quinta-feira, 30 de julho de 2009
A Benção: Festa para Mãe Vera de Oyá
Para marcar a data, vai ter a tradicional festa no seu terreiro, a partir das 21 horas. A celebração para Oyá, no terreiro de Mãe Vera, é uma cerimônia belíssima. O Ilê Axé Oyá Mamilê fica no Km 17, em Itapuã.
Homenagem a Mulheres Negras
É a quinta edição da atividade, sediada no Oxumarê, que aborda temas como ancestralidade e resistência. “Este tema foi escolhido para homenagear mulheres negras na ancestralidade e as que dão continuidade ao seu legado nos tempos atuais”, conta a ekede do terreiro, Rose Mary Oliveira.
O seminário tem também uma homenagem a mulheres negras que atuam em várias frentes. A lista deste ano para receber o Troféu Luiza Mahin inclui Valdecir Nascimento, Edenice Santana, Raimunda Oliveira, Nivalda Costa, Anhamona de Brito, Negra Jhô, eu- e desde já agadeço a bondade da organização- dentre outras. A mulher escolhida para ser referência é a eterna Lélia Gonzalez.
“Este evento faz com que as mulhres negras do candomblé, ou não, reflitam sobre a necessidade de um reencontro com sua identidade, história e raízes, se assumindo como afrodescendentes e agentes desse processo de democratização racial”, diz o babalorixá do Oxumarê, Babá PC.
Fonte: Mundo Afro
terça-feira, 28 de julho de 2009
Fique ligado na "semana" Azoany!
Esperamos por você!
Associação Alzira do Conforto.
domingo, 26 de julho de 2009
Revitalização dos templos de religiões de matriz africana
O secretário municipal da Reparação, Ailton Ferreira esteve presente na cerimônia de assinatura do Convênio “Reforma, Ampliação e Reparos Gerais” que vai beneficiar inicialmente 53 Territórios Culturais de Matriz Africana. Para ele, os terreiros devem ser reconhecidos e respeitados por tratar-se de um local de benção. Ferreira revela a sua felicidade em estar presente num momento tão importante e de conquista para a Comunidade Negra em geral e exalta: “Mais uma etapa foi vencida”. A secretária da Sepromi, Luiza Bairros e o vereador Gilmar Santiago que estavam também presentes no evento fizeram questão de ressaltar a importância da participação da Secretaria Municipal da Reparação (Semur), na elaboração do Projeto de Regularização Fundiária dos Terreiros de Candomblé. O mapeamento detalhado dos terreiros era uma ação necessária para que a partir deste resultado fossem elaboradas e executadas as políticas de preservação e revitalização desta cultura e religião.Atualmente existem 1.368 terreiros na Bahia. O convênio consolidado vai atender apenas 53 deles. A partir daí cria-se a expectativa que todos os templos sejam atendidos no decorrer deste processo. Cria-se também muita esperança sobre a continuidade do projeto e fica a espera deste povo que provou ter resistência e muita fé. Esta força e a fé que nunca seca dentro do candomblé pode ser sintetizada em uma frase de Pierre Verger: “O candomblé sobrevive até hoje porque não quer convencer as pessoas sobre uma verdade absoluta, ao contrário da maioria das religiões”. Isto significa que religiosos do candomblé pedem apenas o reconhecimento e o respeito desta religião, que cultiva a cultura africana sem agredir nenhuma outra religião.Este convênio vai atender em sua primeira etapa 12 terreiros, já que a liberação de recurso foi dividida em seis parcelas, sendo a primeira no valor de R$ 279.837,07. Após a conclusão das obras e finalizada a prestação de contas da primeira etapa, a segunda parcela será liberada para dar continuidade ao processo de reforma, ampliação ou reparos. Tudo isso com um único objetivo: preservar as características culturais das religiões de matriz africana. Para o presidente da ACBANTU – Associação Cultural de Preservação do Patrimônio Bantu, Taata Raimundo, “... é uma conquista da ancestralidade que há tanto tempo vem derramando suor e sangue para ter o reconhecimento da nossa religião, cultura e filosofia”.O secretário de Desenvolvimento Urbano, Afonso Florence no momento em que assinou o documento, ressaltou com satisfação: “esta foi a assinatura mais importante que já fiz”. Isso mostra que foi efetivado o compromisso do poder público com a religião de matriz africana e que convoca uma abertura importante para que sejam efetivadas outras ações pendentes de reparação para o povo negro na Bahia.
Confira os 53 terreiros que serão contemplados nesta primeira etapa do Convênio:
1.ILÊ AXÉ IYÁ NASSÔ OKÁ (CASA BRANCA DO ENGENHO VELHO) – Federação
2.UNZÓ TUMBA JUNÇARA – Federação
3.ILÊ OBÁ DO COBRE – Federação
4.ILÊ AXÉ OBÁ TADÊ PATITI OBÁ - Engenho Velho da Federação
5.ILÊ AXÉ OYÓ BOMIN – Federação
6.ILÊ AXÉ OXUMARÉ – Federação
7.ILÊ AXÉ ODÉ MIRIN - Engenho Velho da Federação
8.ILÊ AXÉ YAOMINIDÊ – Federação
9.ILÊ IYÁ OMI AXÉ YAMASSÊ (GANTOIS) – Federação
10.UNZÓ TUMBACÉ - Pero Vaz
11.ILÊ OMI IBIRI AXÉ AIRÁ (VINTÉM DE PRATA) – Cajazeiras
12.CASA DOS OLHOS QUE FALA DA NAÇÃO ANGOLAN PAQUETAN - MUTÁ LOMBO YE KAIONGO - Cajazeiras XI
13.ILÊ AXÉ OMINIJÁ – Cajazeiras
14.ILÊ AXÉ OYÁ TUNJÁ – Brotas
15.ILÊ MARÓIA LÁJI (ALAKETU) - Matatu de Brotas
16.ILÊ AXÉ IJI ATI OYÁ - Engenho Velho de Brotas
17.ILÊ AXÉ MAROKETU - Cosme de Farias
18.ILÊ AXÉ FÉ KONFÉ OLORUM (CASA MARIA DE XANGÔ) – Matatu de Brotas
19.ILÊ AXÉ D’OYÁ - Cajazeiras X
20.TERREIRO BABACAN ALAFIN (TERREIRO DE OXALÁ) – Plataforma
21.CABOCLO CATIMBOIÁ – Plataforma
22.MANSO BANDUQUENQUIM N’SABA (BATEFOLINHA) - Campinas de Pirajá
23.ILÊ AXÉ OLORUM OYÁ – Pirajá
24.ILÊ AXÉ ODÉ TOLÁ – Paripe
25.ILÊ AXÉ OLUFAN ANANCIDÊ OMIN – Arenoso
26.ILÊ AXÉ ABASSÁ DE OGUM - Nova Brasília de Itapuã
27.GUEREBETÃ GUME SOGBOADÃ - Nova Brasília de Itapuã
28.ILÊ AXÉ TOGUM - São Cristóvão
29.ILÊ AXÉ OYASSIBADÊ - Chapada do Rio Vermelho
30.ILÊ AXÉ OBÁNIRÊ - Rio Vermelho
31.NZÓ KWA MPAANZU - Pau da Lima
32.ILÊ AXÉ NINFA OMIM - Sussuarana Velha
33.TERREIRO MOKAMBO-ONZÓ NGUZO ZA NKISI DANDALUNDA YE TEMPO-Trobogy
34.ILÊ AXÉ JITOLU – Liberdade
35.ILÊ AXÉ OPÔ AFONJÁ - São Gonçalo do Retiro
36.ILÊ AXÉ OMO EWÁ - Praia Grande
37.SENZALA RELIGIOSA MUKUNDEWÁ - São João do Cabrito
38.UNZÓ INDEBWA KAAMUZAMBI - Baixa do Cacau - São Caetano
39.ILÊ AXÉ OBÁ INÃ - São Caetano
