho, atividades educativas e culturais em reverência à data. Confira aqui a programação.