sábado, 23 de julho de 2011

I Encontro de Mulheres Negras da Juventude do Subúrbio

Subúrbio de Salvador recebe primeira atividade comemorativa ao 25 de julho, Dia Internacional da Mulher Negra na América Latina e no Caribe.

Cerca de 100 mulheres de todas as idades se reuniram neste sábado (23) na Escola Estadual de Praia Grande, em Periperi, para o I Encontro de Mulheres Negras da Juventude do Subúrbio. Durante todo o dia, as participantes se envolveram em oficinas sobre estética; emprego e renda; comunicação e mídia; violência e saúde, além de mostra de vídeo, recital de poesia e hip hop.

O encontro abre o calendário de atividades educativas proposto pelo Coletivo de Entidades Negras (CEN), Movimento de Mulheres do Subúrbio, Fórum de Entidades do Subúrbio e a Comissão Especial de Promoção da Igualdade da Assembleia Legislativa da Bahia (CEPI) para comemorar o 25 de julho, considerado o Dia Internacional da Mulher Negra na América Latina e no Caribe.

Tatiane Cerqueira, 28, resumiu em poucas palavras o que significou sua participação na oficina de comunicação. “Eu aprendi que, independente da cor, nós temos o direito de falar o que pensamos”. Além da mudança de concepção, o encontro proporcionou mobilização. As participantes decidiram criar uma rede de mulheres negras do subúrbio, com o objetivo de disponibilizar um canal de comunicação para troca de informação e articulação da juventude local. A primeira tarefa da rede, demandada no encontro, será a construção de uma atividade para novembro, mês em que se celebra o Dia da Consciência Negra.

O presidente da CEPI, deputado estadual Bira Corôa (PT-BA), esteve no evento e parabenizou a representação feminina. “É uma satisfação me sentir minoria aqui hoje diante desse grupo e espero que esse dia seja apenas o primeiro de muitos que ainda virão”, disse o parlamentar para uma platéia majoritariamente de mulheres.

Na oportunidade, a coordenadora nacional de políticas de gênero do Coletivo de Entidades Negras (CEN), Lindinalva de Paula, informou que os movimentos presentes promoverão, em novembro, evento para escolha do negro e da negra mais linda do subúrbio, com participação livre. “Nossos padrões de beleza não perpassam por cinquenta centímetros de cintura, não perpassam por um metro e setenta e cinco de altura e pode participar quem tem cabelo que nasce virado para o sol, como o meu”, protestou.