40.ILÊ AXÉ LADÊ PADEMIN - Bairro da Paz
41.TERREIRO DE OGUNJÁ - Luiz Anselmo
42.OGUM KARIRI COM IANSÃ - Botelho - Ilha de Maré
43.OXOSSI MUTALAMBÔ - Praia Grande - Ilha de Maré
44.ILÊ AXÉ OMIM J'OBA - Estrada Velha do Aeroporto
45.MANSO DANDALUNGUA COCUAZENZA – Cajazeiras
46.ILÊ AXÉ OMIN FUNGÊ LOIASI - Cajazeiras XI
47.ILÊ AXÉ OMI KARÉ LEWI – Cajazeiras
48.ILÊ AXÉ KALÈ BOKUN – Plataforma
49.ILÊ AXÉ OYÁ – Pirajá
50.ILÊ AXÉ OYÁ DEJI – Paripe
51.ILÊ OLORUM AXÉ GIOCAN - Boa Vista do Lobato – Lobato
52.ILÊ AXÉ OYÁ LECI – Paripe
53.ONZÓ DE ANGORÔ - Plataforma
Fonte: SEMUR
sábado, 25 de julho de 2009
sexta-feira, 24 de julho de 2009
Obama entra na polêmica sobre prisão de um professor universitário negro
O Vale Cultura surge como a ferramenta mais extraordinária desse elo fundamental entre educação e cultura
Esse abismo entre quem faz e quem consegue ver, ouvir e ler reproduz a humilhante separação na sociedade entre os que ampliam suas possibilidades de crescer e entre os que têm abortado o mais elementar direito pleno de ser humano: a capacidade de pensar livremente e se expressar de maneira crítica. Esse processo só ocorre quando há acesso a informações tanto técnicas quanto estéticas.
O Vale Cultura surge como a ferramenta mais extraordinária desse elo fundamental entre educação e cultura. Conjugam-se os valores do saber com os sabores do prazer. Entretenimento e arte com o processo cultural e a consciência crítica.
A criatividade do artista brasileiro é inesgotável, mas nossa rica diversidade cultural e o consumo da produção cultural do país esbarram na exclusão sociocultural. Apenas 13% dos brasileiros vão ao cinema uma vez por ano; 92% nunca visitaram um museu; só 17% compram livros; 78% nunca assistiram a um espetáculo de dança; mais de 75% dos municípios não têm centros culturais, museus, teatros, cinemas ou espaço cultural multiuso.
Como mudar esses números senão com uma política cultural que tenha no acesso uma meta fundamental?
A urgente distribuição de renda ganha densidade quando se estimula a liberdade de expressão -melhores equipamentos culturais dispostos em espaços acessíveis, programas continuados de oficinas e circuitos de troca para formação e informação, maior possibilidade de vivência estética e construção de memória.
Essas são dimensões vitais da cultura, e cabe ao Estado apoiá-las sem se esquivar ou tentar cooptar -duas opções que marcaram a relação entre cultura e Estado no passado.
No governo Lula, o princípio é tratar a cultura como um patrimônio produzido por uma sociedade diversa e dinâmica, e ainda desigual: trata-se de considerar a política cultural brasileira como parte fundamental da realização de um país justo e republicano e, nesse sentido, disponibilizar recursos com critério, transparência e metas controladas pela sociedade.
O Vale Cultura é um passo significativo para garantir a incorporação da cultura na vida e na família dos trabalhadores do nosso país. Com o novo incentivo, empresas e centrais podem incorporar em suas negociações essa melhoria concreta na qualidade de vida do trabalhador, o acesso à cultura. A meta é atingir na primeira fase do programa mais de 12 milhões de trabalhadores das empresas incentivadas pelo projeto de lei.
Os R$ 50 mensais para gastar na compra de entradas de cinema, teatro, museu e shows ou na aquisição de livros, CDs e outros bens culturais podem começar a fazer a diferença na formação de cidadãos que passam a ler mais livros e jornais, bem como usufruir de um repertório indispensável para a formação plena de um cidadão do século 21.
O governo vai conceder renúncia fiscal de parcela desse valor, o empregador vai arcar com outra, e o trabalhador, com uma pequena parte, variável de acordo com a faixa salarial.
A medida tem o potencial de injetar diretamente R$ 600 milhões por mês, ou seja, R$ 7,2 bilhões anuais, na economia da cultura -quase sete vezes os recursos atuais da Lei Rouanet.
O que significa compreender finalmente a economia criativa como um setor estratégico do país, no momento em que almejamos nova posição global numa sociedade mais justa e a cada dia mais baseada no conhecimento e na cultura das sociedades.
É no sentido de aumentar as plateias que consomem arte que o Vale Cultura torna-se também um incentivo a artistas e produtores culturais.
Ampliar a capacidade de investimento, tanto público quanto privado, e sobretudo corrigir distorções verificadas ao longo dos 18 anos de vigência da Lei Rouanet são partes de um ciclo de renovação do Estado brasileiro e de sua relação com a cultura.
Esse passo necessita de pacto amplo entre empresas, instituições e sociedade para que o vale seja para valer. Para que o vale revele o valor de quem cria e permita crescer quem vale muito mais do que um número na plateia. Um vale para valer nossa determinação de trabalhar a cultura como necessidade básica: nutriz de espírito e matriz de corpo. Sem prazo de validade, pois a sociedade brasileira saberá consolidar esse avanço e exigir muito, muito mais de uma nação realmente republicana.
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JUCA FERREIRA , 60, sociólogo, é o ministro de Estado da Cultura.
Fonte: FCP
Umbanda vira patrimônio imaterial do Estado do Rio de Janeiro
O governador Sérgio Cabral sancionou, nesta quarta-feira, a Lei 5.514/09, de autoria do deputado Gilberto Palmares (PT), que declara a Umbanda como patrimônio imaterial do Estado do Rio de Janeiro.
- A partir do momento em que os cultos viram patrimônio, eles passam a ser mais divulgados, diminuindo a intolerância e a violência. Cabe ressaltar ainda que a umbanda é uma religião genuinamente brasileira - comentou Palmares, em nota.
O deputado também é autor da Lei 5.506/09, que declara o candomblé como patrimônio imaterial do Estado.
Fonte: O Globo
Lançamento da Revista de I Colóquio Internacional de Mulheres Negras da África e da Diáspora
Debate para marcar o 25 de julho
Amanhã, a atividade começa às 18 horas e no sábado a partir das 9 horas. O tema do encontro é Diálogos sobre conquistas e desafios das mulheres negras no Estado da Bahia.
