A deputada federal Benedita da Silva (PT-BA) foi o centro das atenções na noite de ontem (29), no município baiano de Camaçari, durante premiação a mulheres negras que leva seu nome. Acompanhada do marido, o ator Antonio Pitanga, ela disse que aquela era uma demonstração de carinho e respeito do deputado Bira Corôa (PT-BA), proponente do Troféu Pérolas Negras Benedita da Silva, às mulheres negras que fazem da luta diária contra o preconceito uma trincheira.
“Nós não denunciamos apenas, também estamos construindo”, disse Benedita, que cantou afinada o samba Minha Missão, de Paulo Nogueira e Paulo César Pinheiro. Nos versos da canção, agradeceu a noite de premiação, sendo aplaudida de pé: “Canto para anunciar o dia / Canto para amenizar a noite / Canto pra denunciar o açoite /Canto também contra a tirania”.
O deputado Bira Corôa (na foto com a deputada Benedita) destacou a diversidade no perfil das 30 homenageadas como forma de contemplar todas as mulheres. “Recebem a honraria pescadora, advogada, professora, juíza, mestra de capoeira, baiana de acarajé, jornalista, quilombola, sindicalista, lideranças religiosas e comunitárias, que se destacaram nas suas áreas de atuação ou na defesa da promoção da igualdade”, afirmou o parlamentar.
Na lista, mulheres negras como Luislinda Valois, primeira juíza negra do Brasil; Maria Dilza de Jesus, jornalista e ativista do Movimento Negro em Camaçari; Domingas, ex-trabalhadora doméstica e atualmente prefeita de Governador Mangabeira; Alessandra Godinho Fernandes, primeira e única mulher pescadora de alto mar da Colônia Z-1 do Rio Vermelho (Salvador).
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Vital Vasconcelos, secretário de Cultura de Camaçari, levou o abraço do prefeito Luiz Caetano (PT): “Apesar de ausente, o prefeito está honrado pela homenagem acontecer em nosso município”. O vereador Marcelino, do PT local, também elogiou a iniciativa: “Todo dia o racismo desafio a gente. Não podemos errar”.
De vários municípios, compareceram secretários municipais, dirigentes de órgãos, vereadores, sindicalistas, representantes de entidades do movimento negro, ambientalistas, lideranças comunitárias. O ato encerrou com performance de poesia em tom contestador, além apresentações de grupos culturais de samba de roda.
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