domingo, 14 de agosto de 2011

Caminhada Azoany, Sincretismo baiano na programação do Pelourinho Cultural

Treze celebrações, treze anos de Caminhada Azoany. No próximo dia 16 de agosto,terça-feira, a partir das 9h, a agenda do Centro de Culturas Populares e Identitárias, através do Pelourinho Cultural – programa da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (Secult/BA), que tem o objetivo de dinamizar culturalmente os espaços do Centro Histórico, abrirá as ruas do Pelô para as manifestações do sincretismo religioso baiano. O evento reúne pessoas ligadas ao candomblé e ao catolicismo para celebrar São Lázaro e São Roque ou como são chamados nas religiões brasileiras de matriz africana, Obaluaê e Omolú. O firme propósito do Centro de Culturas Populares e Identitárias em apoiar voluntariamente iniciativas como essa é consonante com a intenção de valorizar todas as manifestações tipicamente regionais, características da Bahia e, nesse caso, especialmente aquelas de matriz africana. Para um dos líderes da iniciativa, Albino Apolinário, o apoio oficial é um reconhecimento ao papel estratégico da manifestação para a cultura e o turismo baiano. “A gestão do Centro reconhece a Caminhada com a importância devida para a cultura negra, bem como para o turismo étnico no estado. Recebemos caravanas de turistas que vêm de diversos pontos do país, a exemplo do Rio de Janeiro e do mundo, como os norte-americanos, que viajam para prestigiar o evento”, pontua.

A Caminhada Azoany ocorre anualmente em 16 de agosto, data em que oficialmente se é comemorado o dia de São Roque, saindo do Pelourinho em direção à Federação. A intenção, além de reverenciar os santos (e orixás), é pagar promessas e agradecer por graças alcançadas. O início das evocações será às 9h, com a missa na Igreja do Carmo, que será celebrada pela Irmandade da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos. Às 13h, começa a concentração na Praça do Reggae e em seguida, com a animação do Afoxé, se inicia o cortejo até a Federação – Igreja de São Lázaro e São Roque. Azoany, nome utilizado pela nação Jejé, formada por povos que habitam o Togo, Gana e Benim, é o Deus da saúde e morte que busca no dia a dia a solução de problemas que atingem a matéria humana. A festa de São Roque é uma das tradições compartilhadas nas diversas regiões dos bairros do Engenho Velho da Federação e da Federação. O santo é o segundo padroeiro na Igreja de São Lázaro, que apesar de ser de origem católica, tem grande adesão do Candomblé. Além da Caminhada Azoany, as homenagens consistem em lavagem da escadaria da Igreja, velas acesas e o tradicional banho de pipoca.


Obaluaê/Omolú (Azoany) - Considerado pelos devotos do candomblé como protetor das doenças infecto-contagiosas. Com vestes de palha, esconde o segredo da vida e da morte. Reservado, simples, trabalhador e solitário, Omolú Velho é mais introvertido, enquanto Obaluaê, o Omolú Novo, é mais agressivo.


São Roque - São Roque nasceu no século XIII, na França, em Montpellier, e era filho do governador. Estudou nas melhores escolas da cidade e provavelmente cursou a Faculdade de Medicina. Após perder os pais, Roque decide seguir as palavras de Jesus, ao invés de administrar os bens e patrimônios da família. Mais tarde, distribuiu seus bens e foi cuidar dos doentes da epidemia da peste negra.


São Lázaro – De acordo com a Doutrina Cristã, em especial a Católica, ficou conhecido por ter sido ressuscitado por Jesus. Segundo os Evangelhos, Lázaro teve a sorte de ser o protagonista de um dos milagres mais impressionantes de Cristo, depois de estar morto por quatro dias. Lázaro adoeceu gravemente e duas de suas irmãs, Marta e Maria, enviaram com urgência um mensageiro ao encontro de Jesus com a seguinte mensagem: “Aquele a quem Você ama, está doente”.


QUANDO : 16 de agosto 2011 - TER - 9h
ONDE : Missa na Igreja do Carmo, Pelourinho - Salvador BA