O ciclo de debates é promovido pela Sepromi, por meio da sua Superintendência de Políticas para as Mulheres, em parceria com o Ceao.
Fonte: Mundo Afro
Fábrica de Ideias realiza workshop
A expectativa é reunir pesquisadores dos diferentes níveis da trajetória acadêmica que tenham interesse no tema. Em destaque as relações entre o corpo, poder, identidades e sua afirmação, política, religião e cultura em variadas regiões do mundo.
“Acreditamos que dialogar e socializar experiências e práticas de pesquisa sobre o tema enriquecerá a todos nós”, diz Ângela Figueiredo, coordenadora do seminário Fábrica de Ideias.
Para participar do workshop é necessário enviar um e-mail para fabrica@ufba.br. O e-mail deve ter as seguintes informações: nome do interessado, titulação,instituição, tema da pesquisa e um resumo sobre ela de até 15 linhas.
Fonte: Mundo Afro
sexta-feira, 17 de julho de 2009
Educaxé: Bogum- Parte II
Jaime Sodré
Dos anos 30 aos anos 50 comenta-se o sacerdócio da Doné Emiliana da Piedade, vodunsi de Ágüe. Seguida por Maria Romana Moreira, Romaninha de Pó, na condição de Deré, assumindo por um breve período os destinos do Bogum, entre 1953 a 1956, fato que não conta com a unanimidade.
A partir de Valentina Maria dos Anjos, a famosa Mãe Runhó, consagrada a Sogbo Adan, de 1960 a 1975, a linha sucessora parece clara e sem contestações.
Segue-se o período glorioso de Evangelista dos Anjos Costa, Lokossi, a sempre lembrada Mãe Nicinha, de Loko. Sua regência, mantendo as tradições mais caras do Bogum, estendeu-se de 1978 a 1994.
Chegamos aos dias atuais e à escolha da seguidora de Mãe Nicinha, cujos feitos memoráveis foram a reforma do espaço sagrado do seu templo e a solicitação da inclusão do Artigo 27o na Constituição Baiana. Os búzios, exaltados pelo Oluwó Agenor Miranda, em 30 de maio de 2002, indicou o nome de Zaildes Iracema de Mello, hieronímio Nandoji, uma filha de Azonsu, conhecida por Mãe Índia, neta da venerável Runhó, assumindo o cargo em 11 de agosto de 2003, com 36 anos de idade e no vigor da sua juventude.
Realizou a ampliação e reformas do sítio religioso do Bogum, (a primeira reforma fora feita na gestão de Gilberto Gil à frente da Fundação Gregório de Mattos e a segunda reforma na gestão do prefeito Antonio Imbassay).
A biografia religiosa de Mãe Índia, ou Nandoji Índia, começa com a sua iniciação pelas mãos de Doné Nicinha, tendo como pai pequeno o humbono Pai Vicente do Matatu, um grande sacerdote do rito jeje, iniciado na vida religiosa por Maria Romana.
Nandoji Índia seria a primeira na ordem iniciática, com a titulação de dofona do seu barco. Filha de uma família que manteve as tradições jeje, tem como pais dona Antonia Firmina de Melo e o sempre lembrado, pelos seus profundos conhecimentos das tradições religiosas jeje, Amâncio Melo.
Dedica-se atualmente à vida sacerdotal, já inaugurando alguns barcos (em torno de três). É difícil elaborar uma listagem completa dos iniciados no Bogum, porém julgamos serem muitos. Calcula-se em, no mínimo, 60 a 100 barcos somando-se os de Doné Runhó, Mãe Nicinha, Emiliana de Ágüe, Romaninha de Pó e Valentina.
Textos-base:
1. Nicolau Parés- A Formação do candomblé- História e Ritual da Nação Jeje na Bahia. Editora Unicamp. Félix Ayoh´omidire. ÀKỌGBÀDÙN – ABC da língua, cultura e civilização iorubanas. Salvador: EDUFBA : CEAO, 2004, p. 85.
Perguntas para aprofundar a pesquisa sobre o tema:
1. O que significa voduns, orixás e inquices?
2. O que são os arará, em Cuba?
3. Qual o papel das mulheres no Candomblé e em outras religiões?
4. Como se organiza a hierarquia do Candomblé?
5.O que é jeje-mahim?
Jaime Sodré é historiador, professor e religioso do candomblé
quinta-feira, 16 de julho de 2009
domingo, 12 de julho de 2009
Vem ai... 11ª Caminhada Azoany
Site: www.caminhadaazoany.blogspot.com
E-mail: alziradoconforto@hotmail.com / alziradoconforto@ig.com.br / caminhadaazoany@gmail.com
Telefones: 71 3321- 8027 / 71 8802-3837
sexta-feira, 10 de julho de 2009
Cotista ganha prêmio de melhor aluno universitário
"Fomento a alunos compromissados fazem não só a diferença entre permanecer e sair da Universidade, como entre se destacar ou ser mais um dentro da instituição".
Por Marcus Bennett
Numa época em que a discussão entre o mérito e a oportunidade de ingresso de alunos negros no ensino superior por meio de cotas tem tomado as pautas da mídia brasileira, um estudante negro, cotista, prova que o mérito de sua formação profissional não está ligado apenas ao modo de ingresso na instituição, mas que seu futuro também depende do esforço que se empreende durante todos os anos de faculdade. Assim pensou Gilberto da Silva Guizelin, vencedor do Prêmio de melhor aluno da Universidade Estadual de Londrina (UEL) em 2008.
Superintendente Regional da Caixa, Roberto Bachmann, e Reitor da UEL, Wilmar Marçal, entregam prêmio de 10 mil reais
Com uma nota média de 9,520 pontos, o agora historiador recebeu R$ 10 mil pelo feito, no final de abril deste ano. Segundo a pró-reitora de graduação da UEL, professora Maria Aparecida Vivian de Carvalho, "nós não tivemos nenhum aluno que se aproximou dessa média", o que valoriza ainda mais a conquista.
O prêmio é inédito na instituição e surgiu de uma parceria entre a Reitoria e a Caixa Econômica Federal para premiar aquele que teve um melhor desempenho entre os demais alunos no decorrer de toda a graduação.
A professora Maria Aparecida conta que para ser justo, o processo de seleção foi muito estudado, visando os projetos pedagógicos dos cursos e seus respectivos sistemas de avaliação. Para tanto, o critério é o estudante ter ingressado por concurso vestibular, não ter tido qualquer anotação ou registro em sua pasta acadêmica e também alcançado uma nota mínima em cada disciplina, igual ou superior a sete. Isso significa não ter tido nenhuma reprovação.
Feliz da vida, Gilberto nem pensa em parar. Quer, desde já, dar prosseguimento a seus estudos. "Este dinheiro vai me auxiliar no decorrer da minha pós-graduação que acabo de iniciar aqui mesmo na UEL, dentro do Programa de Mestrado em História Social. Mas, talvez, mais importante do que o valor financeiro do prêmio, seja o reconhecimento dele advindo, o que tem me ajudado a abrir inúmeras portas no caminho de minha formação," observou.
