Feichas Martins
SÃO PAULO [ ABN NEWS ] - A etnicidade e a raça são fatores importantes de estudo em Ciência Política no tocante ao recrutamento para os cargos eletivos, principalmente quando o país em questão - caso do Brasil e dos Estados Unidos - é um cadinho de raças e etnias oriundas da imigração planejada ou não.
Os estudos sobre as determinantes sociais do voto e do comportamento político no Brasil raramente incluem questões sobre raça e etnicidade, embora os negros representem cerca de 44% da população e até 50% em algumas capitais, segundo afirma o cientista político Cloves Luiz Pereira Oliveira, autor da pesquisa Os Negros e o Poder no Brasil.
Doutorando em Ciência Política do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro - IUPERJ, Cloves Oliveira considera que há um preconceito e esquecimento dos intelectuais em relação à inclusão do negro na mídia e na política, embora mencione diversos casos de negros eleitos para cargos executivos, como os ex-governadores Alceu Collares, no Rio Grande do Sul, Albuíno Azeredo, no Espírito Santo, e Benedita da Silva, no Rio de Janeiro, e o prefeito Celso Pitta, em São Paulo.
Um dado revelador dessa indiferença geral sobre a etnicidade dos políticos é que, de 1986 a 1998, nenhuma pesquisa de mestrado ou doutorado em Ciência Política, sobre a participação do negro ou de outro grupo étnico nas eleições no Brasil, foi registrada na Universidade de São Paulo (USP).
Mas, não se pode ignorar a maciça presença dos políticos de origem árabe, européia e asiática no Congresso Nacional e nos demais cargos legislativos e executivos federais, estaduais e municipais.
Essa presença teve início e cresceu conforme o fluxo de imigrantes de várias procedências, principalmente no final do século XIX, após o fim da escravidão negra, quando faltavam braços para certos serviços e lavouras.
Um exemplo emblemático é o deputado federal William Woo, do PSDB de São Paulo, o primeiro e único político de origem chinesa a se eleger deputado federal no Brasil, e, no entanto, as mídias nacional e paulista até hoje parecem indiferentes a esse fato, que é revelador do recrutamento de candidatos de origem oriental para a política, onde é rara a presença chinesa, embora a colônia hoje seja numerosa no País.
Nos Estados Unidos, onde os negros compõem cerca de 12% do eleitorado, seus votos são decisivos, tanto que elegeram o Presidente Obama. Não haveria democracia sem os negros naquele país. No Brasil, com cerca de 130 milhões de eleitores, não se sabe qual a participação percentual dos negros, embora o caldeamento de raças dificulte essa aferição.
Entre as diversas ações afirmativas para ascensão dos negros no Brasil, o estabelecimento da quota universitária é a mais controversa, não se conhecendo ainda os reais resultados desde a sua implantação, mas os bancos comerciais também estão empenhados em abrir mais espaço para a contratação de negros, que representam 19% dos 400 mil trabalhadores no setor, sendo que 66,5% desse percentual foram contratados nos últimos três anos.
Fonte: ABN
SÃO PAULO [ ABN NEWS ] - A etnicidade e a raça são fatores importantes de estudo em Ciência Política no tocante ao recrutamento para os cargos eletivos, principalmente quando o país em questão - caso do Brasil e dos Estados Unidos - é um cadinho de raças e etnias oriundas da imigração planejada ou não.
Os estudos sobre as determinantes sociais do voto e do comportamento político no Brasil raramente incluem questões sobre raça e etnicidade, embora os negros representem cerca de 44% da população e até 50% em algumas capitais, segundo afirma o cientista político Cloves Luiz Pereira Oliveira, autor da pesquisa Os Negros e o Poder no Brasil.
Doutorando em Ciência Política do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro - IUPERJ, Cloves Oliveira considera que há um preconceito e esquecimento dos intelectuais em relação à inclusão do negro na mídia e na política, embora mencione diversos casos de negros eleitos para cargos executivos, como os ex-governadores Alceu Collares, no Rio Grande do Sul, Albuíno Azeredo, no Espírito Santo, e Benedita da Silva, no Rio de Janeiro, e o prefeito Celso Pitta, em São Paulo.
Um dado revelador dessa indiferença geral sobre a etnicidade dos políticos é que, de 1986 a 1998, nenhuma pesquisa de mestrado ou doutorado em Ciência Política, sobre a participação do negro ou de outro grupo étnico nas eleições no Brasil, foi registrada na Universidade de São Paulo (USP).
Mas, não se pode ignorar a maciça presença dos políticos de origem árabe, européia e asiática no Congresso Nacional e nos demais cargos legislativos e executivos federais, estaduais e municipais.
Essa presença teve início e cresceu conforme o fluxo de imigrantes de várias procedências, principalmente no final do século XIX, após o fim da escravidão negra, quando faltavam braços para certos serviços e lavouras.
Um exemplo emblemático é o deputado federal William Woo, do PSDB de São Paulo, o primeiro e único político de origem chinesa a se eleger deputado federal no Brasil, e, no entanto, as mídias nacional e paulista até hoje parecem indiferentes a esse fato, que é revelador do recrutamento de candidatos de origem oriental para a política, onde é rara a presença chinesa, embora a colônia hoje seja numerosa no País.
Nos Estados Unidos, onde os negros compõem cerca de 12% do eleitorado, seus votos são decisivos, tanto que elegeram o Presidente Obama. Não haveria democracia sem os negros naquele país. No Brasil, com cerca de 130 milhões de eleitores, não se sabe qual a participação percentual dos negros, embora o caldeamento de raças dificulte essa aferição.
Entre as diversas ações afirmativas para ascensão dos negros no Brasil, o estabelecimento da quota universitária é a mais controversa, não se conhecendo ainda os reais resultados desde a sua implantação, mas os bancos comerciais também estão empenhados em abrir mais espaço para a contratação de negros, que representam 19% dos 400 mil trabalhadores no setor, sendo que 66,5% desse percentual foram contratados nos últimos três anos.
Fonte: ABN