Natural de Paraguaçu Paulista, interior de São Paulo, Gilberto Guizelin atribui parte de seu sucesso ao Programa Afroatitude, voltado para o fomento de bolsas de estudo para estudantes negros e oriundos de escola pública. Para ele, o Programa Afroatitude foi fundamental para o desenvolvimento de uma consciência mais cidadã e pelo amadurecimento nas questões acadêmicas, como estudos, pesquisas e artigos.
Veja seu depoimento:
"Penso que uma das principais razões de eu ter ganhado este prêmio foi, sem dúvida, a conjuntura favorável de minha formação ao longo dos últimos quatro anos. Quando ingressei na universidade, em 2005, no curso de História, logicamente que uma das minhas preocupações era com relação à minha capacidade de acompanhar as matérias, pois vindo de uma família de recursos financeiros escassos, desde a época do colégio pensava em me sustentar na Universidade por algum sistema de bolsa de estudo, assim a manutenção de uma boa média era uma preocupação constante desde o Ensino Fundamental e Médio. Assim que cheguei na UEL, conheci o Afroatitude e fiquei vinculado ao programa por dois anos e meio, entre 2005 e 2007. Minha experiência foi muito boa, pois, além de me inserir nas discussões recentes em relação às cotas para estudantes negros, o programa possibilitou-me sair na dianteira de meus colegas de curso, uma vez que desde o início de minha graduação passei a ter contato com um projeto de iniciação científica, capacitando-me a produzir diversos trabalhos científicos, o que, por sua vez refletiu na construção de um currículo Lates acima das expectativas de um aluno de graduação, e, ainda, me abriu um mundo novo ao me levar para congressos científicos em diversas partes do Paraná e do Brasil".
"Uma outra exigência do Programa, além de contemplar estudantes negros, era desenvolver pesquisas que abordassem o negro. O que para todos os alunos contemplados com o programa foi uma dificuldade tendo em vista a escassez de projetos acadêmicos que tenham a preocupação com este público tão esquecido na história institucional, social e econômica do Brasil. Contudo, para minha sorte, dentro do Departamento de História, o professor José Miguel Arias Neto encontrava-se desenvolvendo uma pesquisa em torno da formação da Marinha de Guerra do Brasil, e uma das finalidades da pesquisa era estudar a presença negra neste processo de constituição. Gostei muito de ter feito parte dessa pesquisa, pois não só criei vínculos de amizade e estabeleci uma relação de profissionalismo, como ainda publiquei meus primeiros artigos acadêmicos dentro da Revista Afroatitudeanas".
"O curso de História teve uma grande participação no Programa Afroatitude da UEL, pois quatro de seus estudantes faziam parte dele: Fernanda Charis, Júlia Amabile, Laércio e eu. Como fazíamos parte do mesmo curso e da mesma turma, nosso contato era diário, o que me permitiu tomar ciência do estado de suas pesquisas e de suas trajetórias no decorrer do curso. Aliás, tenho orgulho em dizer que, próximo ao encerramento do programa, em uma pesquisa interna da UEL, realizada para medir o desempenho dos alunos cotistas e membros do Programa, nós, os alunos de História, ficamos entre os primeiros. O que mais uma vez reforça que possibilidades de fomento a alunos compromissados fazem não só a diferença entre permanecer e sair da Universidade, como entre se destacar ou ser mais um dentro da instituição".
Projetos futuros
O objetivo profissional de Gilberto Guizelin é se tornar um professor universitário. Para tanto, busca, desde já, desenvolver uma boa dissertação de mestrado sobre um tema pouco conhecido e difundido que é a política externa imperial do Brasil e suas preocupações com relação à África. Ao mesmo tempo, já se adianta à construção de um projeto de doutoramento. "Uma viagem para Angola, tipo um intercâmbio com os pesquisadores de além-mar, assim como uma viagem para estudo nos centros de documentação de Portugal e Grã-Bretanha seriam também bem vindas, mas, quanto a isso, resta estabelecer algum convênio de pesquisa", aspira.
Recém ingressado no Programa de mestrado em História Social da UEL, Guizelin desenvolve a pesquisa A Projeção Atlântico-Africana do Império Brasileiro (1822-1863): "Destino" ou "Fardo Atlântico" à Construção do Estado Nacional Brasileiro. O trabalho voltado à investigação da política externa do Império brasileiro com relação ao continente africano, mais especificamente com as colônias portuguesas. "Meu interesse por esta temática se deu pelo fato de as relações bilaterais entre a África e o Brasil, desenvolvidas a partir do comércio negreiro, desde meados do século XVI e consolidadas entre os séculos XVII e XVIII, formarem um caso sui generis na História: a constituição de um sólido, difuso e complexo circuito mercantil no Atlântico Sul, no qual as praças brasileiras ocuparam, por excelência, uma posição político, administrativa e comercial estratégica", revela.
Conheça mais sobre o Programa Afroatitude na UEL:
http://www2.uel.br/neaa/afroatitude/artigo-mec.html
Fonte: FCP
Religiosos de matriz africana terão órgão similar a CNBB
A este Encontro deverão estar presentes as principais lideranças, Babalorixás e Yalorixás – em especial as Mães Silvia de Oxalá, de S. Paulo, Mãe Beata, Mãe Stela, da Bahia e Baba Dyba de Yemanjá, do Rio Grande do Sul - que, na plenária final da II Conferência da Igualdade Racial, realizada no mês passado em Brasília, travaram uma dura batalha para neutralizar resistências a criação do Fórum.
Embora já tenha sido informalmente criado, o Fórum não pôde ser oficializado na Conferência porque o ministro Edson Santos – com o apoio de correntes políticas como a CONEN - entendeu que não seria o caso de criá-lo numa Conferência convocada pelo Governo Brasileiro.
"Consideramos inadequada a criação de um Fórum dentro da Conferência. Eles (os religiosos de matriz africana) vão se organizar no tempo e no local mais adequado para eles. A Seppir não quer tutelar o Movimento reliigoso, nem católico, nem protestante. Eles devem caminhar com os próprios pés” disse o ministro.
Resistências
A principal resistência à formalização do Fórum tem partido de Minas Gerais, onde lideranças religiosas ligadas ao Centro Nacional de Resistência e Africanidade Afro-Brasileira (CENARAB), vinculadas a CONEN, se mostram reticentes à criação de um organismo nacional para ser interlocutor único das religiões de matriz africana com o Estado.
Os defensores do Fórum – em especial lideranças do Centro de Tradições Afro-Brasileiras (CETRAB)-, coordenado por Dolores Lima, no Rio, e outras entidades espalhadas pelo país, tem maior proximidade com o Coletivo de Entidades Negras (CEN) articulação política surgida na Bahia, impulsionada pelo Ogã, Marcos Rezende, e que transformou-se numa força nacional – como ficou demonstrado na Conferência de Brasília.
A Afropress apurou que a não formalização do Fórum na Conferência se deveu mais a razões políticas – por causa da alteração da correlação de forças que disputam a hegemonia do Movimento Negro na interlocução com o Estado e com o Governo – e menos as razões alegadas pelo ministro.
Conselho Superior
Enquanto o Fórum Nacional das Religiões de Matriz Africana aguarda o Encontro de agosto para ser oficialmente criado, lideranças religiosas começam a debater propostas para sua estruturação.
Afropress apurou que um dos pontos em discussão é a criação de um Conselho Superior que cuidará da doutrina, normas, regras e da posição das religiões em relação a temas controversos do debate público, como a questão do aborto, células tronco, entre outros. Esse Conselho deverá ter na sua composição, as lideranças mais respeitadas, de todos os ramos da religião.
Religiões diversas
Ao contrário do que se imagina, segundo explicou uma dessas lideranças, as religiões afro não se reduzem ao Candomblé e a Umbanda. Existem outras vertentes em vários Estados, sem contar com as características que a Umbanda e o Candomblé adquirem de acordo com a região em que a religião é professada.
Abaixo do Conselho Superior estará um outro órgão que reunirá todas as entidades nacionais. O Fórum será um novo interlocutor perante o Estado no momento em que as religiões de matriz africana passaram a ser alvo de manifestações de intolerância.
Força política
Nasce, por outro lado, como força política, capaz de representar milhões de pessoas negras ou não, que tem as religiões afro como sua fé.
Segundo pesquisa Datafolha realizada em 2006 e 2007, adeptos do candomblé e de outras religiões afrobrasileiras são menos de 1%, porém, esses dados não levam em conta o fato de que milhões de pessoas não assumem a religião em virtude de serem alvo de perseguições e preconceitos.
Católicos, de acordo com a pesquisa, são 64%; evangélicos pentecostais são 17% e os não pentecostais, 5%; Espiritas ou espitirualistas são 3% e, umbandistas, 1%. Outros 3% dizem pertencer a outras religiões, e 7% dizem não ter religião ou se declaram ateus.
Por iniciativa do Coletivo de Entidades Negras (CEN) e dos religiosos será lançada em setembro, em Salvador, a campanha “Quem é de Axé, diz que é”, que terá um Censo Nacional com o objetivo de identificar qual é o tamanho dos adeptos das religiões afro na população brasileira.
Fonte: Afropress
No ar... Vídeo sobre Ataque ao Templo de Santa Sara Kali no Rio de Janeiro
Ensaios do Afoxé Filhos do Korim-Efan
Os Filhos do Korim-Efan vão homenagear a Euá: Este orixá é uma bela virgem que entregou o seu corpo jovem a Xangô, marido de Oya, despertando a ira da rainha dos raios. Ewá refugiou-se nas matas inalcançáveis, sob a protecção de Oxóssi, e tornou-se uma guerreira valente e caçadora habilidosa.
As virgens contam com a protecção de Ewá e, aliás, tudo que é inexplorado conta com a sua protecção: a mata virgem, as moças virgens, rios e lagos onde não se pode nadar ou navegar. A própria Ewá, acreditam alguns, só rodaria na cabeça de mulheres virgens (o que não se pode comprovar), pois ela mesma seria uma virgem, a virgem da mata virgem dos lábios de mel.
Ewá domina a vidência, atributo que o deus de todos os oráculos, Orunmilá lhe concedeu.
quinta-feira, 9 de julho de 2009
Cristovam propõe bolsa de estudo para filhos de descendentes de escravos
O presidente da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), senador Cristovam Buarque, propôs, em debate nesta quarta-feira (08), que a reparação aos negros descendentes de escravos brasileiros seja feita por meio de uma bolsa de estudos no valor de R$ 3 mil para os filhos das famílias de afrodescendentes.
- A gente sabe que o Estado deveria gastar 10% com educação. Essa reparação custaria 2% da receita - propôs o parlamentar.
Outra proposta apresentada por Cristovam foi a criação de centros de pesquisa de recuperação da história negra. O senador propôs ainda que o Senado realize sessão especial de reconhecimento público de que a abolição da escravatura não teria se completado.
- Seria um depoimento claro, explícito, de que não completamos a abolição. Temos um sentimento racista, que se tenta esconder, e uma desigualdade social que aflige e atinge mais aos negros - avaliou.
Memorial
Cristovam endossou, assim como os demais especialistas presentes ao debate, a proposta de Mário Teodoro, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), de criação de um memorial da abolição. Sugeriu ainda a edificação de um monumento de "memória da escravidão e de gratidão à África", semelhante ao existente no Rio de Janeiro dedicado aos pracinhas que lutaram com os aliados na Segunda Guerra Mundial.
Ao final da reunião, Cristovam propôs que seja realizada nova reunião para debater a possibilidade de reparação aos descendentes de escravos, desta vez em Salvador (BA), com a presença de representantes da sociedade civil.
Solicitou também a todos os participantes da audiência que revisem o texto referente às apresentações feitas nesta quarta-feira para que possa elaborar um livro sobre o assunto, aproveitando as suas observações.
Fundo de reparação
Também presente ao debate, o publicitário Roberto Carvalho detalhou petição apresentada à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), com o objetivo de criação do Fundo Nacional de Reparação. Conforme explicou, os recursos seriam distribuídos aos estados para a aplicação em políticas públicas de saúde, educação, saneamento básico, entre outras, capazes de promover o resgate dessas populações relegadas pelo Estado. O documento está em exame na OEA desde 2001.
- Não se limitaria [o fundo] somente à questão financeira, mas poderia atuar com políticas compensatórias - defendeu. Para Roberto Carvalho, os negros representam parcela da população empobrecida devido "a uma máquina estatal perversa", resultante de uma "sociedade também perversa", que torna normal o "crime" praticado contra a população afrodescendente.
Posição semelhante foi manifestada por Ailton dos Santos Ferreira, da Secretaria Municipal de Reparação da Bahia. Ele também alertou para a banalização das desigualdades no país e defendeu a adoção de políticas públicas reparatórias. Ferreira salientou ainda que a democracia brasileira não será plena enquanto não houver projetos de distribuição de renda e não se tratar as diferenças de condições de vida e oportunidades "definidas pela etnia e cor da pele".
- Nas cadeias públicas, é normal a presença de negros em quantidade. Temos 94% dos ambulantes de Salvador em luta desigual com o Estado e a economia formal. Subemprego é normal. Subhabitações é normal. Escolas não funcionam. Essas "normoses" precisam ser resolvidas - alertou, referindo-se à banalização dos problemas nacionais e às dificuldades enfrentadas pelos negros no país.
Cristina Vidigal / Agência Senado
Uma História de Resistência
INTRODUÇÃO
O Engenho Velho da Federação possui, aproximadamente, entre 80 mil a 90 mil habitantes, caracterizados na sua grande maioria como afrodescendentes. Este bairro é considerado como “Quilombo Urbano”, segundo o Decreto nº 4.887, de 20 de novembro de 2003, assinado pelo presidente Lula e, para tanto, foi levado em conta aspectos como a resistência cultural negra instalada em um determinado espaço.
O fato de o Engenho Velho ter em seu território, vários terreiros de candomblé, contribuiu para isto. Comenta-se que este bairro foi resultado de escravos fugitivos, vindos de um engenho na sua proximidade. Sem dúvidas, o Terreiro do Bogum, entre outros, em função da sua história de resistência, deve ter contribuído para a caracterização deste bairro como um quilombo.
Capítulo I – O Jeje
Informa-nos Nicolau Parés do papel desempenhado pelo Jeje no Candomblé. Relata Félix Ayoh’omidire, em ÀKỌGBÀDÙN – ABC da língua, cultura e civilização iorubanas [1], que “a tão procurada etimologia do etinônimo ‘jeje’… só sobreviveu aqui no Brasil, onde se usa como uma referência para a tradição de Candomblé ewe-fon”.
A palavra ‘jeje’ não vem de “àjèjì”, termo iorubano que significa ‘estrangeiro’. O termo ‘jeje’ vem, seguramente, deste oríkì orílè de ìran àjèjè que é uma das linhagens originais que ocuparam a área central da atual República do Benin (antigo Daomé), fruto das primeiras migrações de núcleos iorubanos, que se instalaram no espaço que se estende até Tado, na atual República de Togo.
Segundo ele, os fons foram os últimos a chegar ao espaço geográfico na área que constitui a região central da República de Benin. Além de incorporem a sua língua e cultura, agregaram muitos elementos significativos desenvolvidos pelos seus vizinhos.
Ainda explica Félix, que “um exemplo disso é a presença de muitos voduns que são os paralelos de alguns orixás iorubás, voduns esses cujos nomes ainda refletem a sua origem iorubá. Por exemplo, o vodum Legba é o mesmo Exù Ẹlégbara; enquanto o Ṣàngó dos iorubanos virou Hevioso”.
Quanto ao sistema de adivinhação, embora seja chamado de Ifá entre os iorubanos, “é conhecido simplesmente como Fá entre os ewe-fon”. Em relação ao azeite de dendê, elemento fundamental da culinária religiosa, em especial na Bahia, foram os Aresas os introdutores da técnica de extração do dendê naquela região.
Quanto aos jeje, afirma o autor, são conhecidos em Cuba como arará, termo cuja origem ainda “não foi desvendada pelos historiadores até o momento atual”.
Concluindo, afirma Félix: “a minha tese a respeito da origem dos jeje é que esse povo estava com maior freqüência na sua identidade de ajeje aqui no Brasil, como isso acontece ainda hoje, em meios ioruba-africano… muitas pessoas só preferem citar seu oríle em vez de dar o seu nome próprio ou nome de família”.
O “Jeje”, é assim que o povo se refere, com carinho e reconhecimento, ao Zoogodô Bogum Malê Rundó, instalado no “fim de linha” do Engenho Velho da Federação. Parés testemunha o dinamismo de seus sacerdotes e sacerdotisas, no enriquecimento do patrimônio cultural religioso negro. Atores da resistência deste “modo particular de rezar”, adoçavam este “bom combate” com atos de dignidade.
A comunidade do Bogum expõe a sua particularidade dizendo-se único, embora haja a consciência de íntimas ligações com o jeje-marrim de Cachoeira, a Roça de Cima.
Esta Roça seria a continuidade do Candomblé do Bitedô ou Oba Têdô, localizada na Recuada. Ligado a este templo estaria o sacerdote Kixareme ou Tixarene e a venerável sacerdotisa Ludovina Pessoa da Irmandade da Boa Morte e elo de ligação entre Cachoeira e Bogum.
D. Ludovina seria a iniciadora do clã feminino do Bogum, através da realização dos processos iniciáticos de Maria Emiliana da Piedade, mãe carnal de Maria Luisa Piedade, a venerável Maria Ogorensi ou Angorensi, fundadora do Seja Hundé em Cachoeira, Terreiro contemporâneo da Roça de Cima onde, segundo comenta-se, reduto de concentração jeje, após a extinção da Roça de Cima.
Maria Romana Moreira, iniciada por Ogorensi, conhecida como Romaninha de Possu Betá Poji, desempenhou importante papel tanto em Cachoeira quanto no Bogum, onde assumira o papel de Deré, o segundo cargo jeje mais elevado, tendo apenas como superior o cargo de Doné, no Bogum, ou Gaiaku, em Cachoeira.
A ocupação deste posto se efetivou antes da ascensão de Maria Valentina dos Anjos, a sempre lembrada Doné Runhó, na direção máxima do Bogum.
Este vínculo entre o Bogum e os terreiros jeje-marim de Cachoeira recebe, por vezes, contestações, dividindo opiniões. Alguns mencionam o fato de Ludovina Pessoa ter sido a primeira mãe-de-santo do jeje-marrim, fato que alguns do Bogum contestam, alegando que esta era apenas uma das antigas amigas da Casa.
Lidamos com a falta de registros seguros, o que nos impede de uma posição consolidada, mas podemos optar que, provavelmente, Ludovina seria fundadora da Roça de Cima, em 1860, e teria ligações com o Bogum, no mínimo, como uma figura relevante, ou seja, muito mais que “uma amiga da casa”. Alguns mantêm a opinião que ela fora “uma antiga Mãe de santo jeje”.
Ao que parece, após o tempo de Ludovina, houvera uma marcante interrupção nas atividades do Terreiro, surgindo na memória coletiva o prenome Valentina e a identificação do seu vodum Adaen, como autoridade máxima, dissera certa feita Doné Runhó a pesquisadores do Ceao.
Questões para incentivar a pesquisa em sala de aula:
1. A que se refere o Decreto 4.887, de 20 de novembro de 2003? Esta lei poderia ser usada para uma definição de quilombos?
2. Por que um terreiro de Candomblé pode ser considerado um elemento que se caracteriza como “resistência cultural”?
3. Que fatores contribuem para uma visão preconceituosa sobre as religiões de matrizes africanas?
4. Que estratégias usaram os sacerdotes do Candomblé para a sobrevivência da sua fé?
5. Como se organizaram os terreiros, levando em conta a sua procedência africana?
6. Como surgiu o Terreiro do Bogum?
7. Como surgiram outros terreiros?
8. Como é considerado por lei o bairro do Engenho Velho da Federação, e por quê?
9. O que significa a palavra etinônimo?
10. O que seria um Candomblé ewe-fon?
11. O que você sabe sobre a República do Benin e a República de Togo?
Textos-base:
1. Nicolau Parés- A Formação do candomblé- História e Ritual da Nação Jeje na Bahia. Editora Unicamp. Félix Ayoh´omidire. ÀKỌGBÀDÙN – ABC da língua, cultura e civilização iorubanas. Salvador: EDUFBA : CEAO, 2004, p. 85.
Fonte: Mundo Afro
quarta-feira, 8 de julho de 2009
“Michael Jackson: astro pop, racismo, dança e infância confiscada”
Não cabem aqui considerações filosóficas, sociológicas e acadêmicas acerca do racismo. Basta identificar racismo como um sistema simbólico que diferencia as pessoas pela raça, dotando algumas com mais status do que outras, seja na dimensão estética, ética, espiritual e/ou intelectual. Com efeito, o racismo define que uma raça é superior à outra e as práticas sociais demarcam essa escala de valores. De modo ligeiro vale ressaltar que raça não é um conceito biológico; mas, raça existe e tem cunho social e histórico.
Michael Jackson teve a infância confiscada, trocou as brincadeiras e uma vida simples pela carreira no grupo Jackson Five: fama e dinheiro. Toda criança que tem sua infância roubada, trabalhando 12 horas por dia em minas de carvão, na prostituição infantil, no tráfico de psicotrópicos ilegais, lavando janelas de carros nos sinais, ou ainda, como astros e estrelas do show business parecem ter sérias implicações emocionais. Não vou incorrer numa análise psicológica, nem em conjecturas psicossociais de cunho acadêmico. O que não cabe neste pequeno artigo. Mas, sendo ligeiro sem querer ser superficial; podemos afirmar que a confiança que uma criança constrói no mundo depende de suas relações familiares e de não estar exposta a riscos e vulnerabilidade emocional ou social. Portanto, podemos estabelecer uma proporcionalidade entre o grau de vulnerabilidade que uma criança vive com a dificuldade de estabelecer laços afetivos na vida adulta.
Michael Jackson foi uma vítima do racismo. Ele manipulou seu corpo contra ele mesmo, buscando acabar com as marcas negras, precisou se mutilar e colocar em risco a sua própria vida. Uma objeção ao argumento acima exposto poderia dizer, todos se manipulam, isto é, viver é modificar a si mesmo, se governar, ser influenciado e influenciar. O problema é quando nos modificamos colocando em risco nossa própria vida. O racismo tem esse poder. Não se trata de definir se somos vítimas ou livres das forças acachapantes que nos atravessam pelos meios de comunicação, escola, universidade, forças produtivas, família, Estado, etc.
O que está em jogo não é definir se Michael Jackson era mais vítima ou mais autônomo. Em certa medida, todos somos produtores e produtos, simultaneamente, do meio e de nós mesmos. Michael Jackson foi mais um autor e uma marionete da política de racismo, o que distingue as pessoas são os instrumentos que elas dispõe que associados com as intenções pode fazer a diferença entre o grau de autonomia e o grau de assujeitamento e submissão. Michael Jackson era “rico” – parece que era perdulário e devia meio mundo, cerca de 500 bilhões de dólares – e famoso, dois atributos que atrapalham a independência de uma pessoa. Tornam as pessoas frágeis, pouco críticas e fáceis de manipular porque dependem mais de coisas externas do que de si mesmas. Comentários á parte, acho que ninguém deveria ganhar muito dinheiro. Mas, de volta ao thriller, o que mais aterroriza é que Michael Jackson operou o nariz em busca de uma configuração caucasiana. Casou com mulheres brancas, o que já denota os padrões estéticos preferidos. Segundo a mãe dos filhos, as gestações são resultados de inseminação artificial de doadores brancos, o que pode ser percebido pelo fenótipo norueguês das crianças. O racismo, o ódio de si, a rejeição de seu fenótipo chegou aos limites da luta contra si mesmo. O que se revelou nas escolhas afetivas, nas cirurgias, no clareamento da pele – seja ou não resultado de uma doença de pele, a opção por usar os recursos biotecnológicos que ele dispunha para enegrecer ou branquear é fruto do seu ego ideal, uma aparência branca. Óbvio que todo neurótico obsessivo se considera aquém do seu horizonte ideal. Para Michael, sua aparência nunca estava suficientemente branca. Por isso, as inúmeras cirurgias no nariz e nos lábios, o clareamento praticamente ininterrupto da pele. O alisamento do cabelo.
Enfim, alisar o cabelo, operar o nariz, se interessar e buscar parceiras brancas para gerar crianças brancas é um conjunto de ações racistas que associadas com dinheiro e fama são uma mistura explosiva. Porque no cotidiano temos muitos “imitadores” de Michael Jackson. A diferença é o pouco dinheiro, o escasso acesso às tecnologias de última geração para branquear. Muitos homens gostariam de ser Michael Jackson, gostariam de embraquecer, tanto que buscam incansavelmente mulheres brancas, a cada 10 parceiras, nove são brancas e uma é não negra, pode ser asiática ou indígena. Mas, não é negra. O mesmo se aplica às mulheres, seja na ação de alisar o cabelo ou dirigir seu desejo para galãs brancos. Michael Jackson é um sintoma, o auge de uma manipulação de si contra si baseada no entendimento político e hegemônico de que negros não teem o mesmo status intelectual, moral e estético dos brancos. Michael sofreu violência simbólica na família? Essas suposições já correram nos meios de comunicação. Não posso afirmar nada sobre maus tratos físicos. Mas, violência simbólica é outra coisa, ele sofreu e todos nós sofremos. Seja pela ausência de bonecas negras no mercado em quantidade proporcional à população negra. Ou por causa do monopólio de galãs brancos que enfeitam os quartos das moças e de revistas pornográficas que valorizam quase exclusivamente mulheres brancas. Michael Jackson foi bombardeado por todos os lados pelas forças que determinam ostensivamente, sutilmente, de modo direto ou indireto que devemos valorizar, buscar e nos enquadrar na branquitude. Não espanta que o inventor do moonwalker tenha ficado refém da branquitude. Os mais próximos dizem, ele era triste e solitário. Ele tomava uma bateria de remédios para dor. A dor de não se enxergar, de não gostar de ver seu nariz, seu cabelo e sua cor por considerá-los inferiores. Espero que possamos aprender com esse acontecimento. Valorizar a negritude é importante para construir a si mesmo sem negações, sem mutilações e, sobretudo, numa ética étnica que devolve à negritude tudo que o racismo lhe roubou. Michael Jackson não conseguiu criar valores fortes, capazes de uma nova dança em favor de si mesmo. Porque isso não poderia ser feito sem que ele olhasse no espelho e enxergasse um homem negro sem receios, sem medos e identifica-se a beleza de seu cabelo crespo, de suas narinas largas, de seus lábios grossos e sua pele negra.”
*Renato Nogueira Jr. é Professor de Filosofia do Departamento de
Educação e Sociedade da UFRRJ
Entidades negras católicas reúnem-se no Maranhão
Segundo publicado pelo site da CNBB, o Congresso refletirá a caminhada da Pastoral Afro no Brasil com base nos documentos de Medellín de 1968 e de Aparecida, 2007.
Durante o encontro, será debatida também a questão da população quilombola, da situação da população afro-brasileira em termos sociais e de evangelização. "Outro ponto que será argumentado no encontro versa sobre o diálogo com as religiões de matriz africana" – antecipou o assessor da Pastoral Afro-brasileira da CNBB, Padre Ari Antônio dos Reis.
Ainda segundo o assessor, o encontro será enriquecido pelas manifestações culturais da população negra das diferentes regiões do Brasil, sobretudo pelas manifestações do povo maranhense, que acolhe os delegados do encontro, com destaque também para um momento de reflexão teológica conduzida pelo presidente responsável pela Pastoral Afro, Dom João Alves dos Santos.
"A iluminação teológica contribuirá para que o grupo possa vislumbrar os desafios a pastoral para os próximos anos" – disse o padre Ari. (BF)
Fonte: Rádio Vaticano
terça-feira, 7 de julho de 2009
Pesquisas políticas ignoram etnicidade e raças no Brasil
SÃO PAULO [ ABN NEWS ] - A etnicidade e a raça são fatores importantes de estudo em Ciência Política no tocante ao recrutamento para os cargos eletivos, principalmente quando o país em questão - caso do Brasil e dos Estados Unidos - é um cadinho de raças e etnias oriundas da imigração planejada ou não.
Os estudos sobre as determinantes sociais do voto e do comportamento político no Brasil raramente incluem questões sobre raça e etnicidade, embora os negros representem cerca de 44% da população e até 50% em algumas capitais, segundo afirma o cientista político Cloves Luiz Pereira Oliveira, autor da pesquisa Os Negros e o Poder no Brasil.
Doutorando em Ciência Política do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro - IUPERJ, Cloves Oliveira considera que há um preconceito e esquecimento dos intelectuais em relação à inclusão do negro na mídia e na política, embora mencione diversos casos de negros eleitos para cargos executivos, como os ex-governadores Alceu Collares, no Rio Grande do Sul, Albuíno Azeredo, no Espírito Santo, e Benedita da Silva, no Rio de Janeiro, e o prefeito Celso Pitta, em São Paulo.
Um dado revelador dessa indiferença geral sobre a etnicidade dos políticos é que, de 1986 a 1998, nenhuma pesquisa de mestrado ou doutorado em Ciência Política, sobre a participação do negro ou de outro grupo étnico nas eleições no Brasil, foi registrada na Universidade de São Paulo (USP).
Mas, não se pode ignorar a maciça presença dos políticos de origem árabe, européia e asiática no Congresso Nacional e nos demais cargos legislativos e executivos federais, estaduais e municipais.
Essa presença teve início e cresceu conforme o fluxo de imigrantes de várias procedências, principalmente no final do século XIX, após o fim da escravidão negra, quando faltavam braços para certos serviços e lavouras.
Um exemplo emblemático é o deputado federal William Woo, do PSDB de São Paulo, o primeiro e único político de origem chinesa a se eleger deputado federal no Brasil, e, no entanto, as mídias nacional e paulista até hoje parecem indiferentes a esse fato, que é revelador do recrutamento de candidatos de origem oriental para a política, onde é rara a presença chinesa, embora a colônia hoje seja numerosa no País.
Nos Estados Unidos, onde os negros compõem cerca de 12% do eleitorado, seus votos são decisivos, tanto que elegeram o Presidente Obama. Não haveria democracia sem os negros naquele país. No Brasil, com cerca de 130 milhões de eleitores, não se sabe qual a participação percentual dos negros, embora o caldeamento de raças dificulte essa aferição.
Entre as diversas ações afirmativas para ascensão dos negros no Brasil, o estabelecimento da quota universitária é a mais controversa, não se conhecendo ainda os reais resultados desde a sua implantação, mas os bancos comerciais também estão empenhados em abrir mais espaço para a contratação de negros, que representam 19% dos 400 mil trabalhadores no setor, sendo que 66,5% desse percentual foram contratados nos últimos três anos.
Fonte: ABN
Semur participará de Audiência Pública
Foram pautados assuntos relevantes e de interesse da Semur como: a Lei n° 10.639/03, que estabelece a obrigatoriedade do ensino da história e cultura afro-brasileira e africana na Educação do Ensino Fundamental e Médio e o Projeto de Lei que institui o fundo específico para o ensino da história da Cultura Afro.
Devido a sua performace, o Secretário foi convidado pelo Senador para participar da mesa, na audiência pública, sobre ações indenizatórias aos afro-descendentes, no dia 08 de julho, na capital federal.
Considerando a receptividade e cordialidade do senador, o secretário o convidou para participar de uma grande audiência pública com lideranças negras, representantes dos municípios da região metropolitana de Salvador, parlamentares e demais parceiros.
Nesta mesma visita, atendendo ao pedido do titular da pasta da Semur, Ailton Ferreira, o senador se comprometeu em realizar um ato em Brasília, para homenagear ícones do movimento social negro brasileiro que se destacaram na política.
domingo, 5 de julho de 2009
Temos um encontro marcado...
sábado, 4 de julho de 2009
O III Fórum Nacional de Performance Negra
A abertura do evento deverá contar com as presenças dos ministros da Cultura, Juca Ferreira e do Secretário da Promoção da Igualdade (SEPPIR) Edson Santos; dos presidentes da Fundação Palmares, Zulu Araújo, e da Funarte, Sérgio Mamberte, além dos secretários da Identidade e da Diversidade, Américo Córdula, da Cultura do Estado da Bahia, Márcio Meirelles e da secretária da Igualdade da Bahia, Luiza Bairros.
O evento já se firmou como um referencial do teatro e danças negras do Brasil, com intenção de promover a criação de políticas públicas específicas para esse segmento e, neste ano, foram programadas palestras com Sueli Carneiro (Brasil), Julio Moracen (Cuba), Paulo Lis (Brasil), e Cleyde Morgan (EUA);
Oficinas de teatro como o dramaturgo e ator Ângelo Flávio; com o diretor teatral e jornalista Luiz Marfuz; de música, com o cantor e compositor
Jarbas Bittencourt; e com o músico ator e diretor artístico Gil Amâncio. As oficinas de dança ficarão com o bailarino e coreógrafo Zebrinha, com o professor e bailarino Clyde Margon; sobre figurino com Biza Viana; iluminação, com Jorginho de Carvalho (precussor da iluminação teatral no país); sonorização, Filipe Pires; e programação visual, com o artista plástico Gá. Também foram programas atividades em Grupos de Trabalho que contribuirão para o intercâmbio dos/as representantes regionais.
Ainda estão previstas no Fórum apresentações e performances de teatro e dança e manifestações populares de matriz africana. Entre as apresentações estão: Shire Oba, com direção Fernanda Júlia, encenada pelo Grupo de Teatro Nata que por meio de um discurso poético, festeja a magia e os encantos da tradição afro baiana, presente no culto aos Orixás. a peça Silêncio, dirigida por Hilton Cobra e encenado pela Cia dos Comuns que questiona a platéia sobre o que passa pela mente de uma pessoa que durante toda sua existência sente que a qualquer momento poderá ser vítima do racismo. Silêncio é o quarto espetáculo do repertório da Cia dos Comuns, responsável pela encenação de Candaces - A reconstrução do fogo (2003) que recebeu o Prêmio Shell de Teatro - categoria música, sendo este espetáculo considerado um dos 10 melhores do ano pela crítica teatral.
Receita é terceiro espetáculo a ser apresentado durante o III Fórum Nacional de Performance Negra. Receita é um solo com o bailarino Rui Moreira da Cia Será Quê? – com coreografia Henrique Rodovalho e é um encontro com a subjetividade do olhar e do movimento.
Maiores informações:
Céres Santos – Reg. 6156 DRT/RS
(71) 9989.7243
Evanice Santos – DRT/BA
(71) 9944.4325
Secretaria de Promoção da Igualdade convoca entidades para integrar conselho
Coordenado por representantes da sociedade civil, o CDDM é um órgão colegiado da Sepromi que tem por objetivo o acompanhamento e monitoramento da implementação de políticas públicas para as mulheres no estado da Bahia. Segundo a secretaria, as entidades devem partilhar dos princípios da Política Estadual para as Mulheres referendado no Plano Estadual e Políticas para as Mulheres (PEPM) e no Pacto de Enfrentamento à Violência contra a Mulher. Além disso, a organização deve ser atuante há pelo menos dois anos e deve estar registrada nos órgãos competentes.
Podem concorrer associações ou grupos de mulheres, grupos de lésbicas e articulações e organizações feministas, do movimento negro, ou de caráter sindical, profissional ou de classe, que atuem na defesa da democracia e na promoção dos direitos das mulheres. A Sepromi não divulgou os critérios de seleção.